Ações preventivas e envolvimento da sociedade civil.

A sociedade tem o dever de colaborar com o poder público

26/09/2014 às 14:41
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Os jovens são os principais agentes e vítimas da violência e criminalidade. O problema da reincidência, a questão das drogas e das “gangues”, a violência e evasão escolar precisam ser observadas com atenção.

A violência e a criminalidade têm sido uma preocupação de todos, gerando iniciativas importantes da parte do Poder Público na tentativa de coibi-las. 

Essa preocupação não é sem razão, tendo em vista o altíssimo custo social da violência não apenas em termos materiais, mas também em termos de sofrimento moral traduzido em dor, medo e na sensação de insegurança que impõe limitações à própria liberdade dos cidadãos. 

O enfrentamento racional do crime e da violência, ao contrário do pensamento de muitos, não se resume a ações tais como reforço/aperfeiçoamento do aparato policial e a abertura de mais vagas no sistema prisional (ações repressivas). É preciso cada vez mais investir em ações preventivas de modo a conhecer os graus e circunstâncias da violência e da criminalidade em suas diversas formas e atuar sobre os fatores de agenciamento destes fenômenos; em vez de simplesmente esperar que os crimes aconteçam e pensar que a prisão dos agentes é suficiente para resolver a questão. 

Devemos ter consciência de que as ações preventivas contra a violência e a criminalidade não se resumem à implantação de programas sociais (saúde, educação, moradia, etc.), tampouco são de responsabilidade exclusiva dos governos estaduais. Pelo contrário, a prevenção pode ser realizada através de programas e ações concretas que podem e devem ser levadas a efeito pelos municípios e pela própria sociedade, formando uma rede que envolva as polícias e muitas outras instituições em um trabalho racional. Desta forma, o esforço de cada poderá complementar o dos demais e não concorrer com ele; trabalho onde, ao mesmo tempo, as comunidades passem a desempenhar um verdadeiro protagonismo. 

Os jovens são os principais agentes e vítimas da violência e criminalidade. O problema da reincidência, a questão das drogas e das “gangues”, a violência e evasão escolar precisam ser observadas com atenção. Ações voltadas para a integração escola/comunidade são necessárias, bem como oferecer uma escola menos discriminatória e mais inclusiva.

Precisamos disponibilizar espaços privilegiados e suficientes de cultura, esporte e lazer, na escola e nas comunidades. Oferecer programas de apoio e tratamento aos drogadictos e suas famílias e reforçar a importância dos Conselhos Tutelares. 

A violência é a maior causa de morte na população jovem masculina do país na faixa de 15 a 24 anos. Grande parcela de nossos adolescentes abandona os bancos escolares e acaba se iniciando nas drogas e na delinquência. Muitos começam a delinquir após os 18 anos de idade, pressionados pelos anseios e responsabilidades da fase adulta, que quase nunca são correspondidos. Há uma relação entre o elevado índice de condenações por crimes contra o patrimônio e os quadros de desemprego e pobreza que assolam a população brasileira. 

A promoção da segurança pública não é responsabilidade exclusiva dos estados, apenas porque compete a eles manter os aparatos policiais. Há inúmeras iniciativas que podem ser exigidas dos municípios em termos de segurança e essa participação é de grande importância, já que os problemas são localizados nas cidades e ninguém melhor do que as administrações municipais e suas comunidades para diagnosticá-los e propor soluções. 

Os Municípios devem criar, por intermédio do Executivo, os Conselhos Municipais de Segurança Pública; estes deverão congregar os diversos setores da sociedade, os órgãos policiais e a administração municipal para a identificação dos problemas e discussão de propostas que possam ser implementadas pelo próprio município ou serem objetos de gestões perante os órgãos estaduais e federais. Sua criação deverá se dar através de lei que defina precisamente a sua composição, funções e funcionamento. Desta forma poderemos, em conjunto, encontrar uma solução para amenizar a situação da violência e da criminalidade.

A promoção da segurança pública não é responsabilidade exclusiva dos estados, apenas porque compete a eles manter os aparatos policiais. Há inúmeras iniciativas que podem ser exigidas dos municípios em termos de segurança e essa participação é de grande importância, já que os problemas são localizados nas cidades e ninguém melhor do que as administrações municipais e suas comunidades para diagnosticá-los e propor soluções.  

Sobre o autor
Sergio Furquim

Possui graduação em Direito pela Universidade São Francisco (1984). Pós graduação em Direito Previdenciário Pela Escola Paulista de Direito Social (2014). Atou como presidente da 56ª Subseção da OAB/MG - Camanducaia, por 04 mandatos . Autor dos livros: Mensagens positivas e Artigos que refletem a realidade brasileira.Jamais deixe de lutar- Você é o construtor do seu futuro. Só consegue alcançar seu objetivo quem tem persistência- Mmorias do Advogado que luta por justiça.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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