A paternidade nas pesquisas empíricas brasileiras

Por Fernando Valentin do Observatório da Guarda Compartilhada

Leia nesta página:

Paternidade nas pesquisas empíricas brasileiras

A mais recente revisão da produção científica brasileira sobre paternidade foi realidade em 2014 por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Investigando 100 artigos científicos empíricos publicados entre 2000 e 2012 em revistas indexadas nas bases IndexPsi, SciELO e PePSIC descobriu-se:

a) O pai foi o principal respondente em (46%) dos artigos, (10%) foram as crianças, a mãe falou sobre o pai em (5%) dos artigos, e pais, mães, e filhos foram estudados em outros (5%) deles.

b) O método mais utilizado nos estudos foram os levantamentos de dados (60%) por meio de entrevistas (47%). Destes estudos somente (07%)  tiveram caráter longitudinal, sendo todos os demais (93%) transversais;

c) A temática da paternidade, gravidez e parto foi analisada em (35%) dos estudos. O exercício da paternidade foi objeto de interesse de (25%) dos artigos, e paternidade e desenvolvimento infantil foi o foco de interesse de (15%) das pesquisas selecionadas;

d) Para analisar os 100 artigos selecionados os pesquisadores criaram 8 categorias temáticas (paternidade, gravidez, parto e puerpério, exercício da paternidade, paternidade e desenvolvimento infantil, paternidade e adolescência, concepções acerca do comportamento paterno, paternidade hospitalização e deficiência, paternidade e masculinidades, e paternidade em configurações familiares não tradicionais);

e) Na opinião dos pesquisadores responsáveis pela revisão da literatura os principais achados foram: evidenciou-se aumento no número de artigos envolvendo a temática pai, especialmente a partir de 2005. De modo geral, os pais concebem a paternidade como novo encargo social ainda fortemente vinculado à função de provedor material e moral da família, mesmo que vivenciem um processo de transição em que se mesclam o modelo do pai tradicional e outro mais atual, que abrange também as dimensões afetiva e de cuidado.

Sobre o autor
Observatório da Guarda Compartilhada - @OBGCBRASIL

Criada em 2014 pelo sociólogo Fernando Farias Valentin, é hoje a maior plataforma de formação parental em língua portuguesa em questões de divórcio, alienação parental e guarda de filhos.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Mais informações

divulgação científica

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Publique seus artigos