A contribuição do pré-natal para o parto humanizado

A importância do pré-natal

Resumo:


  • O parto é um evento natural e significativo na vida de uma mulher, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais; o pré-natal é essencial para um parto humanizado, proporcionando conhecimento e segurança.

  • A assistência pré-natal deve ser humanizada e abrangente, focando não só em aspectos médicos, mas também nas necessidades sociais e emocionais das gestantes, promovendo educação em saúde e preparação para o parto.

  • As políticas públicas como o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) e a Rede Cegonha visam melhorar os indicadores de saúde materno-infantil, mas ainda enfrentam desafios de implementação e qualidade do atendimento.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O parto é um processo natural e único na vida da mulher, ele envolve fatores biológico, psicológico e sociocultural.

O parto é um processo natural e único na vida da mulher, ele envolve fatores biológico, psicológico e sociocultural.  Muitas mulheres têm receio na escolha do tipo de parto normal, pois ainda tem insegurança e medo marcado pela dor no momento do parto. É no pré-natal que a gestante recebe assistência para que sua gravidez chegue ao fim sem nenhuma intercorrência. O objetivo desta obra é conhecer as publicações cientificas sobre a percepção da puérpera acerca da contribuição do pré-natal para o parto humanizado; descrever as publicações cientificas sobre a percepção da puérpera acerca da contribuição do pré-natal para o parto humanizado; analisar as publicações cientificas sobre a percepção da puérpera acerca da contribuição do pré-natal para o parto humanizado. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com dados publicados entre 2010 a 2018, utilizando artigos das bases de dados eletrônicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, Literatura Internacional em Ciências da Saúde - MEDLINE, Base de Dados De Enfermagem – BDENF, empregando os descritores parto, pré-natal e puérperas. Durante a coleta de dados obtiveram-se 401 referencias sem filtro, logo após a filtragem, restaram 181 artigos, após o agrupamento dos descritores obteve-se 12 referências. Constatou-se que o pré-natal é a principal estratégia de acompanhamento durante a gravidez.

Ao longo de várias décadas, a saúde da mulher vem sendo um campo bastante discutido e de grandes preocupações, pois a gestação é um período muito peculiar na vida da mulher, e o nascimento de um filho é uma experiência única, portanto merece ser tratada de forma especial (SOUZA; ROECHER; MARCON, 2011).

O parto é um processo natural que envolve fatores biológicos, psicológicos e socioculturais, no entanto é um momento único na vida de uma mulher, ou seja, uma experiência de impacto emocional significativo para as mulheres, por várias décadas foi realizada por parteiras, que eram mulheres leigas que herdaram essa pratica de suas mães. Com o passar dos anos a maternidade passou por várias transformações, ocorrendo à transição entre os partos domiciliares para os hospitalares e assim passando a vigorar o modelo biomédico de assistência obstétrica institucionalizada (SENA et al; 2012).

 Segundo Tostes e Seidl (2016) as mulheres têm ainda preferência por partos normais/vaginal, mas as mulheres relatam insegurança e medo referindo ao momento do parto, pois o parto natural/ vaginal é marcado pela dor, essa dor é minimizada após o nascimento do bebê, entretanto sua recuperação é bastante rápida, a mulher volta quase que imediato as suas atividades do dia a dia. Assim, a necessidade que a preparação para o parto seja um foco nos atendimentos do pré-natal, a fim de evitar efeitos prejudiciais durante o trabalho de parto.

Uma das principais estratégias para a assistência da gestante é o pré-natal, essa é a melhor forma de criar um vínculo entre o profissional, a gestante e sua família, ou seja, é a porta de entrada para a promoção em saúde, podendo realizar educação em saúde coletiva e individual, tirar dúvidas e anseios das gestantes, e promover orientações a respeito do parto humanizado, assim podendo acompanhar a gestação, e diagnosticar e tratar algumas intercorrências que surgirem durante a gravidez (GONÇALVES et al; 2017). 

O pré-natal não deve atender a gestante somente em sua dimensão fisiológica, pois é imprescindível que seja realizado como um todo, levando em conta seus aspectos sociais, psicológicos e emocionais, que podem influenciar a expectativa sobre o parto e desta forma o pré-natal deve atender à gestante em todos os seus aspectos, pois assim podendo proporcionar amesmo conhecimento a respeito dos benefícios do parto humanizado e pós-parto (TOSTE; SEIDL; 2016).

