INTRODUÇÃO
Diante das preocupações em torno da política econômica e da degradação ambiental, este trabalho apresenta duas formas para explicar ou normatizar um dos principais problemas que abrange as Relações Internacionais.
A definição de teorias nas Relações Internacionais deve ser compreendida para um aprofundamento no contexto do termo Teoria Verde X sustentabilidade ecológica.
O pensamento Verde não pode ser reconhecido como uma “teoria”, pois adota parâmetros descritos por outras teorias ligadas a Relações Internacionais, devendo ser considerado uma crítica ao invés de uma teoria de resolução de problema.
O embate entre Política Verde e ambientalismo traz importantes informações acerca da política global, sendo que primeiro condena ser esta a responsável pela atual crise ambiental mundial; já a segunda tenta, dentro deste cenário, adaptar a atual política mundial aos três pilares descritos para fortalecer o termo Desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental).
Características ou ideologias assumidas pela “teoria” Verde nos faz refletir, por meio de críticas em defesa do meio ambiente, visto que a literatura adota a linha de política de filosofia ecológica do ecocentrismo e rejeita a questão antropocêntrica, além de defender a descentralização do poder.
O conhecimento e estudo dentro destas duas formas de “defender” o meio ambiente e a sua importância no cenário atual, não são suficientes para o meio ambiente, pois conceito oposto ao crescimento econômico é o “Decrescimento”; este mostra que a atual proposta de economia não é sustentável pelo ecossistema global e também não condiz com a nossa realidade brasileira
1 TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Antes de desenvolver um raciocínio que ligue as políticas verdes e o termo sustentabilidade ambiental é necessário inicialmente definir a teoria das Relações internacionais, para que se possam desenvolver uma linha de raciocínio crítico sobre o termo desenvolvido no Relatório Brundtland.
A Teoria das Relações Internacionais busca explicar o impacto da evolução dos acontecimentos que transcendem a região interna do Estado, com o propósito de tornar o mundo mais compreensível para seus interlocutores, com o desejo de corrigir mediante previsões para o futuro as imperfeições da política internacional. De acordo com Pontes Nogueira e Messari (2005, p.2)
As teorias das Relações Internacionais têm a finalidade de formular métodos e conceitos que permitam compreender a natureza e o funcionamento do sistema internacional, bem como explicar os fenômenos mais importantes da política mundial.[1]
E diante destas afirmativas pode-se inferir que as teorias em torno das Relações internacionais têm constituído um papel cada vez mais importante para o estudo desta ciência, visto que as questões de guerra e paz são conceituados e analisados de diversas maneiras.
Dentre todas as teorias desenvolvidas e discutidas sobre as Relações Internacionais a Teoria Verde sem sombra de dúvida é mais nova e se faz crucial apontar a sua importância no cenário mundial.
1.1 Teoria Verde
A mais recente das “teorias”, se preocupa em explicar e discutir assuntos em âmbito universal, tendo como base o estudo e solução para as crises ecológicas globais e reconstrução de uma política mundial, porém devem-se advertir que esse estudo restringe-se a uma critica ao invés de uma teoria de resolução de problema.
O pensamento dentro da política verde é usado para desenvolver uma posição Verde em Relações Internacionais, sendo duas as literaturas utilizadas – uma versa sobre a política verde e a outra discute sobre uma ecologia global.
Ambas as literaturas rejeitam o sistema de estados, defendem a adoção de um sistema oposto à acumulação dos poderes em um governo central, ou seja, uma descentralização da organização política, mas também econômica e social.
Há diferenças pertinentes entre Política Verde e ambientalismo, como ensina Mattew Paterson[2] os ambientalistas se adéquam a situação política existente, já os verdes acusam e condenam essas estruturas políticas atuais como a principal culpada pela crise ambiental ao invés de arranjos institucionais.
Os verdes ou Teoria Verde não possuem uma metodologia clara e tem como objeto central de análise a crítica de que as sociedades humanas contemporâneas são ecologicamente insustentável, e diante deste expõem sobre a crise ecológica que a humanidade enfrenta e se concentram nesta como a questão mais importante para a humanidade e fornecem uma base normativa para lidar com ele.
Porém antes de entendermos a base normativa para a crise ecológica atacada pela literatura verde, torna importante destacarmos a importância e desenvolvimento ambiental na perspectiva ambientalista em Relações Internacionais, posição esta compatível com a posição institucionalistas liberal.
