A eleição francesa e seu potencial impacto no futuro do país na UE

06/05/2017 às 18:34
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O artigo tem por escopo dar uma visão geral sobre o suposto "Francexit" proposto por Le Pen

A medida em que os eleitores franceses forem às urnas para a reta final da eleição, a relação do país com a União Europeia, imigração e terrorismo serão todos temas importantes. Tendo o Brexit como um exemplo, e a crescente popularidade de Marine Le Pen é quase impossível não ficar preocupado sobre em qual escala uma hipotética vitória de Le Pen custaria ao futuro da França no bloco econômico mais sólido do mundo. Não apenas devido ao prometido plebiscito que definirá se a França permanecerá ou não na UE, a vitória da candidata conservadora também poderia agravar a situação dos refugiados.

            Seja Emmanuel Macron ou Marine Le Pen quem irá caminhar no Palácio de Elysee, o eleito irá enfrentar algumas dificuldades, mesmo intratáveis desafios, o atual cenário econômico francês se mostra de alto padrão de vida e alta produtividade, embora diversas dificuldades persistem. E o problema que tem mais incomodado os franceses certamente é a alta taxa de desemprego. Cerca de três milhões de franceses querem ou estão à procura de um emprego e não possuem um. A taxa de inatividade de emprego é de 10.1%. Não é tão ruim se comparado a outros países europeus falidos, mas pior se relacionado com a Holanda, onde a o índice está pouco acima de 5% e ainda pior que a Alemanha, onde está abaixo de 4%.

            Um problema pertinente é a baixíssima perspectiva econômica francesa. O mais novo panorama (primeiro trimestre de 2017) é o aumento de apenas 0,3% em relação aos meses anteriores. A maioria da população francesa espera que o desemprego cairá a medida que a recessão na zona do euro diminua, muitos preveem que sim, mas não de forma expressiva.

             Por conseguinte, o prometido referendo de Marine poderia agravar ainda mais. A retirada do Reino Unido do bloco é suficiente para mostrar que a solução não é a saída, uma vez que essa demanda um caminho árduo, longo e que certamente não resultará no prometido.

            A principal razão pela qual Marine defende o tal plebiscito é que a possível saída da França da UE poderia novamente proibir o livre fluxo de pessoas. Esse foi o principal motivo pelo qual os britânicos optaram pelo Brexit. Eles estavam preocupados com o resultado que a crise no oriente médio e o surto de refugiados poderia acarretar, assim como os franceses mais conservadores estão. Contudo, a interdição de livre fluxo prejudicaria ainda mais os franceses desempregados. A Alemanha tem uma previsão de um déficit de empregados de dois milhões até o ano de 2030. Isso poderia desafogar a enorme quantidade de pessoas sem emprego na França.

            Outra desvantagem relativa é a possível perca por parte da França de acordos de livre taxas entre membros do bloco. Os impostos de importação, exportação aumentariam e fariam com que as empresas francesas ficassem menos competitivas. O que aumentaria a inflação e reduziria o padrão de vida dos franceses.

            A França perderia as vantagens tecnológicas dos países componentes da cooperação, no que cerne à proteção ambiental, desenvolvimento de pesquisas e energético. Entretanto, por outro lado, a França estaria livre dos impostos pagos à União Europeia.

            Ademais, as empresas Francesas estariam em risco de perder a habilidade de realizar licitações de serviços públicos, entre outros com países da UE. A maior perca para Paris, talvez, seria em serviços, especialmente bancos, profissionais perderiam a aptidão de atuar em qualquer país membro. Isso poderia aumentar o custo de empresas aéreas, internet e até mesmo de serviços telefônicos. E por último, mas não menos importante qual moeda a França adotaria caso deixe a UE ? Vai ser o antigo Franco francês? Possivelmente essa será a parte mais difícil dessa irreal retirada francesa.

               De acordo com a BBC News “ Um dos fatores mais decisivos para a economia francesa nessas últimas décadas tem sido o uso do Euro como moeda. A França não esteve no olho do furacão que assolou a zona do euro no início da década, embora o nível de dividas e o lento crescimento econômico geram desconfianças e perguntas sobre o que deve ser alterado. Mas Marine argumenta que a falta de uma moeda unicamente francesa priva o país de meios para restaurar sua competitividade caso o euro perca valor.  Simplesmente permitir que a moeda caia às vezes resulta nisso. A França tem efetivamente um problema com a competitividade, tal como demonstrado pelo seu desempenho em termos de exportações e medidas dos chamados custos unitários da mão-de-obra (tanto na produtividade como no custo de empregar trabalhadores). Então, talvez, a França poderia ter sido mais competitiva com sua própria moeda. Dito isto, a França não é, certamente, o país da zona euro, onde esse tipo de preocupação é o mais importante. " Em resumo, o objetivo de Marine é “repuperar a soberania francesa”. Uma porposta um tanto controversa se levar em conta tudos as propopotas parecidas  apresentadas à Europa no passado.           

               Destarte, o suposto “Francexit” exposto por Le Pen é apresentado como uma porposta ultranacionalista e como “A experiência é o oráculo da verdade, e onde suas respostas são inequívocas, elas devem ser conclusivas e sagradas.” HAMILTON, Alexander, e a história europeia tem diversos exemplos relacionais ao ultranacionalismo que falharam e causaram guerras. A história da Alemanha deve ser a primeira que todos têm em mente. Contudo, a França tem passagens semelhantes em seu passado, mais precisamente na era napoleônica. A Alemanha parece ser aprendido com seus erros e atualmente foi definida pelo concelho europeu de relações internacionais como “O líder solitário”, não apenas por sua imensa supremacia econômica no bloco, mas devido a sua postura diplomática em relação aos refugiados.

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