Segundo Souza, Roecher e Marcon (2011), as gestantes anseiam receber, informações durante o pré-natal, elas acabam sendo multiplicadoras dessas informações com outras gestantes, tornando-se propagadoras de conhecimento. Assim a enfermagem é um importante instrumento que viabiliza e repassam informações e orientações, que geram impacto a saúde, promovendo atividades de educação em saúde que ofereça a mulher atender todas suas necessidades básicas.

A evolução histórica do pré-natal pode ser dividida em três fases. A primeira que ocorreu no século VI a.C. e foi uma fase remonta aos aconselhamentos ainda rudimentares as gestantes. Esse conselho será para que se mantivessem alegres, evitassem a cólera. A segunda fase se deu no período de 1901, quando nos Estados unidos da América (EUA) o Baston Lying-in-Hospital, introduzi-o às visitas domiciliares e às internações hospitalares voltada para as gestantes na fase atual, ou seja, na terceira fase, teve início já na segunda metade do século XX (1950/60), este período foi caracterizado inúmeras práticas relacionadas, principalmente, pela propedêutica obstétrica. Com o avanço da tecnologia, como o surgimento da ultrassonografia na década de 70, assim revolucionando a atenção obstétrica (CRUZ; CAMINHA; BATISTA FILHO, 2014).

 Os esforços visando a uma abordagem mais integral do sexo feminino tem seguindo uma longa trajetória. Desde 1948, quando a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo os quais foram considerados direitos iguais para homens e mulheres, com isso veio sendo realizadas diversas conferências internacionais voltada para os direitos da mulher, como na Conferência de Direitos Humanos em Viena (1993), que se enfatizou que os direitos das mulheres constituem direitos humanos inalienáveis, sendo universais, indivisíveis e interdependentes (CRUZ; CAMINHA; BATISTA FILHO, 2014).

No Brasil em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), o que resultou sobre tudo na ruptura conceitual com os principais norteadores da política de saúde da mulher. O PAISM envolve ações educativas, preventivas e de diagnóstico e tratamento e recuperação, assim englobando a mulher na clínica ginecológica, no pré-natal, parto puerpério no climatério e no planejamento familiar, além de outras necessidades identificadas no perfil populacional das mulheres (BRASIL, 2011).

Em 2004 o programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), foi reformulado como Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PNAISM). Nesse período as políticas públicas tinham o objetivo de abrangera melhoria da saúde da população feminina em todas suas fases do ciclo da vida, utilizando o modelo de atenção integral, valorizando ações em todos os serviços, assim ampliando a participação social das mulheres (COSTA, 2012).

No ano de 2000 no Brasil foi criado o Programa de Humanização e Nascimento (PHPN). Com a implementação deste programa o Brasil apresentou uma queda de 51% no número de morte materna, assim os índices de mortalidade passaram de 141 para 68 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos (BRASIL, 2012).

O PHPN é o programa que cuida da saúde da mulher desde a gravidez até o parto e puerperio e na saúde da criança. Em termos de estimulo o PHPN dá auxílio financeiro aos municípios que realizem um adequado acompanhamento do pré-natal. As recomendações devem seguir os seguintes critérios: realizar a primeira consulta até o quarto mês de gestação ter realizado no mínimo seis consultas, no puerperio realizar uma consulta, assegurar os exames laboratoriais, garantir a vacina antitetânica, realizar atividades de educação, classificação de risco gestacional e garantir atendimento ambulatorial e/ou hospitalar a gestante de alto risco (BRASIL, 2012).

Para poder monitorar o PHPN, foi desenvolvido o Sistema de Informação sobre o programa de humanização no Pré-natal e Nascimento (SISPRENATAL), que é um sistema de informações no âmbito municipal, estadual e federal que serve para monitorar a atenção no pré-natal e no período puerperal, para poder avaliar a assistência no pré-natal, e assim gerar indicadores por localidade e período (ARAUJO et al; 2010).

