A mais recente revisão da produção científica brasileira sobre paternidade foi realidade em 2014 por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Investigando 100 artigos científicos empíricos publicados entre 2000 e 2012 em revistas indexadas nas bases IndexPsi, SciELO e PePSIC descobriu-se:
a) O pai foi o principal respondente em (46%) dos artigos, (10%) foram as crianças, a mãe falou sobre o pai em (5%) dos artigos, e pais, mães, e filhos foram estudados em outros (5%) deles.
b) O método mais utilizado nos estudos foram os levantamentos de dados (60%) por meio de entrevistas (47%). Destes estudos somente (07%) tiveram caráter longitudinal, sendo todos os demais (93%) transversais;
c) A temática da paternidade, gravidez e parto foi analisada em (35%) dos estudos. O exercício da paternidade foi objeto de interesse de (25%) dos artigos, e paternidade e desenvolvimento infantil foi o foco de interesse de (15%) das pesquisas selecionadas;
d) Para analisar os 100 artigos selecionados os pesquisadores criaram 8 categorias temáticas (paternidade, gravidez, parto e puerpério, exercício da paternidade, paternidade e desenvolvimento infantil, paternidade e adolescência, concepções acerca do comportamento paterno, paternidade hospitalização e deficiência, paternidade e masculinidades, e paternidade em configurações familiares não tradicionais);
e) Na opinião dos pesquisadores responsáveis pela revisão da literatura os principais achados foram: evidenciou-se aumento no número de artigos envolvendo a temática pai, especialmente a partir de 2005. De modo geral, os pais concebem a paternidade como novo encargo social ainda fortemente vinculado à função de provedor material e moral da família, mesmo que vivenciem um processo de transição em que se mesclam o modelo do pai tradicional e outro mais atual, que abrange também as dimensões afetiva e de cuidado.