Para Trump quanto mais quente melhor

02/06/2017 às 11:58

Resumo:


  • O aquecimento global é causado por emissões massivas de gases que intensificam o efeito estufa

  • Acordo de Paris foi assinado por mais de 150 países em 2016, buscando limitar o aumento da temperatura média do planeta

  • Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e adotou medidas para reverter políticas de combate às mudanças climáticas

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O artigo apresenta alguns comentários com relação ao acordo sobre o clima e a posição americana.

Observa-se do Wikipédia que Aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera da Terra causado por massivas emissões de gases que intensificam o efeito estufa, originados de uma série de atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra, como o desmatamento, bem como de várias outras fontes secundárias. Essas causas são um produto direto da explosão populacional, do crescimento econômico, do uso de tecnologias e fontes de energia poluidoras e de um estilo de vida insustentável, em que a natureza é vista como matéria-prima para exploração. Os principais gases do efeito estufa emitidos pelo homem são o dióxido de carbono (ou gás carbônico, CO2) e o metano (CH4). Esses e outros gases atuam obstruindo a dissipação do calor terrestre para o espaço. O aumento de temperatura vem ocorrendo desde meados do século XIX e deverá continuar enquanto as emissões continuarem elevadas.

Relatou-se, outrossim:

A Organização das Nações Unidas publica um relatório periódico sintetizando os estudos feitos sobre o aquecimento global em todo o mundo, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Estes estudos têm, por motivos práticos, um alcance de tempo até o ano de 2100. Todavia, já se sabe que o aquecimento e suas consequências deverão continuar por séculos adiante, e algumas das consequências mais graves serão irreversíveis dentro dos horizontes da atual civilização. Os governos do mundo em geral trabalham hoje para evitar uma elevação da temperatura média acima de 1,5 °C, considerada o máximo tolerável antes de se produzirem efeitos globais em escala catastrófica. Num cenário de elevação de 3,5 °C a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) prevê a extinção provável de até 70% de todas as espécies hoje existentes. Se a elevação superar os 4 °C, que não está descartada, e a cada dia parece se tornar mais plausível, pode-se prever sem dúvidas mudanças ambientais em todo o planeta em escala tal que comprometerão irremediavelmente a maior parte de toda a vida na Terra. Num cenário de altas emissões continuadas, superpopulação humana e exploração desenfreada da natureza, semelhante ao que hoje está em curso, prevê-se para um futuro não muito distante o inevitável esgotamento em larga escala dos recursos naturais e uma rápida escalada nos índices de fome, epidemias e conflitos violentos, a ponto de desestruturar todos os sistemas produtivos e sociais, tornar as nações ingovernáveis e decretar o colapso da civilização como hoje a conhecemos. Se considerarmos o futuro para além do limite de 2100, admitindo a queima de todas as reservas conhecidas de combustíveis fósseis, projeta-se aquecimento dos continentes de até 20 °C, eliminando a produção de grãos em quase todas as regiões agrícolas do mundo e criando um planeta praticamente inabitável.

Mais de 150 países assinaram no dia 22 de abril de 2016, o acordo sobre mudanças climáticas fechado em dezembro de 2015 em Paris, durante a COP 21.

Entre os signatários estavam algumas das maiores potências industriais do mundo e vários dos principais emissores de gases do efeito estufa, como China, Estados Unidos, Índia, Japão e vários países da União Europeia.

O acordo é o primeiro pacto universal de luta contra a mudança climática de cumprimento obrigatório e determina que seus 195 países signatários ajam para que a temperatura média do planeta sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C", mas "reunindo esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C".

M as para Donald Trump e sua turma “ quanto mais quente melhor”.

Afigura-se Donald Trump, antes de sua posse, como o anúncio do pior presidente da historia dos Estados Unidos da América por seu despreparo notório.

O presidente dos Estados Unidos já declarou que considera o aquecimento global uma bobagem. Na eleição, indicou que boicotará o Acordo de Paris, que fixou metas de corte nas emissões de carbono.

A formação do novo governo sugere que as ameaças devem ser levadas a sério. Trump entregou o Departamento de Estado a Rex Tillerson, ex-presidente da petroleira ExxonMobil. O chefe da agência ambiental será Scott Pruitt, outro aliado das empresas poluidoras. Pruitt rejeita o consenso científico de que as atividades humanas são o principal contribuidor das mudanças climáticas..Ele rejeita especificamente a posição da comunidade científica, incluindo as agências dos EUA NASA e NOAA , de que o dióxido de carbono é o principal contribuinte. .