1.2 Contexto Histórico
Os movimentos ambientalistas surgidos em meados dos anos de 1960, a fim de conscientizar sobre a destruição do meio ambiente tomou âmbito global, exigiu que muitas empresas criassem uma nova imagem verde por meio da publicidade, e, com o primeiro Dia da Terra[3], outras tantas se anunciaram como sendo amiga do meio ambiente.
Em 1972, pela primeira, mundialmente, preocupou-se com as questões ambientais globais na Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas. Durante essa Conferência foi adotado a Declaração das Naçoes Unidas sobre o meio ambiente, que comportou um preâmbulo e 26 – vinte e seis –princípios. Despertou a atenção internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição transfronteiriças.
No ano de 1985 nos Estados Unidos da America:
A Chevron Corporation lançou um dos mais famosos greenwashing campanhas publicitárias da história. Da Chevron ‘As pessoas não propagandas visavam a ‘platéia hostil’ de pessoas "socialmente conscientes’. Dois anos após o lançamento da campanha, as pesquisas encontrei pessoas na Califórnia confiável Chevron mais do que outras companhias de petróleo para proteger o meio ambiente. Na década de 1980 O Conselho Americano de Química iniciou um programa chamado Responsible Care , que brilhou a luz sobre o desempenho ambiental e precauções dos membros do grupo. As diretrizes soltas de cuidado responsável causado indústrias a adotar a auto-regulação sobre regulação do governo.[4] [5]( GREENWASHIN, 2013 )
No ano de 1986 o termo greenwashing foi utilizado por Jay Westervelt que em um reportagem sobre a indústria hoteleira descreveu que a prática de colocar cartazes em cada quarto, promovendo a reutilização de toalhas ostensivamente para "s" salvar o meio ambiente, pouco ou nenhum esforço no sentido de reduzir o desperdício de energia estava sendo feito por essas instituições.
Westerveld afirmou que o objetivo real desta "campanha verde" por parte de muitos hoteleiros foi, de fato, o aumento do lucro, rotulando este e outros atos exteriormente ambientalmente conscientes com um propósito subjacente a maior de aumento do lucro como greenwashing.[6]
Em 2010, a Organização TerraChoice, uma empresa de marketing ambiental, lançou seus Sete Pecados da Greenwashin:
1. Pecado do Custo Ambiental Camuflado: Rótulo destaca uma qualidade ‘verde’ do produto e esconde outras características que podem representar uma perda ambiental maior. 2. Pecado da Falta de Prova: Faltam dados que provem que o produto é correto ambientalmente e as informações não são acessíveis (nem no local de compra, nem na internet).3. Pecado da Incerteza: Quando o consumidor não entende a informação passada e confunde significados. Alguns exemplos estão nas expressões “natural” (arsênio, urânio e mercúrio são naturais, mas venenosos) e “amigo do meio ambiente ou ecologicamente correto” (pedem uma explicação complementar – afinal, ecologicamente correto, por si só, não quer dizer muita coisa). 4. Pecado do Culto a Falsos Rótulos: O produto transmite a impressão errada quando parece que tem um selo confiável e não tem – tipo desenhos de uma arvorezinha ou de um planeta fofo que estão ali só para ‘encher linguiça’ e podem confundir o consumidor. 5. Pecado da Irrelevância: Quando é dado destaque para informações que não são importantes ou úteis na busca do consumidor. Ou seja, o rótulo distrai e pode fazer com que a pessoa deixe de procurar opções melhores. Um exemplo citado no estudo é quando uma embalagem traz a mensagem ‘não contém CFC’ como se fosse um diferencial (a substância foi banida por lei há anos). 6. Pecado do ‘Menos Pior’: O benefício ambiental do produto pode até ser verdadeiro, mas esconde o impacto da sua indústria como um todo. Por exemplo, pesticidas que se apresentam como ecologicamente corretos 7. Pecado da Mentira: Como o nome diz, a informação passada é falsa.[7] (CINTRA, 2013)
O desenvolvimento sustentável almejado por seres conscientes está sendo usado de forma indiscriminada por organizações que visam, a princípio, o fator econômico. Essa distorção do termo proposto no Relatório de Brundtland vem em ataque ao meio ambiente, pois informações são passadas de forma errônea e isso só causa mais prejuízos ao ambiente.
