UM ESTADO LAICO E HUMANO

O Brasil não pode fugir de sua natureza inclusiva e solidária

18/09/2018 às 17:44
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Estado Laico e Humanismo caminham lado a lado para o real desenvolvimento do Brasil, estabelecendo um condições para um efetivo diálogo entre as várias correntes de pensamento e suas crenças, que, tomando-se por premissa o respeito para com todos nós!

Quando nos referimos ao Período Medieval da História da Humanidade, imediatamente lembramos da falta de avanço científico e social observada no mesmo, pelo exagerado poder dado à Igreja Cristã da época, unida a monarcas inescrupulosos de então, que apoiavam a chamada SANTA INQUISIÇÃO, caracterizada pela cobrança agressiva dos conhecidos dízimos( indugências ) dos seus fiéis, adquirindo quase metade das propriedades da Europa Feudal, conforme Leo Hubberman em sua obra História da Riqueza do Homem, ocasião em que se prometia o paraíso celestial para quem pagasse por ele, recordando o sacrifício de Abraão que teria sido pedido por Deus, sobre seu único filho Isaac, ao lado da crucificação de Jesus Cristo de Nazaré, além da condenação ao Inferno , para todos os que não seguissem suas ordens, tendo existido atuante em Portugal de Azambuja, acabando por perder seu alcance nas novas colônias que surgiram,inclusive no Brasil, no qual em 1946 foi aprovada a Emenda Constitucional da Liberdade Religiosa, a partir da iniciativa do Deputado Federal Constituinte Jorge Amado, o que abriu espaço legal para a prática dos cultos afro-brasileiros de Umbanda e de Candomblè, das agremiações favoráveis à Reforma Protestante e até as seitas orientais japonesas, árabes e as de outras nacionalidades, em Princípio Constitucional válido até os dias de hoje, na positivação do ESTADO LAICO que, entretanto, não pode se descuidar do seu caráter humanista, no qual homens, mulheres e crianças devem ser respeitados e apoiados por quaisquer governos que sejam instituídos e por todas as pessoas físicas e jurídicas, que nele tenham atuação social.

Exaltando-se a consideração pelo BEM ESTAR HUMANO, desde o instante em que é gerado, chegando à proteção de sua memória. o ESTADO LAICO BRASILEIRO é caracterizado pela exigência da não interferência em crenças, opiniões e manifestações coletivas e individuais, desde que não sejam proibidas, sendo inconstitucional qualquer tipo de liderança religiosa estipuladora de normas sobre os orgãos executivos, legislativos e judiciários, existindo até a possibilidade de haverem orientações estrangeiras que acabarão por interferir na soberania pátria, o que merece condenação até da Organização das Naçoes Unidas (ONU), que defende a auto-determinação dos seus membros, que não pode ser lesada por quaisquer empresas, abrangendo as de orientação para a fé dos seus integrantes, muitas vezes beneficiadas por isenções tributárias para os seus templos, ao ponto de se organizarem politicamente, assegurando ainda mais vantagens para seus dirigentes e suas áreas de atuação no culto que tem, o que se agrava ainda mais no fundamentalismo, antidemocrático na medida em que estabelece obrigações indiscutíveis para o corpo unido dos seus membros, que habitualmente reunem-se em assembléias para louvar e buscar resposta mística, ouvindo seus coordenadores, que acabam por opinar a respeito em quem sua comunidade irá votar e quem pode ser repudiado por ela, a pretexto de não estarem unidos aos seus mandamentos e louvores diante dos seres que procuram aacatar, pelas orientações litúrgicas dadas alí, concordando ou não os seus fiéis.

Porém, o ESTADO LAICO não se confunde com o ESTADO NECESSÁRIO, que cumpre suas responsabilidades para com os seus cidadãos, ajudando na inclusão dos mais necessitados, ficando certo que existe uma liberdade de credo, embora o governo esteja proibido de discriminar pessoas, levando em conta as igrejas que frequentam ou não, assim como as chamadas questões de gênero jamais podem levar a qualquer tipo de violência, por ferir o HUMANISMO indispensável para qualquer sistema democrático, participativo por natureza, também exigido nos temas de sexualidade, levando-se em conta critérios científicos e de estudos comprovados, abolindo-se preconceitos, a partir de manifestações do próprio grupo de pessoas envolvidas, nunca apoiadas em dogmas irracionais e negativos, que pouco ou nada contribuem para o progresso civilizatório de um país, indiscutivelmente fruto da ignorância e do radicalismo dos seus adeptos, espaço muito bem aproveitado pela politicalha, como dizia o Advogado e Jurista baiano Ruy Barbosa, síntese de oportunistas  e de legendas partidárias, que são utilizadas para usarem os eleitores incautos, seja por despreparo, seja por idéias egocêntricas, com a finalidade de usarem os orgãos públicos para vantagens privadas, situação em que o supostamente novo é fachada para a manutenção de sistemas políticos viciados e que, no geral, não ajudam no progresso social, desde a SAÚDE de sua gente, sua formação cultural, seu preparo para o mercado de trabalho, que deverá estar efervescente e não estagnado,por omissão de quem tem acesso aos orçamentos destinados ao bem estar das populações, que acaba por favorecer também a diversidade religiosa, a partir da consciência de cada um dos seus membros, com suas necessidades básicas satisfeitas e intelectualmente preparados para as melhores escolhas individuais e coletivas, respeitando suas tendências e opções, desde que ninguém saia lesado por causa delas.

A Verdadeira Democracia Brasileira, segundo as construções jurídicas elaboradas até agora, só ocorre no aproveitamento dos potenciais dos seus cidadãos, utilizando os benefícios da Globalização e as riquezas de nosso território, procurando o Bem Comum de todos os seus habitantes, na medida em que o Poder Soberano seja exercido sem inteferências alienígenas, nas quais o denominado Imperialismo vai contra a solidariedade necessária entre países do mundo em que vivemos, quando relações de dominação são destrutivas e jamais podem ser aceitas na edificação de uma sociedade realmente justa e fraterna entre os seus componentes, para que o slogan positivista de nossa bandeira ORDEM E PROGRESSO  sempre leve em conta a Humanização das gestões públicas e não somente finalidades econômicas, deixando de lado verdadeiramente os processos de inclusão social, o que ocorre nas ditaduras baseadas no fascismo e no nazismo, supostamente militarista, mas que usa indevidamente sua postura  sistemática, para dar ordens e nunca para ouvir e impulsionar novas realidades prósperas, o que melindra o DIREITO VIVO, fruto das manifestações dos grupos sociais organizados e que corresponde à base para novas leis escritas e costumes adotados, típicos do melhor Estado Laico e Humanista, Solidário pela própria natureza e sinal da melhor evolução do seu povo, unido e direcionado por um governo realmente interessado,capacitado e atuante  para o desenvolvimento concreto de suas finalidades essenciais, motivo de sua criação e manutenção permanente.

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Qualquer governo humano e justo não pode deixar de observar o caráter laico e favorecedor das melhores expressões da liberdade individual e coletiva, não deixando de se preocupar e de criar políticas de combate a todos os tipos de misérias, levando-se em conta que oportunidades de ascensão social não podem deixar de ocorrer em tudo que for feito em seu âmbito de atuação prática.

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