Estragou? Joga fora! Esse é o lema da sociedade atual, onde nada mais se conserta. O consumismo tomou conta não só dos grandes centros, mas também das cidades pequenas, onde os objetos sonhados outrora e adquiridos com nosso labor são descartados facilmente, pois a cultura do “restauro” aos poucos foi sumindo, dando lugar à uma busca desenfreada pelo novo, pelo melhor e pelo dispêndio.
Nossas crianças não se conformam mais em ganhar como presentes carrinhos de rolimãs, piões, bilboquês, entre outros, porque aquilo nunca acaba, e se não tiver fim, não poderá dizer que 'precisa' de outro brinquedo porque aquele quebrou.
Interessante analisar como tais passatempos deram lugar à era digital, onde uma criança de 7 anos quer seu primeiro aparelho celular e não aquela tão sonhada boneca estadunidense famosa no mundo inteiro ou, se menino, aquele carrinho de controle remoto ou seu super-herói com articulações (uau, isso já foi o máximo!).
Esse consumismo é ensinado e praticado diariamente por todos nós, que queremos o celular da última geração, o notebook mais rápido do planeta, o jogo onde você se diverte sem sequer tocar em algum controle, a roupa daquela coleção lançada em Milão, a jóia do ano.
O descartável se tornou mais legal, pois trata-se de renovação constante, seja no seu guarda-roupas ou sua tecnologia, e ele está sendo repassado geração a geração, aumentando ainda mais a quantidade de escravos do consumismo no meio ambiente urbano.
Esses hábitos consumistas aumentam junto com a nossa idade e até que cheguemos à velhice, já teremos produzido uma quantidade de lixo absurda, pois a média diária de lixo gerado por cada brasileiro é de 1 kg e a expectativa de vida do brasileiro é de 75,2 anos, tornando-se a nossa trajetória não uma biografia mas sim um desastre ambiental urbano.
A vida não deve ser descartável a esse ponto! Mais consciência ambiental, menos produção de lixo e que tal começar por uma redução no consumismo?