Desigualdade Social

Brasil e Europa

04/10/2019 às 10:35
Leia nesta página:

O texto tenta justificar historicamente a desigualdade no Brasil em comparação a Europa.

Desigualdade Social : Brasil e Europa

Motivos não faltam, mas porque a miséria e a desigualdade social são infinitamente maiores no Brasil do que nos países desenvolvidos da Europa? Existem várias vertentes, as quais serão detalhadas e comparadas. A ideia principal do texto, é encontrar uma explicação racional, com base em dados históricos, comportamento político e financeiro entre estes continentes, excluindo os demais da América do Sul, deixando a análise apenas sobre o Brasil.

Os dados históricos brasileiros, demonstram que sua origem nasceu de um sistema administrativo implementado pela Coroa Portuguesa em 1534, quando o território brasileiro foi dividido em faixas de terras, estas concedidas aos nobres de confiança do rei D. João III. Um modelo distributivo baseado no conceito igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais. A retirada do poder da terra dos seus proprietários e dada àqueles que a dominaram. Enquanto isto, na Europa, o século XVI estava sendo definido como o século do desenvolvimento. Espanha e Portugal exploravam os oceanos do mundo e abririam uma série de rotas comerciais marítimas.  Grandes partes do novo mundo tornariam colônias portuguesas e espanholas. Esta era do colonialismo, foi estabelecido o mercantilismo, sendo a principal doutrina econômica, onde o modelo econômico era visto por uma balança em que  o ganho de alguém significaria sempre a perda para outro, que mais tarde culminaria o imperialismo em escala mundial. Neste contexto histórico inicial, percebe-se que enquanto o Brasil não passava de uma ilha de vera cruz, a Europa estava em plena ascensão política e financeira.

Em relação ao comportamento político e financeiro, a assinatura do Tratado de Roma e a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), entre Alemanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda, buscaram assegurar o progresso econômico e contribuir para uma união cada vez mais estreita entre os povos europeus, fortalecendo assim a igualdade social dentro da própria Europa. Na Década de 90, o EURO surgiu para fortalecer cada vez mais o poder financeiro, através de uma única moeda. Atualmente a economia dos países é bem desenvolvida, sendo que as mais fortes são Alemanha, França, Itália e Espanha, considerando que a Grã-Bretanha ultimamente saiu desse conjunto. Outro ponto forte gerado pela união, foi a construção de um bloco econômico chamado de União Europeia (UE), que envolve 28 países, entre estes dezenove utilizam uma mesma moeda, o euro. Em relação a legislação, existem leis comuns que facilitam a circulação de cidadãos integrantes da EU. Em geral a qualidade de vida dos europeus é excelente. Os índices sócios estão entre os melhores do mundo. Nos países mais desenvolvidos da Europa (região centro-oeste), o analfabetismo é baixo, a expectativa de vida é alta e a criminalidade é pequena. Enquanto a Europa anda em passos largos para diminuir essa desigualdade, no Brasil posiciona-se estagnado. Comparando o sistema de tributação brasileiro com europeu, percebemos que existe na Europa um sistema mais justo, que baseiam-se em uma lógica simples: quem tem mais paga mais, quem tem menos, paga menos, e quem tem muito pouco não paga nada. Não é o caso do Brasil, o que faz com que a classe média e os mais pobres paguem muitos mais impostos do que os super-ricos. Um exemplo: quem ganha 100 salários mínimos mensais paga uma alíquota efetiva de imposto similar à de quem ganha cinco salários mínimos mensais. Essa aberração tem origem em duas particularidades do sistema tributário brasileiro: a isenção de impostos sobre lucros e dividendos e a limitação de alíquotas no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) – a maior delas é de 27,5%, tanto para quem ganha 1000 salários mínimos quanto para quem ganha oito salários mínimos. Outro indicador de desigualdade social gritante entre o Brasil e a Europa, é o desvio da concentração da renda. Enquanto no Brasil os 10% mais ricos concentram em torno da metade da renda nacional, na Europa, tipo França, os números chegam a 28%. Assim a  maioria dos franceses desfruta de elevado padrão socioeconômico. De acordo com dados divulgados em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a França possui Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto, com média de 0,872, ocupando o 14° lugar no ranking mundial enquanto o Brasil apresenta IDH de 0,699 ocupando  o 73° lugar no ranking mundial.

Vale ressaltar que a desigualdade social existem em todos os países, contudo no Brasil existe uma lacuna gigante entre quem possui e aquele que não possui bens. Entrementes a maioria das políticas públicas não fazem diferença entre as classes , gerando assim uma desigualdade social nas principais áreas (vida, educação  e rendimento).

Sobre o autor
Jose Luís Queiroz pinheiro

Especialista em tecnologia da informação,estudante de direito, pós graduando em direito penal.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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Analisar a desigualdade entre Brasil e Europa

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