Metanol: Altamente Tóxico e sua Relação com o Monóxido de Carbono
Everson Alexandre de Assumpção
O metanol (CH3OH), também conhecido como álcool metílico, é um composto químico de ampla aplicação industrial, utilizado na produção de solventes, combustíveis, plásticos e outros produtos químicos. Sua síntese é realizada principalmente pela reação entre o monóxido de carbono (CO) e o hidrogênio (H2), em processos catalíticos de alta pressão e temperatura. Apesar de sua relevância econômica, o metanol é uma substância altamente tóxica para o organismo humano, representando risco significativo à saúde pública quando ingerido acidentalmente ou de forma intencional.
Produção do metanol
O metanol (CH3OH) é obtido principalmente pela hidratação do monóxido de carbono (CO) com hidrogênio (H2) na chamada síntese de gás:
CO+2H2 catalisador CH3OH
Observe que o CO Monóxido de Carbono, neste caso faz parte da síntese industrial do metanol. Mas atenção: o CO é um reagente, não está “livre” dentro do metanol final.
Perigo do Metanol
Após a ingestão, o metanol é absorvido rapidamente e metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase (ADH), que o converte em formaldeído (HCHO). Em seguida, o formaldeído é oxidado pela enzima aldeído desidrogenase (ALDH), resultando em ácido fórmico (HCOOH).
O problema é o metabolismo no organismo humano:
O metanol por si só tem toxicidade, mas o pior ocorre porque ele é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase (ADH).
O processo metabólico segue assim:
ADH ALDH
CH3OH --------→ HCHO (formaldeído) ----------→ HCOOH (ácido fórmico)
Após a ingestão, o metanol é absorvido rapidamente e metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase (ADH), que o converte em formaldeído (HCHO). Em seguida, o formaldeído é oxidado pela enzima aldeído desidrogenase (ALDH), resultando em ácido fórmico (HCOOH).
O formaldeído é um composto altamente reativo, capaz de causar danos celulares significativos. O ácido fórmico, por sua vez, é responsável pela acidose metabólica grave e por lesões no nervo óptico, podendo levar à cegueira irreversível. Assim, a toxicidade do metanol se deve principalmente à geração desses metabólitos tóxicos.
O fluxograma metabólico do metanol pode ser representado da seguinte forma:
Metanol (CH3OH) → (ADH) → Formaldeído (HCHO) → (ALDH) → Ácido Fórmico (HCOOH)
Fonte do fluxograma: Autor
Portanto, diferentemente de outros álcoois, como o etanol, que produz metabólitos menos nocivos, o metanol apresenta alto risco mesmo em pequenas quantidades, sendo reconhecido como uma das substâncias mais perigosas entre os álcoois simples.
CONCLUSÃO
O metanol é um composto de grande importância industrial, mas de elevado potencial tóxico para o organismo humano. Seu perigo não se deve à presença de monóxido de carbono CO em sua composição, pois este atua como regent, mas não está livre na molécula de Metanol, mas ao fato de ser metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias extremamente nocivas. O conhecimento sobre sua toxicidade e mecanismos de ação é essencial para prevenir intoxicações, orientar políticas de saúde pública e garantir o uso seguro desse álcool em contextos industriais e laboratoriais.
REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, Everso Alexandre de., Autor do Projeto de Inciação Científica intitulado: CO Monóxido de Carbono, Gás Altamente Perigoso: https://lattes.cnpq.br/3467785753347917.
BARCELOUX, D. G., Bond, G. R., KRENZELOK, E. P., COOPER H., & Vale, J. A. (2002). American Academy of Clinical Toxicology practice guidelines on the treatment of methanol poisoning. Journal of Toxicology: Clinical Toxicology, 40(4), 415–446.
JACOBSEN, D., & MCMARTIN, K. E. (1997). Methanol and ethylene glycol poisonings. New England Journal of Medicine, 338(23), 1695–1700.
KRUAT, J. A., & KURTZ, I. (2008). Toxic alcohol ingestions: clinical features, diagnosis, and management. Clinical Journal of the American Society of Nephrology, 3(1), 208–225.