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Serendipidade, bricolagem, consiliência:

métodos de trabalho e de investigação

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10/12/2005 às 00:00
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NOTAS

            01

http://www.fundanet.br/mestrado_direito/default.asp, em 28/10/2001. A descrição do objetivo geral, no entanto, segue o padrão estabelecido, ou seja, ser direto, conciso, objetivo – a linha de pesquisa foi formulada e desenvolvida por Osvaldo Giacóia Jr., prof. Livre Docente da UNICAMP.

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O trabalho foi escrito na primeira pessoa do plural porque entendemos que muitos dos autores consultados estão presentes ao longo do texto, bem como os inúmeros atores com que mantivemos diálogo nesses últimos anos – desse modo descrevemos nossa intenção na dissertação de Mestrado em Direito, defendida em Jacarezinho-PR, em 2005, mas que agora também se aplica.

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A preocupação com a serendipidade começou no período 2000/2001, antevéspera de nossa defesa de doutorado, quando chegamos à descrição do método involuntariamente, mas que só agora pode ser melhor refletida, contando com a ajuda do trabalho resultante nos cinco anos seguintes — o que também destaca a importância do amadurecimento em termos de pesquisa científica.

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Diz-se que este estilo tem esta exata característica, isto é, não se tem estilo definido.

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Um antigo professor de metodologia dizia que até santinho de propaganda ou de protesto político poderia ser fonte de pesquisa em Ciências Sociais. (Alguém mais exageradamente ainda diria que até mesmo bula de remédio seria fonte primária). Ironicamente, esse mesmo personagem não conseguiu concluir sua tese de doutorado e assim acabou desligado da Universidade.

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Uma característica fantástica da informática permite ao leitor/pesquisador manejar inúmeras escritas simultaneamente, porque, além de cortar/colar, permite reescrever tudo com extrema agilidade e facilidade.

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É a ocorrência típica das questões e das perguntas inusitadas que nos levam a pensar em novas fórmulas e armações do conteúdo pensado e exposto. Também fica evidenciado como professores aprendem com seus melhores alunos.

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Daniel Casella, advogado e Mestre em Direito e Internet, em mensagem pessoal logo após sua defesa.

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A expressão é do professor Eduardo Figueiredo.

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As pesquisas foram todas realizadas em 1º/11/2005.

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Este e o próximo item são partes recuperadas e revistas de um capítulo da tese de doutorado defendida na USP, em 2001, sob o título A rede dos cidadãos: a política na Internet.

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Deriva de um termo estruturado por William Whewell (consiliência), em 1840, no livro A Filosofia das Ciências Indutivas.

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Leite, 1998.

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Essa gatunagem que vai da simples propaganda enganosa ao complexo fetiche da mercadoria: como se as coisas tivessem vontade própria a ponto de chegarem sozinhas e já prontas às prateleiras, como se praticamente não existisse a produção e a distribuição.

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Tendo-se em mente que, muitas vezes, o luxo apenas disfarça o óbvio.

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Mantendo-se nosso plus tecnológico.

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Utilizando-se da lógica simples, o personagem Unabomber pensava que o mundo real/virtual era mantido por cientistas, e que acertando os cientistas arruinaria o capitalismo. O que ele não pensava, entre muitas outras coisas, é que o sistema é que produz esses cientistas e, portanto, na falta de um, poderia reproduzir centenas, milhares de novos cientistas.

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Outra grande vantagem do método é evitar o formalismo das regras (como da ABNT) ou ortodoxias metodológicas variadas.

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Ou homem retilíneo, na expressão de Marcos Mucheroni, como se vê no primeiro anexo, ao final do texto.

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Aqui, bifocal ou binocular no pior estilo do maniqueísmo tipo certo-errado, amigo-inimigo, nessa eterna oposição antagônica entre o bem e o mal, ou real X virtual.

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Isto não significa erro premeditado, mas apenas que não se esconde o sol com a peneira, ou seja, não se alimenta a idéia rudimentar de que a seriedade e a objetividade da pesquisa afastam os pré-conceitos ao autor.

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O único reparo que faço nesse comentário de Mucheroni é que: a serendipidade também nos permite analisar o atual estágio do Estado Capitalista – apenas as pupilas estarão mais dilatadas. Assim, ainda que considerado como pós-moderno, o método nos permite discutir a qualidade da luta de classes nesse Estado Capitalista Controlativo.

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Quanto a ser um tipo de método de trabalho sobre a vida, lembramos ainda que há um sentido mais usual e corriqueiro para bricolagem: seria a simples recuperação e a reutilização de materiais, com destinação de fins diferentes daqueles previstos originariamente — ou até mesmo a reciclagem. Teríamos como exemplos o improviso ou a criatividade popular revertendo o valor de uso original do objeto, como: usar uma porta como se fosse o tampo de uma mesa ou, então, o próprio tampo da mesa que é serrado em partes menores, transformando-se em duas ou três tiras de madeira, para serem aplicados como simulação de duas ou três estantes de parede. Neste sentido, a bricolagem é um método de ação e de transformação.
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Sobre o autor
Vinício Carrilho Martinez

Pós-Doutor em Ciência Política e em Direito. Coordenador do Curso de Licenciatura em Pedagogia, da UFSCar. Professor Associado II da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Departamento de Educação- Ded/CECH. Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade/PPGCTS/UFSCar Head of BRaS Research Group – Constitucional Studies and BRaS Academic Committee Member. Advogado (OAB/108390).

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

MARTINEZ, Vinício Carrilho. Serendipidade, bricolagem, consiliência:: métodos de trabalho e de investigação. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 10, n. 890, 10 dez. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7692. Acesso em: 22 nov. 2024.

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