Por que amar a oratória?

11/10/2016 às 22:29
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Compreender o funcionamento da oratória permite um domínio muito maior do que simplesmente seguir uma orientação para fazer desta ou daquela maneira. Alguns fatores são determinantes para maior ou menor facilidade ao falar em público.

Compreender o funcionamento da oratória permite um domínio muito maior do que simplesmente seguir uma orientação para fazer desta ou daquela maneira. Quando entendemos a dinâmica conversacional, a internalização do conhecimento é facilitada, e a capacidade de adaptação das informações à nossa realidade pessoal é ampliada. 

Um bom ponto de partida para essa compreensão é perceber que a comunicação é um processo realizado, em grande parte, inconscientemente – isto é, de forma mecânica, uma espécie de “piloto automático”. É por essa lógica de funcionamento que conseguimos executar algumas ações simultaneamente, como gesticular, andar pelo palco, variar o tom de voz, a expressão facial, a postura corporal, etc.

Todavia, como qualquer “piloto automático”, o inconsciente pode ser mal programado: basta pensar naquele sujeito afoito, ansioso, descontrolado emocionalmente, que gesticula de forma desordenada, posiciona-se com desleixo e não mantém contato visual com os interlocutores.

Desse modo, o segredo para corrigir estes, e outros, equívocos é justamente reprogramar o cérebro para comunicar tranquilidade e autoridade, dentre outras qualidades de um bom orador. Essa “reprogramação mental” é realizada através de treino constante, uma vez que o inconsciente incorpora os padrões de comunicação que são intensamente repetidos.

Contudo, existem algumas dicas de Programação Neurolinguística – uma excelente ferramenta educacional, aliás – que ajudam a melhorar os resultados dos treinos por meio de um processo de ressignificação, de redefinição do significado da oratória para você.

Primeiramente, é necessário ter emoções positivas em relação ao processo de aprendizado e à oratória em si. Ou seja, você tem que amar aprender oratória, assim como sua prática. Quanto mais se gosta de algo, mais o inconsciente se envolve com o assunto e, consequentemente, participa daquela parte da sua vida, buscando soluções para quaisquer percalços. 

Em outras palavras: se você não ama a oratória, aprenda a amar!

A mesma coisa se pode dizer do interesse pela oratória. Quanto maior ele for, mais o cérebro buscará formas de implementar os aprimoramentos, memorizando e aprendendo de maneira mais eficiente.

Além disso, também é fundamental desenvolver o senso de utilidade. Se a pessoa não vê nem sente utilidade, o cérebro desprezará as informações, fazendo com que a memorização, o aprendizado e a qualidade da execução da tarefa sejam profundamente prejudicados.

Por fim, crie “projeções mentais”, simulações na sua cabeça, com aquilo que você quer que aconteça nas apresentações. O inconsciente trabalhará para realizar a imagem com a qual você o programou.

Com muito treino e seguindo essas dicas, o processo de aprendizado será mais eficiente e bem menos traumático. Mãos à obra!

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Sobre o autor
Leonardo Goulart Magalhães

Professor de Oratória. Bacharel em Direito pela UFMG. Advogado e Consultor Jurídico com atuação na área do Direito Público, notadamente Direito Penal e Direito Administrativo. Pós-graduado em Direito Constitucional Aplicado.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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