Como evitar o cliente mau pagador

08/10/2014 às 16:03
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Recentemente a SERASA EXPERIAN divulgou pesquisa que revelou que, no Brasil, cerca de 3,6 milhões de empresas estavam inadimplentes em julho deste ano, apresentando dívidas com mais de 90 dias de atraso. Como evitar um prejuízo? Como evitar um mau cliente?

Recentemente a SERASA EXPERIAN divulgou pesquisa que revelou que, no Brasil, cerca de 3,6 milhões de empresas estavam inadimplentes em julho deste ano, apresentando dívidas com mais de 90 dias de atraso. Segundo o levantamento, 91% desse montante são empresas de pequeno e médio porte e um terço (32%) estão localizadas no estado de São Paulo.

É claro que muitas dessas empresas que acabaram endividadas, chegaram a essa situação por fatores externos ou macroeconômicos, alheios ao planejamento, como resultado da queda de vendas, aumento dos custos com fornecedores, funcionários e bancos. Contudo, uma parcela das empresas que foram inscritas nos cadastros do SERASA, são aquelas criadas exclusivamente com essa finalidade: adquirir bens e serviços e não pagar por eles.

Hoje em dia é muito comum nas ações de cobrança verificar que muitas empresas demandadas, apresentam o perfil de encerramento irregular da atividade, fechando as portas de fato, sem comunicar os credores, bem como órgãos competentes como a Junta Comercial ou Receita Federal, mesmo permanecendo com cadastro “Ativo” perante essas instituições. São empresas que "param de trabalhar" (encerram suas atividades), esgotam seu patrimônio, esvaziam suas contas bancárias e simplesmente desaparecem, na tentativa de ficar fora do alcance de seus credores.

Nesses casos, mesmo com ação judicial, torna-se difícil a recuperação do crédito, principalmente nos casos que há demora entre a identificação do não pagamento e a cobrança. Mas, e como ficam as empresas credoras contratadas por essas empresas devedoras? Em muitos casos, no prejuízo. Mas como atestar ou se certificar da idoneidade do cliente? Quais ações podem ser tomadas no intuito de prevenir prejuízos como esses?

O primeiro passo é, sem dúvida, fazer a checagem rigorosa das informações do cliente (consultando empresas de proteção ao crédito, cartórios para verificar protestos ou a distribuição de ações judiciais, por exemplo). Esse procedimento é fundamental para evitar os clientes maus pagadores. Num segundo momento, quando já caracterizada a divida, na hora de cobrar, deve a credora mostrar preocupação com o cliente devedor e oferecer alternativas para que o pagamento seja realizado. É uma técnica para recuperar o dinheiro devido sem perder o cliente.

Algo que pode ajudar tanto na hora da venda do produto ou serviço, quanto na hora da cobrança, é a visita pessoal ao cliente (quando pessoa jurídica), que pode se dar através de um representante do departamento de vendas, por exemplo. Além de ser um aliado na prevenção de se enganar com um cliente "caloteiro", após a existência do débito, é uma forma de se familiarizar com os problemas do cliente, facilitando na hora de negociar a quitação das pendências. Afinal, nem sempre quem deve está agindo de má-fé.

Outras técnicas como recebimento antecipado, ainda que de porcentagem do valor, preferir o pagamento com cartão de crédito ou débito, não aceitar cheques, sempre ter um contrato assinado ou documento que comprove a realização do negócio, não devem ser ignoradas. Tratam-se de procedimentos cumulativos, podendo uma empresa adotar todos eles de uma única vez. Mas, se mesmo tomando todos esses cuidados, a empresa for vítima de um “calote”, então a ação judicial é a mais adequada para o recebimento do valor devido. Nesse caso, é importante que a empresa possua todos os documentos que comprovem o débito, bem como os dados da empresa devedora para facilitar na hora da cobrança. Daí a importância de se documentar toda transação realizada.

Nesses casos, ser assessorado por um advogado é fundamental para qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Num primeiro momento, para orientar em questões jurídicas tais como a elaboração de contrato que se adeque a necessidade da empresa e seu cliente, e num segundo momento no ingresso de eventual ação de cobrança.


Referências Bibliográficas

Bate recorde o número de empresas inadimplentes, revela estudo inédito da Serasa Experian - http://noticias.serasaexperian.com.br/bate-recorde-o-numero-de-empresas-inadimplentes-revela-estudo-inedito-da-serasa-experian/

Veja como evitar os calotes em sua empresa - http://www.sebraesp.com.br/index.php/45-noticias/financas/11353-veja-como-evitar-os-calotes-em-sua-empresa

A hora da cobrança por Gustavo Cerbasi - http://info.abril.com.br/canal/edicoes/19/conteudo_199666.shtml

What to Do When a Client Doesn’t Pay: 10 Rules to Live By: PETER HILTON
Como laçar os maus pagadores? - Organização e negociação costumam ajudar a pôr um fim no pesad

Sobre a autora
Flávia Lobato

Graduou-se em Direito pela Universidade São Francisco e atualmente especializa-se em Gestão Tributária na FAAT – Faculdades Atibaia, em Atibaia onde reside. É advogada no escritório Pantolfi e Salerno Sociedade de Advogados em São Paulo. <br>Contato: [email protected]” ou (11) 3104-1801<br>

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