Em 2011 o Governo Federal lançou a Rede Cegonha (RC), que é uma estratégia instituída no sistema único de saúde com o objetivo de reduzir a morbimortalidade materna. Por meio desse programa o público feminino de saúde tem assegurado, o direito de planejar a reprodução, no parto e puerperio, além de a criança ter direito de nascer com segurança, e crescer e se desenvolver saudável (BRASIL,2011). 

A assistência do pré-natal passou por uma grande ampliação conceitual, o qual a mesma se evoluiu, com isso aumentando suas abrangências e seus limites cronológicos, que vem incluindo desde os cuidados pré-concepcionais e o acompanhamento sistematizado da gestação do parto e do puerperio (CRUZ; CAMINHA; BATISTA FILHO, 2014).

O processo de gestação é complexo, dinâmico e transformador na vida de uma mulher. Esse processo de transformação significa que a gravidez não é apenas um processo biológico, mais sim um fenômeno de dimensões socioculturais, e das dimensões físicas, marcadas pelo fenômeno que ocorre no corpo durante a gestação (CAMACHO et al; 2010).

A estratégia de saúde da família (ESF) deve ser a porta de entrada para as gestantes no sistema único de saúde. É na ESF onde a mesma terá um ponto de atenção estratégico para acolher suas necessidades, assim podendo proporcionar um acompanhamento longitudinal e continuo principalmente durante a gravidez (BRASIL, 2013).

As consultas de pré-natal devem conter procedimentos básicos relativos a gravidez em si, a mulher deve ser abordada de forma holística, segundo as recomendações da OMS, que a assistência de pré-natal deve ser integral e deve ser levado em conta as necessidades emocionais, sociais e culturais da mulher e de sua família (BARROS; LIMA; OLIVEIRA, 2012).

O enfermeiro tem o respaldo técnico científico para realizar o pré-natal, onde o mesmo ver a gestante de forma holística, assim criando vínculos e não olhando a gestação apenas como um processo natural de procriação, mas visualizando a mulher e mãe que tem medos e duvidas e desejos. Assim com o vínculo criado as consultas de enfermagem se tornam mais diferenciadas, pois não estão centradas apenas em procedimento técnico, mais também está voltada para o diálogo (ARAUJO, et al, 2010).

O pré-natal deve ser iniciado após a confirmação da gravidez, em consulta com o médico ou enfermeiro, assim dando início ao acompanhamento da gestante, fazendo o seu cadastramento no site governamental para o cadastramento de gestantes (SISPRENATAl). As condutas e achados diagnósticos, sempre devem ser anotados no cartão da gestante e na ficha de pré-natal (BRASIL, 2013).

As consultas poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante as visitas domiciliares, todo o calendário de atendimento das gestantes deve ser programado em função dos períodos gestacionais, que determina maior risco. O total de consultas deverá ser de no mínimo 6 (seis), com o acompanhamento intercalado entre o enfermeiro e o médico. As consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: até as 28ª semanas deve ser mensalmente, da 28ª até a 36ª semanas serão quinzenalmente e da 36ª até a 41ª semanas será semanalmente (BRASIL, 2013).

Na primeira consulta o enfermeiro deve abordar fatores de risco como (antecedentes de saúde pessoais, familiares e obstétricos; dados de cor/raça, idade, estado civil, ocupação e escolaridade; uso de álcool, tabaco e drogas; esportes), desconfortos (náuseas, vômitos, cefaléia, cólicas) e sua condição nutricional e avaliar seus sinais vitais (SSVV), e fazer a solicitação de exames de rotina como : tipagem sanguínea, fator RH, urina simples, hemograma, glicemia de jejum, sorologia para sífilis, citomegalovírus, hepatite B e C, toxoplasmose, rubéola e HIV (MIRANDA; SILVA; MANDU, 2018).

 As consultas subsequentes devem focar no desenvolvimento da gestação atual, onde deverão ser avaliados suas queixas mais comuns e sinais de intercorrência clínica obstétrica, avaliar os resultados dos exames complementares e solicitar novos exames, verificar o carão de vacina, avaliar SSVV, e a revisão e atualização do cartão da gestante (OLIVEIRA et al; 2015).

