Capa da publicação "Juízo": resenha do filme

Resenha do filme "Juízo"

27/11/2014 às 14:38

Resumo:


  • O filme "Juízo" explora a realidade de jovens infratores no Brasil, destacando a falta de estrutura familiar e social que contribui para a delinquência juvenil.

  • As condições de vida desses jovens são marcadas pela ausência de apoio emocional e financeiro, com muitos crescendo em lares desprovidos de uma figura paterna e mães sobrecarregadas.

  • O documentário critica a ineficácia das políticas governamentais de reabilitação, ressaltando que muitos jovens preferem a vida no crime à falta de oportunidades para uma reintegração social adequada.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O filme retrata a trajetória de jovens com menos de 18 anos diante da lei, abordando a problemática situação social em que muitos jovens de classe média baixa se encontram. A juventude é retratada como conformista em relação à sua situação atual.

O filme Juízo acompanha a trajetória de jovens com menos de 18 anos diante da lei, relatando a problemática situação social em que boa parte da juventude de classe média baixa se encontra. É uma juventude sem estudos, respeito, apoio e profissão, desprovida de qualquer expectativa de vida, demonstrando total conformismo com a situação de vida a que se submetem.

Percebe-se a falta de estrutura familiar e social na vida dessas pessoas. No lar, a maioria desses jovens não encontra apoio emocional, incentivos para o estudo e, principalmente, amor e carinho. Enfim, o problema começa com os pais, que acabam passando para os filhos. São muitos os casos de mães solteiras obrigadas a cuidar sozinhas de vários filhos, pelo simples fato de se tornarem mães ainda na adolescência e não criarem o vínculo de responsabilidades perante seus filhos. Os parceiros não assumem sua parte na responsabilidade, exercendo o papel de pai, e assim, a maioria dos lares vivem sem a figura masculina que é tão importante numa família. Então, essas mulheres precisam trabalhar para sustentá-los e tentar fazer o papel de mãe e pai dessas infelizes crianças que crescem sem seus direitos básicos que todo ser humano precisa.

Por causa da interferência desses fatores sociais, as crianças nascem e crescem sem a estrutura necessária que deveriam encontrar dentro de suas casas. A partir daí começam todos os conflitos existentes entre as famílias totalmente desestruturadas, ao ponto de causarem revoltas nos filhos que chegam a ter o desejo de machucar e até matar seus pais. A situação familiar é tão grave que muitos adolescentes chegam a preferir ficar nas ruas ou em instituições a estar em casa na companhia de seus pais.

Diante dessa situação, o papel do governo é muito falho em alguns aspectos, pois ele não dá o suporte necessário para reintegrar esses jovens dentro da sociedade. Seu apoio é dado de forma parcial e precária, tanto que até os detentos não têm estímulo para voltar à sociedade, preferindo muitas vezes voltar à escola do crime e praticar os mesmos delitos.

É imprescindível despertar para a existência desses fatos tão reais e presentes na sociedade, buscando soluções que possam trazer esperança e perspectivas para um futuro melhor não só para a sociedade em geral, mas também para as famílias. Embora não esteja sendo afetada diretamente por essa situação atualmente, é possível que chegue um momento em que essa situação saia do controle e afete a vida social como um todo.


Juízo (2018). Documentário. Produção: Diler & Associados, Nofoco Filmes. Distribuição: Filmes do Estação. Direção: Maria Augusta Ramos. Produção: Diler Trindade. Produção executiva: Telmo Maia. Roteiro: Maria Augusta Ramos. Diretor de fotografia: Guy Gonçalves.

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