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Fome oculta: uso de crack por adolescentes moradores de rua para inibir a fome

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Este artigo aborda um assunto importante sobre as drogas na adolescência, focando as principais causas da dependência, os riscos, a influência e a importância do apoio familiar.

1. INTRODUÇÃO

Podemos definir fome oculta como sendo um estado fisiológico transmitido do sistema digestivo para o sistema nervoso, acompanhado por sensações desagradáveis provocada pela ausência de alimentos. Esta se caracteriza por uma carência nutricional de vitaminas e minerais, conhecidos também como micronutrientes. É um problema que afeta todas as classes sociais assim como também não distingue idade e sexo, já atinge um quarto da população da população mundial.

Os sintomas na maioria das vezes somente são percebidos a longo prazo, alguns deles: dores musculares: o individuo que pratica atividade física ou até mesmo atividades diárias mas não repõe os nutrientes perdidos, além de fraqueza, cansaço e indisposição, acrescido de dificuldade de concentração, maior vulnerabilidade a infecções e queda do sistema imunológico.

As vitaminas possuem funções semelhantes umas as outras, mas também apresentam funções especificas, então as conseqüências quanto a carências das mesmas estarão relacionadas ao tipo de vitamina especifica. Quanto aos minerais, destaca-se a anemia que se faz pela ausência de ferro no organismo.

O uso de drogas, por moradores e/ou freqüentadores de rua vem se agravando a cada dia, pois o uso excessivo dela inibe a fome dessa parcela fazendo-os ter mais disposição para permanecer na rua, no mais, nasce um grave problema, aumenta-se o número de marginal devido o vício que o crack e outras drogas causam nesses usuários. A importância do Estado junto a esse problema é o tema desse artigo, que tem como objetivo explicar as razões e fazer uma analogia do uso de crack e demais drogas no intuito de saciar a fome de moradores de rua.

Atualmente a sociedade brasileira se depara com uma situação em que jovens e crianças que têm se envolvido cada vez mais cedo no mundo das drogas, são filhos de pais de classe baixa, media e classe alta, ou seja, essa situação pode envolver as famílias de todas as classes sociais, todas estão vulneráveis a esse mal que atinge a população.

Em becos e vielas observamos uma reunião de grupos pequenos e grandes de usuários de drogas e entre os adultos notamos vários adolescentes, muitos deles causam pânico, pois devido ao uso contínuo das drogas tornam-se violentos, esses adolescentes podem causar pequenos furtos para adquirir dinheiro.


2. ADOLESCÊNCIA E AS DROGAS

2.1. ADOLESCÊNCIA E O PERÍODO DE TRANSFORMAÇÕES.

A palavra adolescência tem seu significado destacada no dicionário descrita como dolecer derivada do latim e significa “crescer, ingressar, torna-se maior, atingir a maturidade”.

A adolescência é uma fase turbulenta de transição da vida infantil para a vida adulta, são varias as mudanças e transformações biológicas e psicológicas é um momento em que buscam sua identidade não apenas se orientando com os pais mais nas relações que constroem em grupos de convivência que são os amigos da escola ou do bairro.

O adolescente anseia por novos prazeres e sensações e tem um sentimento natural de onipotência, que o faz adotar comportamentos de risco sem levar em consideração os perigos envolvidos. É comum, portanto, que nessa fase, por curiosidade ou pela busca de um prazer imediato ele, se dita compelido a experimentar substancias psicoativas. Também é comum o adolescente, na ânsia de se tornar um adulto, imitar o comportamento dos mais velhos, aventurando-se com sexo, álcool e imitar ídolos que possuem histórico de envolvimento com drogas. Nesse contexto Freitas destaca:

A adolescência é um momento crucial da vida de um homem e constitui a etapa decisiva de um processo de desprendimento que começou com o nascimento. As modificações psicológicas que produzem nesse período e que são o correlato de modificações corporais levam a uma nova relação com os pais e o mundo. (FREITAS, 2002, p. 37)

Considerando ainda o pensamento de FREITAS, se por um lado o jovem conquista autonomia em relação aos pais, por outro lado desenvolve um apego aos colegas e amigos, copiando comportamentos para ser aceito no grupo. Um adolescente inseguro, com baixa auto-estima, ficará mais vulnerável á pressão dos amigos e aos modismos e poderá encontrar nas drogas uma forma de integração e de alívio para os conflitos internos.