 Além das consultas de rotina, recomenda-se que sejam realizadas ações educativas com as gestantes em grupo, subsidiados por um programa de atividades que visa a necessidade do grupo, contudo ao mesmo tempo que se repassa informações e orientações para as mesmas,essas ações ajuda na integração da equipe com as gestantes e suas famílias, assim fortalecendo um vínculo com os profissionais, contudo ter uma boa satisfação e adesão das gestantes durante o pré-natal (GUEDES, et al, 2017).

O pré-natal e de suma importância para o biônimo mãe-bebê, e que contribui para que a gestação tenha um desfecho adequado. Assim, torna-se acompanhamento imprescindível para uma gestação saudável, tanto pelas consultas em si, mais também pela preparação para os momentos subsequentes desse período. No entanto as orientações e condutas dos profissionais durante o pré-natal visam proteger a saúde da mãe e bebê, e assim objetivando sempre atender as expectativas e respeitando suas escolhas (SILVA, et al, 2017).

O parto é o momento em que o feto vem ao mundo, este processo pode ser por duas formas que são classificadas em: parto normal ou vaginal, e o parto cesariano que é feito por intervenção cirúrgica. No período da antiguidade, só existia um tipo de parto, que era o parto normal que na época era apontado como um evento cultural e social. Neste período o parto era realizado no ambiente domiciliar, e era realizado por parteiras (MELO; DAVIM; SILVA, 2015).

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O parto cesáreo é um procedimento cirúrgico, e é programado pelo médico, que pode acontecer antes ou depois do trabalho de parto ter iniciado. O mesmo proporciona segurança à gestante e a seu filho em situações de maior complexidade para reduzir o risco de complicações materno, fetal durante o trabalho de parto, mas esse procedimento não é imune de risco para a mãe e seu bebê (PATAH, MALIK, 2010).

A cesariana ao longo do tempo passou a ser um procedimento utilizado em situações desnecessárias, sendo empregada com o intuito de acelerar o trabalho de parto e evitar dores da mulher (MELO; DAVIM; SILVA, 2015).

A cesariana é um procedimento cirúrgico que envolve riscos de morte materna dez vezes maiores quando relacionado com o parto normal. Este risco para a mulher está associado às hemorragias, infecções puerperais, embolia pulmonar, complicações anestésicas e a morte. Já para o recém-nascido o risco é bem maior, pois está ligada aos problemas respiratórios, icterícia fisiologia, prematuridade iatrogênica, anoxia, assim à medida que diminui a idade gestacional e aumentando o risco de internação em unidade de terapia intensiva (ANJOS; WESTPHAL; GOLDMAN,2014).

O parto normal é um processo natural, que não necessita de uma intervenção cirúrgica, é um processo que envolve fatores biológicos, ou seja, é um processo natural do corpo da mulher, além disso, ele envolve fatores psicológicos e socioculturais. Todos estes processos durante o parto normal têm um impacto emocional significativo para a mulher (LONGO; ANDRAUS; BARBOSA, 2010).

 O parto normal traz vantagens significativas em relação à cesariana, primeiro que o parto normal proporciona uma recuperação mais rápida, e a dor só se faz presente no momento do parto, ou seja, a dor está presente nos dois tipos de parto, sendo que no parto normal é no momento e o cesariano é pós-operatório. Sendo assim o parto normal é melhor, pois sua recuperação rápida (MELO; DAVIM; SILVA, 2015).

O parto normal é importante, pois o mesmo é mais seguro para a mulher e seu bebê como menos repetição de cesarianas o futuro reprodutivo dessa mulher não é comprometido, com o parto normal o índice de bebês prematuros e com alterações respiratórias são menores, e os riscos de complicações para as puérperas tais  como: hemorragias, infecções puerperal, e a dor pós parto são bem menores ,durante o trabalho de parto normal a mulher  poder caminhar  se alimentar e  autonomia de escolher a posição mais confortável para o parto (BRASIL, 2010).

A mulher tem direito ao acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto, e no pós-parto, que é garantido mediante a lei nº 11.108, com a Portaria GM/MS Nº 2.418 DE 2005. Com a presença do acompanhante o parto normal tem uma vivência mais fortalecedora para a mulher, contudo o acompanhante tem um papel fundamental durante o trabalho de parto, ele dá apoio a gestante, ela se sente mais confiante, assim reduzindo o a duração do trabalho do parto e a dor (BRASIL, 2010).