Rogério Ferro (2013) destaca que a nossa legislação (Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária) determina que a publicidade tem a obrigação de atender os seguintes princípios fundamentais:
Veracidade – deve informar sobre o que é verdadeiro e passível de verificação e comprovação; Exatidão – deve ser exata e precisa, não cabendo informações genéricas e vagas; Pertinência – deve ter relação com processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados; e Relevância – o benefício ambiental salientado deve ser significativo em termos do impacto ambiental total do produto ou do serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, durante a produção, o uso e o descarte[8].
A publicidade tem a obrigação de ir além do respeito ao meio ambiente, mas também contribuir para a formação de valores humanos e sociais éticos, responsáveis e solidários. A valorização do meio ambiente e do ser humano, e não do capital, tem que ser prioridade, além do que, inegável que a inclusão participativa da sociedade nos projetos de responsabilidade socioambiental (crowdsourcing) é mais uma ferramenta em prol da Sustentabilidade.
2 SUSTENTABILIDADE
O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar), sendo a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo[9].
O uso do termo "sustentabilidade" difundiu-se rapidamente, incorporando-se ao vocabulário politicamente correto das empresas, dos meios de comunicação de massa, e das organizações da sociedade civil, a ponto de se tornar quase uma unanimidade global[10].
A teoria verde X desenvolvimento sustentável, vem trazer o seu sentido ecologicamente, o qual teve o seu “início” apontado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano[11] a qual foi influenciada pelo Clube de Roma, e a sua construção técnica no Relatório de Brundtland de 1987, sendo a sua consolidação na ECO-92[12] [13].
2.1Relatório Brundtland[14]
Este foi o documento intitulado Our com mon Future (Nosso Futuro Comum) [15] publicado em 1987. Neste documento o desenvolvimento sustentável é concebido como: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.”
Consuelo Y. Moromizato Yoshida[16] (2009, p. 80) descreve que:
Na acepção literal, desenvolvimento sustentável significa simplesmente desenvolvimento continuado no tempo[17]. A definição consagrada no Relatório Brundtland[18] traduz esta ideia: é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas próprias necessidades.
E, nesse sentido, se faz lúcido o entendimento de que na relação homem e meio ambiente não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade, mas também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, pois este deve ser preservado.
Uma proposição aceitável, universalmente, é que tem como uma de suas premissas o reconhecimento da ‘insustentabilidade’ da trajetótia adotada e a necessidade de correção da rota do atual padrão socieconômico de desenvolvimento. Além disso, propõe a possibilidade de um novo modelo socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável[19] (GODOY, 2013)
O Desenvolvimento Sustentável é construído, segundo a ONU, em três pilares, econômico, social e ambiental, os quais trazem um novo conceito pertinente ao estudo da educação ambiental, visto que a Educação para a sustentabilidade[20] tem como base um novo modo de pensar e agir visando à qualidade de um sistema por tempo indeterminado no qual os indivíduos atendam suas necessidade sem comprometer o direito das gerações futuras de atenderem às suas próprias[21].
É preciso desejar e construir um mundo no qual o crescimento não seja o econômico, mas sim aquele necessário para o bem estar de todos, por isso faz-se necessário mais educaçãoe acesso a justiça[22] e a outras inúmeras coisas que tragam a dignidade ao homem em respeito ao meio ambiente.
2.1.1 Relatório Brundtland - Medidas a serem adotadas
A Assembleia Geral das Nações Unidas trasmitiu a todos os governos o Relatório da Comissão Brundtland que tratou de propostas para estabelecimento de políticas e programas para a promoção do desenvolvimento sustentavel.
As Nações deveriam (devem) adotar as seguintes medidas internas:
Limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores; atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia)[23].
E em âmbito internacional, as metas propostas são:
Adapção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento); protecção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antárctica, oceanos, etc, pela comunidade internacional; banimento das guerras; implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Relatório Brundtland postulou que a responsabilidade é coletiva em prol da proteção do meio Ambiente, ou seja dos recursos universais, tais como clima e biodiversidades, por isso convocou aos países desenvolvidos a prestarem assistência aos países em desenvolvimento.[24] [25]
Essa forma de produzir sem degradar o meio ambiente deve ser adotado a todos os níveis da organização, sendo essa uma responsabilidade socioambiental coerrente e real, pois o ambiente não vive de fantasia e de sustentabilidade de propaganda.
2.1.2 Greenwashing
Quando se fala em fantasia, chega-se a o termo Greenwashing, e este branqueamento ecológico ou propaganda Verde, está em alta!
