Compreender o funcionamento da oratória permite um domínio muito maior do que simplesmente seguir uma orientação para fazer desta ou daquela maneira. Quando entendemos a dinâmica conversacional, a internalização do conhecimento é facilitada, e a capacidade de adaptação das informações à nossa realidade pessoal é ampliada.
Um bom ponto de partida para essa compreensão é perceber que a comunicação é um processo realizado, em grande parte, inconscientemente – isto é, de forma mecânica, uma espécie de “piloto automático”. É por essa lógica de funcionamento que conseguimos executar algumas ações simultaneamente, como gesticular, andar pelo palco, variar o tom de voz, a expressão facial, a postura corporal, etc.
Todavia, como qualquer “piloto automático”, o inconsciente pode ser mal programado: basta pensar naquele sujeito afoito, ansioso, descontrolado emocionalmente, que gesticula de forma desordenada, posiciona-se com desleixo e não mantém contato visual com os interlocutores.
Desse modo, o segredo para corrigir estes, e outros, equívocos é justamente reprogramar o cérebro para comunicar tranquilidade e autoridade, dentre outras qualidades de um bom orador. Essa “reprogramação mental” é realizada através de treino constante, uma vez que o inconsciente incorpora os padrões de comunicação que são intensamente repetidos.
Contudo, existem algumas dicas de Programação Neurolinguística – uma excelente ferramenta educacional, aliás – que ajudam a melhorar os resultados dos treinos por meio de um processo de ressignificação, de redefinição do significado da oratória para você.
Primeiramente, é necessário ter emoções positivas em relação ao processo de aprendizado e à oratória em si. Ou seja, você tem que amar aprender oratória, assim como sua prática. Quanto mais se gosta de algo, mais o inconsciente se envolve com o assunto e, consequentemente, participa daquela parte da sua vida, buscando soluções para quaisquer percalços.
Em outras palavras: se você não ama a oratória, aprenda a amar!
A mesma coisa se pode dizer do interesse pela oratória. Quanto maior ele for, mais o cérebro buscará formas de implementar os aprimoramentos, memorizando e aprendendo de maneira mais eficiente.
Além disso, também é fundamental desenvolver o senso de utilidade. Se a pessoa não vê nem sente utilidade, o cérebro desprezará as informações, fazendo com que a memorização, o aprendizado e a qualidade da execução da tarefa sejam profundamente prejudicados.
Por fim, crie “projeções mentais”, simulações na sua cabeça, com aquilo que você quer que aconteça nas apresentações. O inconsciente trabalhará para realizar a imagem com a qual você o programou.
Com muito treino e seguindo essas dicas, o processo de aprendizado será mais eficiente e bem menos traumático. Mãos à obra!