Segundo Nery Filho e Torres (2002)

“ambos apontam que a amizade torna-se uma relação de pessoas especificas no qual o adolescente cria novos laços afetivos estabelecendo assim, um circulo social reduzido e homogêneo em que os jovens encontram sua própria identidade num processo de interação social”.

Entende-se mediante esse pensamento que essa fase é passageira, mas precisa ser bem administrada pela família para que não produza efeitos emocionais adversos para o adolescente.

Os pais precisam perceber que a adolescência pode ser um momento de muito conflito para os jovens. Eles sofrem com as mudanças que ocorrem no corpo, no emocional e nos relacionamentos. Ao mesmo tempo em que não se identificam mais com o mundo infantil, eles ainda não têm acesso ao grupo de adultos, muitas vezes os adolescentes assumem uma postura adulta sem estar preparado psicologicamente para enfrentar os desafios e as dificuldades da nova condição. Diante dessa situação ele pode buscar nas drogas uma alternativa de segurança que precisa para enfrentar o mundo adulto.


3. O USO DO CRAK E SEUS EFEITOS PSICOLÓGICOS

O crack é um derivado da cocaína, em forma de pedra, cuja principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela sua queima. Seu uso vem crescendo em conseqüência do seu baixo custo e dos efeitos intensos - que duram, em média, cinco minutos - que a droga proporciona quase que instantaneamente após o uso. Em razão do perfil dos usuários, geralmente jovens e adultos jovens, os efeitos causados por ele, como comportamento violento e irritabilidade e a violência do tráfico, transformaram o crack em uma preocupante questão de saúde pública. Entre as principais causas de morte dos usuários dessa droga estão: overdose, suicídio, acidente, AIDS e homicídio.

O crack afeta a química do cérebro do usuário, causando euforia, alegria, suprema confiança, perda de apetite, insônia, aumento da energia, desejo por mais crack, e paranóia potencial (que termina após o uso).

O seu efeito inicial é liberar uma grande quantidade de dopamina, uma química natural do cérebro que causa sentimentos de euforia e de prazer. O efeito geralmente dura de 5-10 minutos, após o qual os níveis de tempo de dopamina no cérebro despencam, deixando o usuário se sentindo deprimido. Quando o crack é dissolvido e injetado, a absorção pela corrente sanguínea é tão rápido como a absorção que ocorre quando o crack é fumado, e sentimentos de euforia podem ser experimentados. Uma resposta típica entre os usuários é ter outro hit da droga, no entanto, os níveis de dopamina no cérebro levam muito tempo para se restabelecer, e cada dose recebido em rápida sucessão leva a efeitos cada vez menos intensos.

No entanto, uma pessoa pode ficar três ou mais dias sem dormir, enquanto sob o efeito do crack. O uso do crack em uma festa é comum, durante o qual a droga é tomada repetidamente e em doses cada vez mais elevadas, levando ao usuário um estado de irritabilidade crescente, agitação e paranóia. Isso pode resultar em uma psicose paranóica, em que o indivíduo perde o contato com a realidade e passa a ter alucinações.

Abuso de estimulantes de drogas (principalmente anfetaminas e cocaína) podem levar a parasitose delirante (Síndrome aka Ekbom: a crença equivocada de que são infestados de parasitas). O uso de cocaína em excesso pode levar à formigamento, apelidado de "bugs cocaína" ou "erros de coque", onde as pessoas afetadas acreditam ter, ou sentir, parasitas rastejando sob a pele. Essas ilusões também estão associadas com febre alta ou abstinência do álcool, muitas vezes juntamente com alucinações visuais sobre insetos. Pessoas que vivem essas alucinações podem arranhar-se e causar danos cutâneos graves e sangramento, especialmente quando eles estão delirando.

Fonte: https://projetoanjosdanoite.blogspot.com/2007/06/projeto-anjos-da-noite.html. Acesso em 03/10/11.

