Na atualidade e sem medo de errar, podemos dizer que a região do Oriente Médio é sem dúvida uma das mais conturbadas do mundo, lá se apresentam vários fatores que contribuem para isso, dentre eles: a própria história daqueles países; de onde surgiram os conflitos entre israelenses, os árabes, e os palestinos. Um dos fatores que proporciona a questão das brigas se dá pela posição geográfica, pois diante do contato entre três continentes; suas condições naturais do solo, cujas condições são desfavoráveis a uma grande maioria dos países que dependem diretamente da água dos países vizinhos.
Lembramos que os mais ricos gozam da vantagem de terem recursos especiais no seu subsolo, como é o caso do petróleo, o que o tornam importantes perante a comunidade mundial. O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio, para se ter uma ideia na região localiza-se a maior concentração mundial dessa fonte energética, cerca de 67% de todo o petróleo do mundo, que dada a essa grandeza e diante de outros fatores políticos e econômicos obteve-se as condições para a formação no ano 1960, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Não vamos aqui entrar no mérito da questão histórica do Oriente Médio, pois o assunto é extenso e a abordagem é polemica, mas temos que mencionar que as fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesse capitalista da Europa, não consideraram a história e as tradições locais, assim, consequentemente surgiram e vão continuar surgindo conflitos no Oriente Médio.
Dentre os países árabes; a Síria, Jordânia, Líbano, Iraque, e o Kuwait, brigaram por território e recursos naturais, cujo o conflito mais sério e grave ocorreu na Palestina, onde, até o término da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a migração de quase meio milhão de judeus.
O solo é um dos motivadores dos conflitos que hoje tormenta o Oriente Médio, onde israelenses e palestinos lutam acirradamente para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Uma outra questão também muito forte é a influencia de valores ocidentais para com os valores milenar oriental, sob os desejos das potências capitalistas em estabelecer um ponto estratégico na mais rica região petrolífera do planeta.
A verdade é que para os palestinos Jerusalém sempre representou a terra santa sagrada árabe, pois dela Maomé teve contato divino e acesso aos céus. Já para os israelenses Jerusalém foi o local de onde se edificou o templo, essa diferença gera conflitos pelo controle de Jerusalém, inclusive além de Jerusalém existem conflitos pelos territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza, tais territórios foram ocupados por palestinos durante o Império Romano, e hoje esses territórios estão sobre controle israelense, cujo controle é mantido por assentamentos israelenses fortificados.
Na tentativa de apaziguar o conflito a Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947 aprovou um plano de partilha da Palestina, criando um estado judeu e um estado palestino. A tentativa de acordo não foi aceito por palestinos e lideranças árabes, que iniciaram uma campanha militar contra o recém-fundado estado de Israel. Já em meados de 1948 a guerra árabe-israelense culminou com a derrota dos exércitos da Síria, do Jordão, do Iraque e do Egito e com a expansão das fronteiras israelenses para além do que fora estipulado pela ONU, na sequencia no ano de 1967, na Guerra dos seis dias, judeus e árabes entraram novamente em confronto, tendo Israel conquistado o território do deserto do Sinai, a faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as colinas de Golã. Quase todo o território palestino passou para as mãos de israelenses. Em 1982, os israelenses se retiraram da faixa de Gaza após assinar um acordo com o governo egípcio.
Por volta dos anos de 1987 a 1993, os palestinos se revoltaram contra o estado de Israel em uma série de protestos violentos que ficou conhecido como Intifada, caracterizada pelo uso de armas simples, como paus e pedras. Ocorrido em Oslo, em 1993 Israel se comprometeu a devolver os territórios ocupados durante a guerra dos seis dias em troca de acordos de paz definitivos com as lideranças árabes, representadas pela Organização para Libertação da Palestina (OLP).
Visando obter junto aos israelenses a devolução de várias áreas ocupadas aos palestinos até o ano de 2000, foi assinado no ano de 1998 o acordo de Wye Plantation. Entretanto em julho de 2000, em Camp David (EUA), o líder palestino Yasser Arafat e o premiê israelense Ehud Bara se reuniram para fazer um acordo visando resolver questões mais delicadas, mas não obtiveram sucesso. No mesmo ano, teve início uma nova rebelião popular palestina contra Israel, a chamada “segunda intifada”. A contar do ano de 2002, os atentados terroristas e ataques suicidas organizados por grupos extremistas contra Israel intensificaram-se. De saldo obteve-se omo consequência, a invasão dos israelenses as áreas palestinas autônomas e cercaram a sede de Arafat em Muqata, onde o líder palestino permaneceu até 2004, ano da sua morte. Por iniciativa do premiê Ariel Sharon, este coordenou em 2005 um amplo plano de retirada de assentamentos judaicos da região de Gaza.
Ocorrido a pouco tempo, aquela região se viu diante de vários episódios de atentados terroristas promovidos pela organização extremista palestina Hamas e à escalada da violência por parte das autoridades israelenses.
CONCLUSÃO
O mundo ver dois povos se digladiarem, palestinos e israelitas brigam pela soberania e pelo poder sobre terras que envolvem complexas e antigas questões religiosas, históricas, e culturais. Porquanto, tanto os judeus, quanto os árabes reivindicam a posse de territórios nos quais se encontram seus monumentos mais sagrados.
Por proposta da ONU foi oferecido aos dois lados conflitantes a possibilidade de um acordo para dividir a região entre palestinos e israelenses; estes deteriam 55% da área, 60% composta pelo deserto do Neguev. A Palestina resistiu e se recusou a aceitar a presença de um povo não árabe neste território.
Atualmente, sabe-se que a maioria dos povos palestinos e israelenses se posicionam a favor que a faixa de Gaza e a Cisjordânia devem fazer parte do Estado Palestino; e o Hamas e o Fatah uniram-se para a instauração de um governo de coalizão, à custa de muito sangue palestino derramado, mas esse passo ainda não foi suficiente para instalar a Palestina de volta nas mesas de negociação.
Diante das várias tentativas sem sucesso para a paz, o Brasil, através de sua política externa, continua a defender a soberania de Israel e da Palestina e se mantém disposto a ser um polo de conciliação. Segundo João Vicente Pimentel, ao se analisar a política externa do Brasil na região do conflito, três grandes fatores devem ser considerados, a saber: a relevância política e estratégica da região para o Brasil; o envolvimento das comunidades judaicas e árabe no Brasil e; os interesses comerciais e econômicos do Brasil no Oriente Médio.