Este é o termo utilizado para designar um procedimento de marketing que as organizações que deveriam atuar verdadeiramente em prol do meio ambiente utilizam com o objetivo de passar à opinião pública uma imagem ecologicamente responsável de sua própria organização e de seus serviços ou produtos, mesmo tendo uma atuação contrária aos interesses ambientais.[26]
O problema é agravado pela aplicação desidiosa dos órgãos reguladores deste instituto de marketing[27]. Críticos desta prática sugerem que o aumento de greenwashing, aliado com a regulação ineficaz, contribui para o ceticismo do consumidor de todas as reivindicações verdes e diminui o poder do consumidor nas empresas que buscam soluções mais ecológicas para os processos de fabricação e operações de negócios.[28]
3 BASE NORMATIVA DA “TEORIA” VERDE
Retornar ao tema “teoria verde” e apresentar informações das quais o Desenvolvimento Sustentavel está intrisicamente ligado, se faz necessário, pois os efeitos da crise ambiental e a política mundial atacada pelos verdes pode colocar em risco a coexistência harmoniosa entre o homem e a natureza, indo além do defendido no traçado no documento Nosso Futuro Comum.
A literatura desenvolvida com base na política verde traz as características a este conceito sobre a Relação internacional, das quais se assemelham as demais abordagens críticas.
O ecocentrismo[29] se destaca por ser dentre as características da ideia verde a de maior repercussão, pois como traz manifesto a rejeição antropocêntrica, e destaca que todos os seres são fundamentalmente humanos e não humanos.
Ted Mosquin e Stan Rowe publicaram O Manifesto para Terra no Journal iodiversity.[30]
Qualquer um que procure pelo sentido da vida, por convicções de apoio que tomem diversas formas. Muitos procuram por uma fé que ignore ou descarte o mundo, não compreendendo de forma profunda que nós nascemos da Terra e por ela somos nutridos durante nossas vidas. Na cultura industrial dominante de hoje, Terra-enquanto-casa não é um conceito óbvio. Poucos param diariamente para considerar com admiração a matriz envolvente da qual nós vivemos, e para a qual, no fim, nós tomos retornamos. Porque nós somos para com a Terra, a harmonia de suas terras, mares, céus e incontáveis organismos carregam rico significado pouco compreendido. Nós estamos convencidos de que até que a Ecosfera seja reconhecida como a indispensável base para todas as atividades humanas, pessoas vão continuar a colocar os seus interesses imediatos como prioridade. Sem uma perspectiva ecocêntrica que sirva como âncora para os valores e propósitos numa realidade maior do que a de nossa espécie, a resolução dos conflitos políticos, economicos, e religiosos será impossível. Até que o foco limitado de comunidades humanas seja ampliado para incluir os ecossistemas da Terra - os lugares próximos e regionais nos quais nós habitamos - programas para uma forma de viver sustentável estão fadados ao fracasso . Uma confiante adesão para com a Ecosfera, uma empatia estética para com a Natureza que nos cerca, um sentimento de espanto pelo milagre da Terra Viva e sua misteriosa harmonia, é a maior herança não reconhecida pelo homem. Carinhosamente reconhecida novamente, nossas conexões para com o mundo natural irão começar a preencher a lacuna nas vidas no mundo industrializado. Propósitos ecológicos importantes que a civilização e urbanização tem deixado no escuro irão re-emergir. O objetivo é a restauração da diversidade e beleza da Terra, com nossa prodigial espécie, uma vez mais como um cooperativo, responsável e ético membro.
Somando essa rejeição antropocêntrica, a literatura verde acrescenta a segunda característica fundamental da política Verde, na qual o crescimento econômico exponencial experimentado durante os últimos dois séculos é a raiz da atual crise ambiental.
A terceira característica da política Verde, como já dito anteriormente e defendida por muitos escritores, é também tida como principal atributo desta forma de defender o meio ambiente, a descentralização; defendida pelos verdes compartilha uma crítica ao sistema de estados optando por uma posição que rejeita a idéia de estruturas de poder globais emergentes em correspondência a alguma idéia de uma comunidade global.
Em síntese, a “teoria” verde tem uma série de características em comum com muitas outras abordagens críticas, mas, apesar desta situação, possui suas próprias características e defesas, tendo proposto, até o momento, e junto o âmbito das Relações Internacionais a explicação da crise ecológica que o homem confronta, apresentando uma base normativa para confrontar esses dilemas e não simplesmente explicar e se adequar a situação mundial confrontando o termo sustentabilidade.