O livro “Overdose”, do pesquisador paraibano Jair Cesar de Miranda Coelho, membro do Conselho Estadual de Entorpecentes da Paraíba (CONEN-PB), faz uma análise comparativa entre o consumo de crack na década de noventa e o perfil do consumidor e usuário de crack no Brasil atualmente. Na sua pesquisa consta os efeitos fisiológicos em curto prazo do crack que incluem constrição dos vasos sanguíneos, pupilas dilatadas, aumento da temperatura, da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Grandes quantidades (várias centenas de miligramas ou mais) intensificam o efeito do crack para o usuário, mas também pode levar a um comportamento bizarro, errático, e violento.

Grandes quantidades podem induzir tremores, vertigens, espasmos musculares, paranóia ou, com doses repetidas, uma reação tóxica muito parecida com a reação do uso das anfetaminas. Alguns usuários de crack entrevistado por ele, relatam sentimentos de agitação, irritabilidade e ansiedade. Em casos raros, morte súbita pode ocorrer no primeiro uso do crack ou de forma inesperada depois. As mortes relacionadas ao crack são muitas vezes resultado de parada cardíaca ou convulsões seguidas de parada respiratória.

Uma tolerância considerável ao uso do crack pode se desenvolver, com muitos viciados relatando que eles procuram, mas não conseguem atingir tanto prazer como fizeram da sua primeira experiência. Alguns usuários aumentam a freqüência das doses para intensificar e prolongar os efeitos eufóricos. Embora a tolerância à altas doses possa ocorrer, os usuários poderão também tornar-se mais sensíveis (sensibilização) para efeitos anestésicos e convulsivante do crack, sem aumentar a dose tomada:. Aumento de sensibilidade pode explicar algumas mortes que ocorrem após doses aparentemente baixas de crack.

O crack eleva a temperatura do corpo, podendo causar no dependente um acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá uma aparência visivelmente alterada aos seus usuários contínuos, bem característica (esquelética): olhos esbugalhados e ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando não estão sob seu efeito narcótico. Outro efeito da droga é o excesso de horas sem dormir, e tudo isso pode deixar o dependente facilmente doente.

O pesquisador Luis Flávio Sapori, do Instituto Minas pela Paz, que realizou a mais aprofundada pesquisa sobre o assunto, financiada pelo CNPq, aponta que o crack é sem dúvida um fator de risco para a violência urbana. Segundo Sapori não há uma política nacional de saúde pública para acolher o dependente químico que queira se tratar. Ao mesmo tempo não há mecanismos para aqueles que necessitariam de uma internação involuntária.

Embora seja uma droga mais barata que a cocaína, o uso do crack acaba sendo mais dispendioso, pois o efeito da pedra de crack é mais intenso, mas passa mais depressa, o que leva ao uso compulsivo de várias pedras por dia.

O usuário que não tem capacidade monetária para bancar o custo do vício pratica de delitos para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa. Muitos dependentes acabam vendendo tudo o que têm a disposição, ficando somente com a roupa do corpo. Em alguns casos, podem se prostituir para sustentar o vício. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la. Tais "características" foram mostrados pelo programa Profissão Repórter, que foi ao ar pela TV Globo, no dia 16/11/2010.

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A Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 28(3): 196-202, set, 2006, editada pela Associação Brasileira de Psiquiatria no artigo Causas de morte entre os usuários de crack, especifica:

“(...) no caso do crack, com apenas três ou quatro doses, às vezes até na primeira, o usuário se torna completamente viciado. Normalmente o dependente, após algum tempo de uso da droga, continua a consumi-la apenas para fugir do desconforto da síndrome de abstinência — depressão, ansiedade e agressividade —, comum a outras drogas estimulantes”.

O artigo relata também que após o uso do crack, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a princípio contra a própria família, desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por conseqüência, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do número de crimes relacionados ao vício em referência.

As chances de recuperação dessa doença, que muitos especialistas chamam de doença adquirida são das mais baixas que se conhece dentre todas as drogas-dependência. A submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente é difícil, haja vista que a vontade de voltar a usar a droga, é grande demais. Além disso, a maioria das famílias de usuários não tem condições de custear tratamentos em clínicas particulares ou de conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais, que nem sempre tem credibilidade. É comum o dependente iniciar, mas abandonar o tratamento. A imprensa também tem mostrado as dificuldades sofridas por parentes de viciados em crack para tratá-los. Casos extremos, de famílias que não conseguem ajuda no sistema publico de saúde, são cada vez mais comuns.

