Peter Cohen em seu documentário apresenta o essencialismo para vida e como ele se desenvolveu através do tempo e da tecnologia.
Partindo do conceito evolucionista de Darwin, Francis Galton defendeu a ideia da eugenia: aprimoramento da espécie humana. “A vida, a família e a sociedade poderiam ser cultivadas como um jardim, no qual ervas daninhas devem ser distinguidas das plantas úteis e eliminadas”.
Com esse argumento de eliminação, criou-se o conceito de eugenianegativa: que se referia aos “defeitos” geneticamente transmitidos a prole de uma “raça inferior” (que se reproduzia mais aceleradamente); e eugenia positiva: que incentivava a reprodução de seres superiores, destinguindo a procriação da afetividade.
A exemplificação desta última foi o instituto alemão liderado por Lebensborn, que consistia na reprodução assistida de mulheres alemães superiores geneticamente e solteiras. Estas tinham a responsabilidade social de dar a luz a nova raça alemã (geneticamente super dotados).
Nessa época foi criado o conceito de higiene racial, pelo médico alemão Alfred Ploetz, que tinha como objetivo a eliminação de bebês defeituosos e a caça aos negros, criando uma nova ciência: a biologia racial e social. Dando origem, pioneiramente na Suécia em 1922, o instituto de biologia racial do Dr. Hermann Lundborg.
Foram criadas mundialmente, mas com principal efetividade nos países nórdicos, campanhas de esterelidade em massa. Essas duraram na Suécia até a década de 70. Nesse país foram levadas a cabo pesquisas sistemáticas em prisões, institutos penais, pequenas cidades e paróquias, com enfase nas características étinicas e antropológicas.
Com essa concepção as famílias eram premiadas pelas suas “boas” qualidades e habilidades, como era o caso, na Alemanha, de bebês provindo de famílias humildes e gozando de saúde. Essas ideologias racistas disseminaram-se associadas ao surgimento de uma política de bem estar social do estado.
Conceitos de eugenia adotou características dispares nas diversas nações européias. Na Alemanha, a superioridade racial estava pautada na perfeição estética enquanto que na antiga URSS essa idéia se vinculava com a sabedoria.
O estudo disso foi o estudo realizado por Oskar Vogt sobre o cérebro de Lênin, após sua morte. Decorrido o tempo agregaram-se um grande acervo de cérebros, nos quais eram feitos medições, comparações e hierarquização dos diferentes tamanhos de crânios e biótipos, com o intuito de se descobrir a raíz genética da inteligênciae das desigualdades sociais.
Os conceitos apresentados pelo documentário, apesar de muito defendidas no século XX, se mostraram utópicas para explicar com propriedade as diferenças entre os seres humanos. Ainda no século XXI sentimos suas influências.
“Em seu esforço para se definir, o homem continua a encontrar novos obstáculos”. Peter Cohen.