Em dissertação de Mestrado defendida em 2019 na Pontifícia Universidade Católica de Campinas BORTOTTO JUNIOR investigou o envolvimento paterno com filhos de 4 a 6 anos em idade escolar.
O estudo foi realizado com 90 pais (homens) com idades entre 18 e 72 anos de idade e com nível socioeconômico predominantemente baixo. O delineamento da pesquisa foi transversal, com amostra por conveniência, colhida em cinco pré-escolas municipais das cidades Mogi-Mirim e Mogi-Guaçu no Estado de São Paulo. Para participar da pesquisa os critérios de inclusão foram: ser pai biológico ou substituto do sexo masculino, ter pelo menos 1 filho de 4 a 6 anos de idade matriculado na rede pública dos municípios escolhidos, e ter 18 anos ou mais de idade.
Para avaliar o envolvimento paterno foi utilizado o instrumento de pesquisa Questionário de Engajamento Paterno (DUBEAU et al. 2014) traduzido e normatizado para a população brasileira por (BOSSARDI et al., 2018). O instrumento original foi elaborado por pesquisadores canadenses para avaliar crianças de 0 a 6 anos de idade. O instrumento usado continha 36 itens medidos uma escala de 6 pontos. Os itens compunham 5 dimensões analíticas do envolvimento do pai com os filhos (cuidados diretos e indiretos, suporte emocional, evocações, jogos físicos / abertura para o mundo, e disciplina).
Os principais resultados do estudo foram:
a) As maiores pontuações relativas ao envolvimento paterno com os filhos foram obtidas nas dimensões Suporte Emocional e Evocações. A menor pontuação ficou com a dimensão Cuidados Diretos e Indiretos;
b) Em relação as variáveis socioeconômicas (idade, escolaridade, estado civil, estar ou não empregado, classe social e religião) não foram observadas variações significativas entre os pais contidos nas diferentes categorias;
c) Observou-se forte correlação entre a dimensão Evocações e Suporte Emocional indicando que apoiar o filho frente as dificuldades associa-se com lembrar da criança quando ela está longe.