Outro fator que contribui para a dificuldade de tratamento é a falta de assistencialismo social, visto que poucas cidades brasileiras possuem o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e drogas (CAPS AD). Essa modalidade de CAPS possui atendimento ambulatorial e hospital-dia com equipes interdisciplinares cuja função é criar uma rede de atenção aos usuários de álcool e outras drogas.

A recuperação não é impossível, mas depende de muitos fatores, como o apoio familiar, da comunidade e a persistência da pessoa (vontade de mudar). Segundo o médico psiquiatra Marcelo Ribeiro de Araújo, "Faz-se necessário a constituição de equipe interdisciplinar experiente e capacitada, capaz de lhes oferecer um atendimento intensivo e adequado às particularidades de cada um deles, contemplando suas reais necessidades de cuidados médicos gerais, de apoio psicológico e familiar, bem como de reinserção social”.

Diferentemente do que se poderia imaginar, porém, não são as complicações de saúde pelo uso crônico da droga, mas sim os homicídios, que constituem a primeira causa de morte entre os usuários, resultantes de brigas em geral, ações policiais e punições de traficantes pelo não-pagamento de dívidas contraídas nesse comércio. Outra causa importante são as doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV, por exemplo, por conta do comportamento promíscuo que a droga gera. O modo de vida do usuário, enfim, o expõe à vitimização, muitas vezes e infelizmente levando-o a um fim trágico.


4. PERFIL DOS MORADORES DE RUA

Olhares distantes e desprovidos de esperança. Caminhantes sem destino, perdendo o passado e a esperança em um futuro. Pessoas duplamente esquecidas, pela sociedade e por eles mesmos, pois muitos já não se lembram mais da sua própria essência. Alguns são chamados moradores de rua, outros de mendigos, mendicantes ou pedintes. Quem sabe, conforme o olhar do observador, caso este observe, também são rotulados de vagabundos, bêbados ou viciados.

São histórias desconhecidas por todos, ou quase todos. São filhos abandonados. Pais ou mães desprezados. Viciados nos mais diversos tipos de drogas cujos familiares desistiram de lhes salvar, ou não puderam salvar. Quem sabe deixaram para um dia que nunca parece chegar. Muitos tiveram suas famílias ou seus empregos, mas as famílias se diluíram em um oceano de problemas insolúveis, e seus empregos se perderam no tempo. Alguns até trabalham de forma digna em subempregos que não são dignificantes.

Passamos por eles, e se prestarmos a devida atenção, quem sabe possamos imaginar suas dores ou seus dramas. Em alguns casos estendemos as mãos com algumas moedas, ou quem sabe algum alimento para o corpo físico, no intuito inócuo de fazer o bem, e mais ainda para aliviar um pouco nosso próprio sentimento de culpa, oculto e desconhecido. Muito raramente paramos para ver nos seus olhos, perguntar-lhes os nomes, de onde vieram e sem possuem familiares. Como chegaram a tal ponto de degradação humana? Seria extremamente constrangedor perguntar-lhes para onde pretendem ir, pois certamente não o sabem.

A grande massa desses maiores abandonados ultrapassou os tênues limites da miserabilidade. Eles simplesmente desistiram de viver e andam por aí carregando ou arrastando suas vidas, esperando um final, um triste final. Alguns invadiram o terreno instável, obscuro e doloroso da insanidade e da loucura, perdendo-se em devaneios, sendo vistos como loucos ou doentes sem tratamento.

Do estudo em questão em entrevista aos moradores de ruas tomando por base uma amostragem em Juazeiro do Norte, Ceará, constatou-se que 42% dos entrevistados perambulam e moram na rua no intervalo de tempo de 1 a 5 anos. Percebeu-se pelas conversas que eles não culpam a família por isso e até fazem da situação uma profissão e 80% destes realmente tem como única fonte de renda os pequenos trabalhos que fazem em seu cotidiano, como por exemplo: flanelinhas, limpadores de parabrisas em sinais, etc.