" Será o gabinete mais fóssil da história americana", resume o pesquisador Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.

E le diz que a realidade está confirmando as piores previsões da ciência. "Fenômenos extremos, como secas e enchentes, são cada vez mais frequentes. O planeta já estava no cheque especial, e agora o clima começou a cobrar os juros", alerta.

O aquecimento global também gera danos por aqui. De acordo com o Observatório, mais de 1.500 municípios do país decretaram situação de emergência ou calamidade em 2015 por razões ligadas ao clima.

N a meta apresentada pelo Brasil, o país assumiu o compromisso de cortar as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como base os níveis de 2005.

O s números, no entanto, foram considerados tímidos por muitos, já que, entre 2005 e 2012, as emissões do Brasil já tinham caído aproximadamente 40% com a redução de 80% do desmatamento.

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A meta do Brasil prevê ainda que a matriz energética brasileira terá participação de 23% de fontes renováveis, excluída a hidrelétrica, até 2030. Energia solar, eólica e biomassa somam hoje 9% da matriz.

C ontando com hidrelétricas, o objetivo é alcançar até 2030 participação de 45% de fontes renováveis. A média mundial é de 13%.

Trump ordenou que o governo federal:

- Faça uma revisão das normas sobre o volume de carbono que as centrais elétricas podem emitir.

- Suspenda uma moratória sobre liberação de extração de carvão em terras federais.

- Remova exigência de que todos os funcionários federais devem levar e conta o impacto da mudança climática no momento de tomar uma decisão.

O objetivo de Trump parece ser eliminar o Clean Power Plan, implementado por Obama, em 2014 e exigindo que os Estados reduzam as emissões de dióxido de carbono para um terço dos níveis de 2005 em 15 anos.

Os legisladores republicanos são contrários a este plano. Ele está repleto de normas que, de acordo com eles, prejudicará as empresas de energia em seus Estados, caso do líder da maioria republicana no senado, Mitch McConnell, de Kentucky.

Para os ambientalistas, o Clean Power Plan é o melhor meio de reduzir as emissões face a um Congresso relutante a adotar alguma medida.

Como já era esperado, Trump retirou os Estados Unidos do acordo do clima.

O país governado pelo republicano Donald Trump é o segundo maior poluidor do clima mundial, depois da China, e a defecção representa considerável retrocesso.

A economia chinesa ultrapassou a americana e emite hoje 20% dos gases do efeito estufa lançados a cada ano na atmosfera, agravando o aquecimento global. Os EUA respondem por 18%, seguidos por União Europeia (13%), Rússia (8%), Índia e Japão (4% cada).

Segundo a Folha, o governo do democrata Barack Obama apoiava o Acordo de Paris e, como outros 194 países, fixou nele metas voluntárias para mitigar a mudança do clima: reduzir em 26% a 28% suas emissões em 2025, tomando por base o ano 2005, objetivo ora descartado por Trump.

O atual presidente anunciou ainda que não contribuirá mais para o Fundo Verde do Clima, que deveria carrear US$ 100 bilhões anuais de nações desenvolvidas para as mais pobres a fim de financiar o combate à mudança climática.

O anúncio da saída dos Estados Unidos do acordo do clima de Paris pareceu uma declaração de guerra: criou discórdia no país e reprovação imediata em grande parte do planeta. Com o ato, controverso na Casa Branca e entre os republicanos, Donald Trump joga os EUA em uma situação desconhecida, isola mais ainda a nação e amplia a tensão política. De quebra, desacredita o pacto que tenta evitar uma catástrofe ambiental — um risco real, segundo os cientistas.

— Fui eleito para representar os eleitores de Pittsburgh (cidade da Pensilvânia), não de Paris — disse Trump durante o anúncio nos jardins da Casa Branca, em evento com ares de relançamento de governo. — Vamos começar negociações para reentrar no Acordo de Paris ou numa nova transação que seja mais justa. A partir de hoje, os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país.

T rump lembra uma frase de Lincoln, que aprendi a repetir: “Alguém pode enganar alguns por algum tempo, mas não a todos por todo o tempo”.

O desastre da administração Trump pronuncia-se uma catástrofe de proporções incomensuráveis na história.

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Sobre o autor
Rogério Tadeu Romano

Procurador Regional da República aposentado. Professor de Processo Penal e Direito Penal. Advogado.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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