A moralidade um dia num reino encantado desandou por causa de um reizinho e sua religião. Ele , a sua moral absoluta, e o seus intérpretes, estabeleceram que só certas pessoas escolhidas podiam interpretar a moral do tirano; este é claro nunca era contrariado, era até elogiado pela imprensa.
Então, um conselho decidiu separar a moral do Direito, pois quando o reizinho morreu as pessoas perderam o medo de afirmar seus cultos e razões morais para agirem como queriam. E assim aconteceu para que a moral do reizinho não invandisse o patrimônio moral do cidadão; o Direito se preocuparia agora somente com os atos externos. A liberdade de consciência foi estabelecida para que morais diferentes do rei pudessem conviver.
Nesse reino encantado passaram muitas religiões. Entre elas o cristianismo católico com sua pretensão universalista e salvacionismo deu suporte para as colonizações e a escravidão de outros reinos, e a moral dos povos dominados desapareceu. As lembranças dos dominados justificava que a religião dos povos dominados não era moral e que era preciso reprimir estes povos. O que valia no reino encantado de tolerância a outras morais religiosas não poderia valer para povos dominados.
Por fim, hoje, num mundo aberto e multicultural do reino encantado, há ainda um povo que acredita numa salvação pela moral. Esse povo denominado de extremista se arroga intérprete da história, a fazer valer suas interpretações contra os fatos. Muitos desses cidadãos "iluminados" são violentos, espalham mentiras por "fakes news" e não obedecem as leis do seu país.
Voltando para a nossa realidade.
No "chavismo", e nas ditadura daqui dessa terra, o primeiros moralistas são os que derrubam os tribunais e perseguem juízes, estes que asseguram a moral de todos contra uma só moral. Por isso, antes da moral vem a política e o Direito, a arte de conter qualquer impulso de prisão moral.
A politica é a razão das virtudes e a base da comunidade, onde se realizam a necessária formação cidadã para agir com justiça, que por sua vez não sobrevive sem uma justiça imparcial, esta que segue o Direito, não as razões dos generais e de uma maioria cega posta na imprensa.