Quando foi questionado o foco desse artigo que é a fome oculta, ou seja, a substituição dos alimentos pelas drogas, seja para minimizar a escassez da mesma, seja pelo domínio do vício, 60% dos entrevistados nem sabiam o que significava uma alimentação balanceada e, por tal fato 70% dos entrevistados já usaram ou usam a droga para driblar a fome, porém acreditam que, se tivessem uma alimentação balanceada não fariam uso das drogas. Eles citaram inclusive que quando estão em êxtase não sentem fome o que levam a, quando de posse de algum valor monetário, priorizarem a droga perante o alimento.

Ademais, 60% da amostragem encontram na rua o acesso mais viável e livre para adquirir as drogas. Ao contrário do questionado ser estes locais as escolas e festas eles dizem que nem sempre existe esse acesso e, diante das suas vulnerabilidades eles são o alvo dos traficantes. Eles falaram também que de usuários passam a serem os repassadores, apelidados de “aviões” e, em troca são reabastecidos.

Nenhum dos entrevistados participa de programas do governo e, nem se interessam em participarem, muito menos querem criar vínculos com empregos, pois, por viverem em cidade turística é bem cômodo e mais gratificante financeiramente sobreviverem de esmolas, mas, se a situação financeira fosse estável apenas 20% dos entrevistados assumiram a possibilidade do uso das drogas ilícitas pelo mero prazer de consumi-las. Os restantes ainda culpam a falta de moradia, alimentos e estabilidade profissional pelo vício.

No quesito responsabilização estudos vislumbram a sociedade através de políticas públicas a assumirem posições contra as drogas e assim, mobilizar para que de um lado as pessoas sejam conscientizadas a não fazerem o uso, de outro, diminuir a oferta combatendo o trafico. Na opinião dos entrevistados percebe-se uma divisão, onde 50% responsabilizam o fácil acesso às drogas pelo o vício e outros 50% atribuem a falha do poder púbico.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A perda de laços afetivos e comunitários compromete a vida das pessoas, especialmente do ponto de vista da sua saúde mental. Tais fatores, portanto, acabam compondo o quadro geral de falta de pertencimento e desfiliação social.

Para garantir a condição de convivência, quem está na rua tem como alternativa a construção de novos vínculos, vínculos esses que na maioria das vezes são negativos a vida social desse morador.

O freqüentador de rua fica a mercê de experiência perigosas, tais como, a entrada no contexto do vício das drogas, pois essa, tem um acesso facilitado.

Motivos são preponderantes para a inserção do morador de rua ao vício das drogas, tais como: A ociosidade, assim como a falta de uma alimentação balanceada, ou seja, os mesmo passam horas, quiçá, dias sem se alimentarem. Devido à falta desses alimentos essenciais eles entregam-se as drogas como forma de mascarar a fome, tornando-os conseqüentemente dependentes químicos.

Sem um emprego formal, sem o auxílio de familiares, poder público, esses se vêem na responsabilidade de usarem o pouco que ganham na rua para saciar seu vício, não para se manterem, como por exemplo, se alimentarem devidamente, pois como segundo os próprios, o que ganham é insuficiente para tal.

A falta de uma alimentação, a vida instável da rua e o uso constante de drogas por essa camada os levam ao final a destruição, na maioria das vezes a óbito.


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • https://www.slideshare.net/flaviocampos/artigo-sobre-crack-rd

  • https://zerohora.clicrbs.com.br/especial/br/cracknempensar/conteudo,0,3755,Comocrackagenoorganismo.html

  • https://www.e-familynet.com/artigos/articles.php?article=1576

  • https://local.artigosinformativos.com.br/Descubra_os_sintomas_da_fome_oculta_Belo_Horizonte_Minas_Gerais-r1242186-Belo_horizonte_MG.html

  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Crack

  • https://www.soartigos.com/artigo/33/Os-Esquecidos-Moradores-de-Rua/

  • https://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/web/artigo_cientifico/ler_artigo_cientifico.php?id_artigo_cientifico=131 acessado em 07/10/2015

Sobre as autoras
Roberta Esmeraldo Mourão

Estudante de direito da Faculdade Paraíso do Ceará-FAPCE<br>Cursando o 7º Semestre

Lívia Karine Esmeraldo Mourão

Estudante de Ciências Contábeis, graduada em Serviço Social

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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