A humanização do parto é importante, pois proporciona para a puérpera mais segurança e conforto, durante o trabalho de parto. Com a humanização a parturiente consegue obter mais confiança no processo, reduzindo seus medos e anseios e suas dores e sensações físicas. O parto humanizado marcante, pois, é um processo de parir, com menos complicações como: traumas psicológicos e físicos para a parturiente (ANDRADE et al; 2017).

O pré-natal é alvo de muitas pesquisas devido a sua importância para a saúde materna e do neonato, visto que sua realização tem como objetivo diminuir os coeficientes de mortalidade materno-infantil. A assistência durante o pré-natal tornou-se um cuidado de rotina para mulheres grávidas em países desenvolvidos e cada vez mais em países em desenvolvimento (CERON et al; 2013).

O pré-natal realizado adequadamente contribui para a redução da taxa de óbitos maternos e neonatais e para a redução dos custos hospitalares, tendo em conta que as complicações no pós-parto geram custos adicionais decorrentes dos cuidados com recém-nascidos e puérperas no que se refere às despesas com consumo de medicamentos, materiais e insumos, internações hospitalares e realização de procedimentos de média e alta complexidade (SILVA; MONTEIRO, 2010).

Ambos os autores relatam a importância de um pré-natal adequado para reduzir os riscos de mortalidade materno-infantil. Evitando complicações durante a gravidez, o parto e o período do puerpério. Além disso, reduz gastos hospitalares com as complicações pós-partos, recém-nascidos e as puérperas em relação a medicamentos e despesas hospitalares.

Como estratégia para melhorar os indicadores, no ano 2000, o governo federal instituiu no país o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), com o intuito de reduzir as altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal, foi adotado medidas para melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento do pré-natal, e da assistência ao parto e puerpério. Estipular um protocolo mínimo de ações a serem desenvolvidas durante a gestação, que orientasse um fluxo de atendimento próprio, foi uma iniciativa sempre cedente na saúde pública brasileira (MARTINELLI et al; 2013).

Esse programa define como condição indispensável da assistência a realização da primeira consulta de pré-natal até o quarto mês de gestação, bem como a realização de, no mínimo, seis consultas de pré-natal e de, pelo menos, uma consulta no puerpério. Para isso, necessita-se de uma organização de rotinas com procedimentos benéficos para a gestante, entre eles, o estabelecimento de uma rede de relações pautadas em princípios éticos, os quais assegurem autonomia, privacidade, partilha de conhecimento com a gestante e sua família (BARBIERI et al; 2012).

Instituído pelo governo federal o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) surgiu com o objetivo de diminuir a morbimortalidade materna e perinatal. O programa define consulta de pré-natal até o quarto de mês de gestação, seis consultas no mínimo de pré-natal e pelo menos uma durante o puerpério, tudo isso visando à saúde e o bem-estar das gestantes, muito embora alguns estudos revelem que esses acompanhamentos não estão sendo realizado de forma satisfatória em alguns lugares do Brasil.

A humanização no cuidado e atendimento em saúde à gestante no pré-natal mostra-se relevante no corpo deste estudo, pois a constituição de um atendimento baseado em princípios como a integralidade da assistência, a equidade, a participação social do usuário, entre outros, demanda a revisão de práticas cotidianas, devido às altas taxas de morbimortalidade materna e neonatal (VIEIRA et al; 2011).

A humanização no pré-natal é prejudicada quando o processo de trabalho é focado apenas na produtividade e em protocolos assistenciais, com consultas rápidas e superficiais, que valorizam mais as aferições e medidas do que o compartilhamento de conhecimentos e experiências. Assim faltando comprometimento com a qualidade e papel insuficiente do acompanhamento na preparação da mulher para o parto, apesar de uma alta cobertura pré-natal (GONÇALVES et al; 2016).

Como já foi relatado pelos os autores apesar da humanização do cuidado com a saúde da gestante no pré-natal o programa criado ainda deixa muito a desejar pela falta de compromisso dos próprios profissionais que se preocupam mais com a produtividade do programa, do que com a qualidade nos atendimentos.

