O PARADIGMA MICROSOFT OFFICE

04/11/2019 às 15:56
Leia nesta página:

Breves considerações sobre o mercado jurídico e de gestão legal.

O que nos torna tão dependentes das ferramentas oferecidas pelo pacote Office, da Microsoft?

Confesso que aqui no escritório já tentei, por algumas vezes, fugir da hegemonia da gigante. Tentei implantar o Google Docs (gratuito), o LibreOffice (Apache OpenOffice - também gratuito), e por a vai.

Sem sucesso, sempre retornei ao Office.

Nada se mostrou tão convidativo, intuitivo e, principalmente: SEGURO como a suíte de aplicativos da empresa liderada pelo magnata William Henry Gates III, o Bill Gates.

A que se deve esse fenômeno? Será que estamos acostumados? Será que de fato o conjunto de aplicativos de Gates é tão bom que preferimos pagar para utilizá-lo ao invés de utilizar as opções gratuitas disponibilizadas pelo mercado?

Fato é que preferimos pagar pela segurança, do que nos arriscarmos na incerteza. E isso se reproduz em vários mercados - INCLUSIVE NO JURÍDICO - passando pelo fonográfico, streaming (também fonográfico mas também de filmes, séries), livros - Amazon assustando livrarias físicas com preços super competitivos e frete grátis ou a preços simbólicos, e também livros virtuais com o seu leitor virtual Kindle ou via APP no celular, tablet ou PC (esse não está tão bem assim no Brasil, por enquanto, pela resistência do público) -, aplicativos de transporte: o preço é menor em relação ao táxi - geralmente - fator SEGURANÇA: nome do motorista, placa do veículo, localização em tempo real, ferramentas de segurança como compartilhamento da viagem via aplicativo com familiares ou amigos, acionamento da polícia via aplicativo, avaliação do motorista, dentre tantos outros.

No mercado jurídico, como mencionado no início do parágrafo anterior, o cliente também busca se sentir seguro e protegido.

É que ele quer estar nas mãos da Microsoft, e não do LibreOffice.

A transmissão desta segurança e cuidado em relação ao cliente, sem dúvida, passa pela tecnologia do escritório (um bom sistema de gestão de processos e de CRM); mas passa também pela boa seleção dos advogados e paralegais, e, se possível - que maravilha - com baixíssimo íssimo íssmo turnover (rotatividade), pois, ACREDITE, ver o mesmo rostinho COMPETENTE ali, na sua frente, passa uma enorme segurança e até arriscaria dizer uma sensação de alívio ao cliente.

Ser uma Microsoft requer investimento em carreira, em formação continuada (e útil - lembre, queremos ser uma Microsoft, e não um LibreOffice), então nada de formação para preencher currículo: é formação a la "Microsoft", com os melhores.

Ser uma Microsoft requer análise de ameaças e oportunidades internas e externas, planejamento, planejamento e planejamento, e fragmentação das ações para atingir estes objetivos em ano, mês, semana, dia, hora, minuto, segundo, e cada player.

Mas ser uma Microsoft, também requer um planejamento sucessório! Precisamos nos preparar para ser uma Amazon (US$ 125), e depois uma Apple (US$ 234), e depois...

Sobre o autor
Vinícius Dittrich

Advogado (OAB/SC 40379) [email protected]

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