A História vista por baixo

22/04/2015 às 21:43

Resumo:


  • O texto aborda a história do soldado William Wheeler durante a batalha de Waterloo, explorando a perspectiva dos soldados comuns em vez dos comandantes.

  • Historiadores passaram a analisar a história vista de baixo, ampliando os limites de pesquisa para incluir as experiências de homens e mulheres ignorados pela elite.

  • A dificuldade em estudar a história vista de baixo inclui escassez de evidências e conceituação de uma sociedade variada, levando historiadores a buscar novas fontes e abordagens para compreender o passado de forma mais ampla.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O artigo é um resumo de um capítulo do livro de Peter Burke - A história vista por baixo ( A história vista de baixo. In: BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas )

O texto inicia-se falando da carta que o soldado William Wheeler escrevia a sua esposa para informá-la da situação em que se encontrava, pois o mesmo estava participando da batalha de Waterloo. Os livros de histórias nos contam que Welligton venceu a batalha e de certa forma William e milhares, como ele, também venceram. Através das cartas que o soldado escrevia a sua esposa, vários historiadores decidiram explorar perspectivas do passado do ponto de vista de um soldado e não de um comandante.

       Este interesse de investigar a história social e econômica com uma visão mais ampla, desenvolveu-se no século dezenove, mas o principal tema dos historiadores continuou sendo das opiniões políticas da elite. Podemos assim relacionar com a Escola Metódica que retratava apenas de assuntos políticos, de interesse do Estado durante todo o período.

      Daí em diante, vários historiadores analisaram o conceito da história vista de baixo. Em 1989 foi publicado um livro referente a historiografia das Guerras Civis Inglesas.

      Os historiadores ampliaram os limites de sua disciplina e abriram novas áreas de pesquisa visando explorar as experiências históricas de homens e mulheres que frequentemente eram ignorados, pois viam essas pessoas como  “Um dos problemas com que o governo tinha de lidar ”. Do ponto de vista de Edward Thompson, ele procurou reconstruir a experiência de um grupo de pessoas comuns e da necessidade de compreender o povo no passado.

                          

“Meu objeto nesse ensaio será explorar, o máximo possível com referência ao que poderia ser considerado um número consistente das obras-chaves publicadas, parte do potencial e dos problemas inerentes a escrita da história vista de baixo”

        O autor deixa claro qual o seu interesse na sua obra, no qual era introduzir ao leitor uma temática produzida pelo trabalho sobre o que poderia ser descrito. Mas para estudar a história vista de baixo, envolve muitas dificuldades, sendo elas: a evidência e a conceituação. Quanto as evidências, as informações eram escassas. Haviam apenas algumas de interesse da elite e somente da elite, esquecendo de uma outra classe da sociedade. Dificultando o trabalho dos historiadores que queriam expor todo o âmbito social que existia.

    Essa dificuldade de entender a história, começa com a cultura popular, pois nenhum historiador foi capaz de dar uma conceituação ao tema. A principal razão para isso é que a sociedade era muito variada, viviam em pequenas quantidades, cada um com uma maneira de ser e de viver. Hoje ainda podemos perceber isso, pois cada região tem um costume diferente mesmo vivendo em um mesmo ambiente. Isso é o que diferencia a sociedade, o seu ser eclético.

      Para Hobsbawn, esse pensamento de estudar o passado, teve início no século dezoito, para o marxismo, desenvolveu-se mediante o crescimento trabalhista. No decorrer dos tempos, surgi alguns problemas pois os historiadores do movimento trabalhista, marxista ou não, estudaram “não exatamente as pessoas comuns, mas as pessoas que poderiam ser consideradas os ancestrais do movimento”. Para o mesmo, foi no desenvolvimento dos movimentos de massa que alertou os estudiosos a estudarem a história vista de baixo, na qual foi desenvolvida por historiadores marxistas ingleses. Os historiadores que trabalham com a visão de baixo, tem que ser rigorosos. Edward Thompson observou:

“As pessoas pagavam impostos: as listas de impostos são apropriadas, não pelos historiadores de taxação, mas por demógrafos históricos. As pessoas pagavam dízimos: os inventários são apropriados como evidência pelas demógrafos históricos...”

       Ou seja, sugere na citação, os materiais são variados. A história oral, passou a ser utilizada pelos historiadores, tentando adquirir maior conhecimento memorável da história, mas mesmo assim encontraram problemas. Existem  fontes que permitem historiadores de tais períodos chegarem mais perto das experiências das pessoas das classes inferiores. Por exemplo, usavam documentos oficiais e semioficiais, além de uma fonte rica isolada.

       O autor cita vários representantes ao transcorrer do livro como: BARBARA A HANAWALT, LE ROY LADURIE e muitos outros.

        Os historiadores perceberam a necessidade de procurar outras fontes para que pudessem investigar a história e relatar da maneira como aconteceu. Muitos deles foram influenciados pela Escola dos Annales, dando uma demonstração de como compor o contexto dentro do qual poderia ser escrita a história por um outro ângulo. Alguns buscavam modelos na sociologia e antropologia. Na sociologia, destacava-se a sociedade industrial, na antropologia os que estudavam tópicos medievais.

       Por trás de toda essa discussão ocultou uma questão fundamental: a história vista de baixo constitui uma abordagem da história ou um tipo distinto de história? O ponto pode ser enfocado de ambas direções.  A história poderia ser vista de várias maneiras como: a história política, a história econômica, a história militar, a história intelectual e etc. Assim, tem uma maior eficácia situada em um contexto. Na revista History Workshop Joumal declarou:

“Nosso socialismo determina nossa preocupação com as pessoas comuns no passado, com sua vida, seu trabalho, seu pensamento e sua individualidade assim como as causa determinantes de sua experiência de classe “

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   Leva a pensarmos que a história vista de baixo deve ser ajustada a concepção mais amplas da história.

“Um dos principais objetivos daqueles que escrevem a história vista por baixo, particularmente daqueles que trabalham com uma postura socialista ou de história do trabalho, era tentar remediar esta situação, ampliando seu público e, possivelmente, proporcionando uma versão do povo daquela nova síntese de nossa história nacional”

    A sociedade ainda não tinha o costume de ver essas histórias serem relatadas e a história dos bem sucedidos ainda estava muito a gosto do público. É possível perceber a evolução dessa história em todo o decorrer da leitura, pois antes uma história que não iria ser contada, passou a ter uma exposição pequena mais de grande importância para o período em que as pessoas estavam vivendo, relacionando com o mundo atual, a história ficou um pouco específica, não se é possível contar, detalhar e passar uma compreensão correta para a sociedade ao mesmo tempo em um único ambiente. Os atuais historiadores, apenas escrevem aquilo que teve uma maior importância naquele meio social, podemos exemplificar com as revistas e o papel do jornalista que busca conectar todos os fatos de uma acontecimento para o ser ficar “conectado” ou “informado” de tudo que acontece ao seu redor. Portanto, essa evolução prosseguiu e depois voltou a permanecer. Podemos dizer que a história seja de fato manipuladas desde o seu nascimento por aqueles que tinham interesse de dominar o mundo.    

Sobre a autora
Carolina Lyra

Estudante de Direito <br>

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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