Na guerra entre consumidor e comerciante a insatisfação se torna geral

07/04/2018 às 09:50
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Leitor (a), recentemente comemoramos o dia do consumidor, celebrado todo dia 15 de março, mas ao meu ver consumidores estão cada vez mais insatisfeitos com os comerciantes, peça chave para formalização de qualquer relação de consumo.

Enquanto diversas empresas utilizam este dia para trazer ofertas na busca de aumentar o número de vendas, cada vez mais consumidores ficam insatisfeitos com uma prestação de serviço defeituosa e muito prejudicada por empresas terceiras como o caso dos correios.

De um lado temos o comerciante lutando diariamente contra uma gama de impostos e tributos que deve pagar, e de outro lado, temos consumidores cada vez mais exigentes. O Resultado disto, é que ninguém sai satisfeito.

Certa vez, em entrevista concedida pelo presidente da empresa ASUS no Brasil, pude entender através de sua explicação o porque de um aparelho se tornar tão mais caro em nosso país do que no do vizinho.

Antes desta entrevista, sempre considerava o alto custo Brasil de responsabilidade dos altos impostos e tributos adotados por aqui. Entretanto, a verdade vai muito além da nossa tributação, devendo levar em consideração os gastos com seguro de carga para transporte de produtos, o próprio custo elevado para isto, uma vez que somos um país de dimensões continentais, a taxa de inadimplência e o seguro do crédito concedido.

Portanto, trabalhar em nosso país, tem despesas muito além da simples taxa tributária, sendo todos os custos acessórios responsáveis pelo alto custo dos produtos vendidos em nosso território.

Nesta esteira, temos decisões judiciais que de um lado acabam sendo extremamente pesadas aos pequenos empresários e por outro ponto temos sentenças considerando grandes transtornos como mero aborrecimento, provindo da indústria do dano moral que se formou em nosso país.

Entramos portanto no pior ponto desta história, quando temos uma justiça que acaba não trazendo decisões coerentes e de fato justas aos desentendimentos de consumidores e fornecedores.

A percepção é que ambos os lados estão insatisfeitos e que apenas nos resta focar na prestação de serviço de qualidade e sermos pacientes com as possíveis intempéries que encontramos no caminho das relações de consumo.

Sobre o autor
Philipe Monteiro Cardoso

Advogado, Sócio fundador no escritório de Advocacia Cardoso & Advogados, Autor, Pós Graduando em Direito Civil pelo Complexo de Ensino Renato Saraiva.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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