A atenção humanizada requer que toda a equipe atenda os usuários com respeito e dignidade, como preconiza a Carta de Direitos de Usuários do SUS e define que qualquer cidadão tem direito a um atendimento humanizado e sem nenhum tipo de exclusão ou discriminação. Embora uma atenção humanizada exija mudanças estruturais e de ordem econômica, o respeito pela paciente e pelo momento que a mesma está vivendo deve ser rotina estabelecida dentro dos serviços de saúde, pois apenas as mudanças estruturais não humanizam o serviço (COSTA et al; 2011).

O comprometimento da mulher surge a partir do momento em que ela tem um acesso adequado ao pré-natal, em que as propostas do programa são informadas, enfim, em que ela se sente integrada e responsável pelo cuidado.                                            Esses elementos contribuem para humanização na atenção obstétrica, porém isso está longe de ser alcançado, visto que o atendimento a gestantes continua sendo executado de forma fragmentada, e sem diálogo pela maioria das equipes de saúde. Logo, a reversão desse quadro deve ocorrer com a sistematização do atendimento pré-natal, tendo a humanização como real direcionador do atendimento e a atenção sendo focalizada nas mulheres mais vulneráveis (MARTINELLI et al; 2013).

Ambos os autores falam que para se ter uma melhora no programa de humanização é necessária que nos atendimentos não haja nenhum tipo de discriminação ou exclusão, todas as pacientes devem ser tratadas igualmente. Assim a mulher se comprometerá com a assistência e com os profissionais a partir do momento que ela tiver um serviço de pré-natal de qualidade, em que ela se sinta segura durante todo o período de sua gestação, puerpério e com os cuidados com o recém-nascido.

Pesquisas sobre pré-natal indicam que a qualidade da assistência representa um tema crítico, mantendo-se permanente de preocupação e discussão por profissionais da saúde. Entende-se que um pré-natal de qualidade implica em acolhimento integral às necessidades da gestante, ou seja, realização de consultas médicas e/ou de enfermagem para acompanhar os aspectos orgânico-fisiológicos da gravidez, bem como a realização de discussões/conversas sobre as mudanças psico-afetivas da gestante, sobre o parto, o puerpério, cuidados com a alimentação, sobre as mudanças na rotina com a chegada do bebê e, ainda, sobre o papel da mulher no processo de desenvolvimento infantil (CERON, 2013).

O pré-natal se bem executado durante todas as fases de gestação e pós gestação da mãe traz inúmeros benefícios para a parturiente segundo os autores, ele ajuda na realização do acompanhamento médico, como lidar com as mudanças de humor, os cuidados sobre o parto, alimentação, as mudanças que ocorrem com a chegada do bebê, ele ajuda a mulher de todas as maneiras durante a gravidez e o puerpério.

Durante a gravidez, muitas mudanças acontecem no corpo da mulher, fazendo com que esse período exija muitos cuidados especiais, são nove meses de preparo para o nascimento do bebê. É importante que durante a gravidez as gestantes sejam acompanhadas por profissionais de saúde. Diante do surgimento de algum problema na consulta pré-natal pode ser feita uma avaliação precisa da gestante. Além disso, a gestante poderá receber orientações, tais como, exercícios respiratórios, como reconhecer as contrações, os sinais de parto, entre outras. Parto é um processo natural e a gestante não deve ficar exposta aos imprevistos (CASTRO; MOURA; SILVA, 2010).

Ações educativas por profissionais da saúde são dispositivo de suma importância para a humanização do atendimento, pois, enquanto são realizados, os profissionais têm a oportunidade de conhecerem a individualidade de cada gestante. À medida que são estabelecidos os vínculos, vai se percebendo as reais necessidades e capacidades de cada mulher em lidar com o processo gestacional e do nascimento, fatos que trazem bem-estar e segurança sobre a sua saúde e de seu filho (BARBIERI et al; 2012).

Os autores concordam que o pré-natal traz muitos benefícios para as futuras mães, a orientando sobre todos os períodos da gestação, para que tente se evitar algum imprevisto durante a gestação. Todos esses cuidados são realizados por profissionais da saúde, que estabelecem vínculos com as gestantes e vão percebendo as individualidades de cada uma, trazendo para a gestante segurança e bem-estar durante esse período.