CONCLUSÃO
Teoria Verde X Desenvolvimento sustentável é um embate que traz uma importante discussão sobre a proteção do meio ambiente, sendo que de um lado os verdes atacam veementemente a situação política, econômica e social mundial existente, acusando-a de ser a principal causa da crise ambiental global necessitando ser desafiada e transcendida, enquanto os ambientalistas tentam se adaptar e melhorar problemas ambientais dentro dessas estruturas.
Em vez de arranjos institucionais, como é proposto pelos Ambientalistas, os verdes destacam a necessidade de transformação política em escala global, pois para eles devemos compreender que o nosso planeta tem limites e deve ser respeitados, portanto não é possível o desenvolvimento sem crescimento.
O desenvolvimento Sustentável/Sustentabilidade, mesmo sendo um termo cada vez mais bem utilizado pelos publicitários das grandes imprensas que visam como elemento principal o lucro, deturpando o seu sentidos por meio da greenwashing, é de acordo com os ambientalistas o “modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a destruição da natureza”[31].
O crescimento sustentável é possível pois ele significa o aumento quantitativo na escala física, enquanto o desenvolvimento é melhoria qualitativa ou desdobramento de potencialidades "(DALY, 1990[32], EKINS, 1993). Esse crescimento é impossível de acordo com o Verdes, pois para os ambientalistas tanto o crescimento como o desenvolvimento sustentável estão atrelados ao crescimento econômico.
Um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a destruição da natureza juntamente com o crescimento econômico dos países em “desenvolvimento” parece, neste século XXI, uma utopia. Na concepção do professor Dr. José Antônio Tietzman e Silva o Desenvolvimento Sustentável “nunca vai existir, pois a conta não fecha”[33].
A corda de força travada entre os que verdes defendem, um crescimento zero para pôr fim aos esgotamentos dos recursos e os ambientalistas enfraquece o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Teses são desenvolvidas em volta deste conceito (Ecodesenvolvimento, sustentabilidade, sociedade sustentável, economia de baixo carbono, economia sustentável, economia inclusiva e economia solidária, economia verde e outros) trazendo a:
Noção de que todos eles sintetizam ideias para chamar a atenção da opinião pública e dos especialistas quanto à necessidade de tornar os processos de desenvolvimento e os instrumentos econômicos ferramentas de promoção da igualdade social e erradicação da pobreza, com respeito aos direitos humanos e sociais e conservação e uso sustentável dos recursos naturais[34]. (SBAR DELOTTO, 2013, PAGINA)
A participação social em prol de uma nova economia em proteção ao meio ambiente como defende Abramovay (ANO) é sem dúvidas o alicerce para que esta forma de prover o consumo se organize, porém para que esta participação seja efetiva se faz necessária a implementação de programas capazes de alertar sobre a importância da educação ambiental/sustentabilidade.
A educação é de todos o melhor instrumento de proteção do meio ambiente e a adoção desta política educacional nas escolas primárias fará com que as novas gerações tenham a devida mentalidade conservacionista e assim será mais fácil a implementação de políticas em prol da utilização sustentável do meio ambiente[35].
[1] PONTES NOGUEIRA, João; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro, Elsevier, 2005. p. 2.
[2] PATERSON, Matthew. Theories of International, Third esdition, Palgrave Macmillan
[3] Realizada em 22 de abril de 1970
[4] Greenwash 101. Disponível em: http://site.thegreenlifeonline.org/. Acesso em: 26 de junho de 2013
[5] Folha de Greenwashing. 22 de março de 2001. Disponível em: corpwatch.org. Acesso em: 26 de junho de 2013
[6] Wikipédia, a enciclopédia livre: Greenwashing. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Greenwashing. Acesso em: 26 de junho de 2013
[7] CINTRA, Lydia. Os sete pecados da propaganda “verde” enganosa. Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/os-sete-pecados-da-propaganda-verde-enganosa/Acesso em: 26 de junho de 2013.
[8] FERRO, Rogério. Conar define normas para combater “greenwashing” na propaganda. Disponível em: http://www.akatu.org.br Acesso em: 26 de junho de 2013.