A humanização é a possibilidade de uma transformação cultural das práticas desenvolvidas nas unidades de saúde, possibilita uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento do desconhecido, de respeito ao usuário entendido como um cidadão, e não apenas como consumidor de serviços de saúde (BARBIERI et al; 2012).

Esta visão exige dos profissionais de saúde envolvidos com a atenção à gestante no pré-natal, um olhar crítico, capaz de colocar o conhecimento adquirido no contexto da assistência, com a finalidade de melhor compreensão da identidade humana, e oferecer o cuidado requerido às gestantes nos serviços de saúde (CASTRO; MOURA; SILVA, 2010).

É muito importante que os profissionais da saúde tratem bem as mulheres na gestação com eficácia, efetividade, eficiência e equidade, sem nenhuma discriminação. Para que ela realmente se sinta protegida e amparada nesta fase da sua vida.

Os profissionais de saúde têm um papel importante na atenção à mulher no ciclo gravídico-puerperal. É importante que a mulher reconheça e sinta-se acolhida no processo de monitoramento e acompanhamento da gestação, beneficiando sua saúde e a de seu filho. De um modo geral, observamos que as gestantes tiveram boa percepção do acompanhamento no pré-natal, evidenciada pelo número de consultas realizadas e pelas conversas informais na sala de espera, compartilhando com as demais o conhecimento recebido nas consultas (VIEIRA et al; 2011).

O profissional ao realizar o pré-natal deverá desmistificar dúvidas relacionadas ao parto, oferecer informações e preparo suficiente, para o momento do parto, para que as gestantes se mostrem menos ansiosas e temerosas quanto às dores do processo parturitivo. Percebe-se a importância de se discutir no pré-natal, de maneira clara e precisa o trabalho de parto, assegurando o caráter humanizado da assistência evitando, assim, sofrimentos (BRITO et al; 2014).

Os autores pontuam a importância da participação dos profissionais da saúde durante todo o processo e gravidez. Oferecendo informações para as mulheres e preparando-as para que elas se mostrem confiantes e sem temores, evitando possíveis sofrimentos causados por essa falta de acompanhamento e informação.

O vínculo formado entre os profissionais de saúde através da atenção básica de saúde e gestante, a educação em saúde apresenta-se como uma ferramenta instigadora do cuidado integral e de empoderamento da gestante, uma vez que, permite uma maior aproximação do conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde com a vida cotidiana das pessoas, oferecendo dessa forma subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas adequadas de saúde, ou seja, um espaço de partilha e acumulação dos conhecimentos técnico-científico e o popular. Essa interlocução deve estar voltada também à qualificação da assistência e à atenuação das relações verticais que se estabelecem entre usuários e profissionais (COSTA et al; 2011).

A atenção no pré-natal não deve focalizar apenas os aspectos médicos. É necessário organizar a assistência a partir das necessidades e circunstâncias sociais e ambientais da gestante. Diante desse fato, os profissionais de saúde necessitam estar preparados para ouvir queixas e esclarecer dúvidas das gestantes e, assim, oportunizar a educação em saúde e conseguir a participação das mesmas (CERON et al; 2013).

A partir do vínculo estabelecido com os profissionais da saúde elas começam a adquirir conhecimentos sobre o assunto. No entanto esses profissionais não precisam focar apenas nos aspectos médicos do pré-natal, eles precisam ir mais além a questões que envolvam também aspectos sociais e ambientais, ouvir as gestantes suas dúvidas e anseios, ajudando as mesmas e conseguindo sua atenção e sua confiança para uma assistência de qualidade.

A limitada percepção da mulher conduz ao enfraquecimento da responsabilidade e da solidariedade de cada profissional. Sendo assim, espera-se que, no âmbito da interdisciplinaridade, o conhecimento biomédico esteja articulado às Ciências Sociais e Humanas, de forma a construir concepções e modelos mais aproximados da realidade dos sujeitos. O profissional de saúde precisa estar integrado a um campo de saber múltiplo, capaz de reconhecer, dialeticamente, a complexidade dos fenômenos, com olhares diferenciados (LÍBERA et al; 2010).