[9] Wikipédia, a enciclopédia livre: Diluição do conceito de sustentablidade. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade Acesso em: 23 de junho de 2013
[10] Wikipédia, a enciclopédia livre: Diluição do conceito de sustentablidade. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade Acesso em: 23 de junho de 2013
[11] Conferencia de Estocolmo em 1972. Disponível em:http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/estocolmo19 72.pdf. Acesso em: 20 de junho de 2013.
[12] Conhecida também como Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro
[13] Na Eco-92, cúpula realizada no Rio de janeiro, essa expressão foi o centro das discussões.
[14] Homenagem a Gro Harlem Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, que presidiu a comissão da ONU que o Relatório.
[15] (Our Common Future),
[16] YOSHIDA, Consuelo Y. Moromizato. Sustentabilidade e temas fundamentais de direito Ambiental; Organizador José Roberto Marques. Campinas, SP. Millennium Editora, p.80, 2009.
[17] LÉLÉ, Sharachchandra M. Sustainable Development: acritical review. Disponível em: http://atree.org/sites/default/files/pubs/slele/journal-publications/Lele_SusDev_review_WDev. pdf Acesso em: 23 de junho de 2013
[18] BRUNTLAND, G. Our common future: The World Commission on Environment and Development: Oxford University Press, 1987. P. 43.
[19] GODOY,Amalia Maria Goldberg.Reuniões,declarações,convenções – oque foi discutido? Onde encontrar? Parte I. Disponível em: http://amaliagodoy.blogspot.com.br /2013/02/reunioes-declaracoes-convencoes-o-que.html Acesso em: 30 de julho de 2013
[20] ONU estabelece três pilares para o desenvolvimento sustentável dos países: econômico, social e ambiental Disponível em: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/temas-em-discussao-na-rio20/onu-estabelece-tres-pilares-para-o-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises-economico-social-e-ambiental.aspx Acesso em: 27 de julho de 2013
[21] Roteiro de Educação para sustentabilidade - Instituto Jatobás
[22] Idem. Invenção do Conteporâneo. Progama editado Palestra realizada CPFL Cultura, Compinas- SP. Disponivel em: www.cpflcultura.com.br. Acesso em 30 de julho de 2013.
[23] Wikipédia, a enciclopédia livre: Sustentablidade. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade Acesso em: 23 de junho de 2013
[24] CASELLA, Paulo Borba. Manual de direito internacional público. 19º ed., de acordo com o parecer da Corte Internacional de Justiça sobre a independência de Kosovo, de 22 de junho de 2010. São Paulo: Saraiva, 2011. Pg. 686
[25] P.W.BIRNIE e A.E. BOYLE, International law and the environment, p. 563.
[26] Wikipédia, a enciclopédia livre: Greenwashing. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Greenwashing. Acesso em: 26 de junho de 2013
[27] Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, o Bureau da Concorrência do Canadá, eo Comitê de Prática Publicitária e do Comitê de Transmissão de prática publicitária no Reino Unido.
[28] Wikipédia, a enciclopédia livre: Greenwashing. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Greenwashing. Acesso em: 26 de junho de 2013
[29] (Do grego: οἶκος, oikos, "casa"; and κέντρον, kentron, "centro". Pronunciado ekōˈsenˌtrizmo) se trata de uma linha de política de filosofia ecológica que apresenta um sistema de valores centrado na natureza, em oposição ao antropocentrismo.
[30] Mosquin, T. & Rowe, S. (2004). "Manifesto for Earth." Biodiversity
[31]PRESSE, France. Saiba o que significa desenvolvimento sustentável. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/riomais10/o_que_e-3.shtmlAcesso em: 15 de julho de 2013
[32] Texto original: ‘growth is quantitative increase in physical scale while development is qualitative improvement or unfolding of potentialities’ Daly, H. E. (1990) ‘Toward Some Operational Principles of Sustainable Development’, Ecological Economics e Ekins, P. (1983) ‘Making Development Sustainable’, in W. Sachs (ed.), Global Ecology (London)
[33]Apresentação de conteúdo em sala de aula Direito Ambiental Internacional – Mestrado em Direito, Relação Internacionais E Desenvolvimento. Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC 2013/1
[34] SBARDELOTTO, Moisés. Decrescimento: ''É preciso deseconomizar o imaginário. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br. Acesso em 20 de julho de 2013
[35] A Importância da Educação Ambiental: Sustentabilidade. Diponível em: www.atitudessustentaveis .com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambiental-sustentabilidade/ Acesso em: 29 de julho de 2013.
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