O PHPN tem novos desafios, após dez anos de implantação, representados pela necessidade de estímulo constante à adesão e manutenção do programa em cada um dos municípios, pela disponibilização mais efetiva da informação em saúde, com a criação de estratégias para evitar perda dos dados, e por investimentos necessários para o cumprimento da proposta inicial, que inclui a humanização do atendimento. (ANDREUCCI et a; 2011).

 É preciso melhor capacitação dos profissionais da saúde, para que eles possam realmente compreender e dá as devidas orientações aos diferentes tipos de mulheres que passam pela mesma circunstância da gravidez, mas com diferentes problemas, sociais, ou emocionais, eles precisam estar qualificados e serem bem receptivos a cada caso.

A recomendação é que a atenção no pré-natal e puerpério sejam prestadas por equipe multiprofissional de saúde, organizada de forma a atender às necessidades das mulheres em seu contexto familiar e social. Uma estratégia que pode vir a transformar o cenário e contribuir na qualificação dessa atenção refere-se à inclusão do enfermeiro no acompanhamento pré-natal em gestações de baixo risco, visto que sua formação humanística ancora- se em referenciais da educação e promoção da saúde como eixos indissociáveis do cuidado em enfermagem (CABRAL; HIRT; SAND, 2012).

Assim para se ter um pré-natal adequado é preciso ter uma equipe multiprofissional bem organizada e capacitada, e o profissional de enfermagem são fundamental para a assistência do pré-natal de qualidade, assim toda equipe possa trabalhar de forma holística para atender todas as necessidades das gestantes durante todo o período da gestação.

Pode-se identificar através dessa obra, qual a importância do pré-natal para a escolha do tipo de parto, e quais os benefícios para mãe e seu bebê e as vantagens para os serviços de saúde pública. O pré-natal é de suma importância, pois é durante o mesmo que as gestantes podem tirar suas dúvidas e receber informações e orientações a respeito da gestação, assim garantindo que ela tenha uma gestação e parto sem complicações.  No entanto os serviços de saúde se beneficiam com uma assistência de qualidade durante o pré-natal, assim um parto sem complicações os serviços de saúde não gastaram com assistência mais complexas com a mãe e seu bebê.

Contatou-se nessa obra que durante a assistência do pré-natal, as equipes de saúde devem promover mais atividades educativas com as gestantes, como: rodas de conversas, palestras. Desse modo, as mesmas acabam tirando mais dúvidas a respeito de sua gestação e pós-parto. Levando em consideração esse fato, as gestantes acabam criando um vínculo a mais com a equipe de saúde, assim proporcionando que seu pré-natal seja de qualidade e que a assistência prestada seja realizada com ênfase pela equipe de saúde.

As principais dificuldades de realizar esta obra, foram as de pesquisar os descritores no banco de dados BVS-Biblioteca Virtual em Saúde, logo em seguida encontramos a dificuldade de encontrar artigos que falassem da assistência durante o pré-natal e voltado para o parto humanizado e em anos atuais.

Diante do que foi abordado, concluísse que o pré-natal é de fundamental importância para a gestante durante a escolha do tipo de parto e para que a mesma tenha uma gestação tranquila sem intercorrências, pois é durante o mesmo que a gestante recebe todo apoio de uma equipe de multiprofissionais, que ela necessita para que possa chegar ao fim de sua gestação e ter um parto saudável sem complicações para ela e seu bebê.  

Referências Bibliográficas

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Sobre os autores
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense, especialista em direitos humanos pelo EDUCAMUNDO, especialista em tutoria em educação à distância pelo EDUCAMUNDO, especialista em auditoria governamental pelo EDUCAMUNDO, especialista em controle da administração pública pelo EDUCAMUNDO, especialista em gestão e auditoria em saúde pelo Instituto de Pesquisa e Determinação Social da Saúde e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

Vinícius Núñez Pinheiro

Acadêmico de medicina pela Universidade Maria Auxiliadora (UMAX).

Fábio dos Santos Gomes

Enfermeiro pela Associação de Ensino Superior do Piauí (AESPI).

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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