FALÊNCIA DE CONSÓRCIOS - RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS AOS CONSORCIADOS

Resumo:


  • Consorciados afetados pela falência de uma administradora de consórcio podem buscar a restituição dos valores pagos através de habilitação de crédito no processo falimentar.

  • Algumas ações de primeira instância na Justiça Federal foram bem-sucedidas ao argumentar que o Banco Central, como fiscalizador, deveria ressarcir prejuízos dos consorciados, mas essa tese não foi aceita pelos Tribunais Regionais Federais.

  • Os TRFs decidiram que o Banco Central não tem o dever de garantir os negócios dos consorciados e que eventuais prejuízos devem ser ressarcidos por outras vias, não havendo nexo causal entre a fiscalização do BC e a falência das administradoras de consórcio.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

A habilitação dos consorciados, no caso de falência ou recuperação judicial da administradora do consórcio, é o procedimento adequado para se pleitear a restituição dos valores pagos.

 

No caso de falência ou recuperação judicial da administradora do consórcio, os consorciados podem pleitear a restituição dos valores pagos judicialmente, mediante habilitação de crédito no processo falimentar.

Há aqueles que sustentam a tese de que o Banco Central (BC) é obrigado a ressarcir os consorciados pelos danos sofridos com a falência de empresas de consórcio. Esse entendimento foi objeto de algumas ações, com êxito, em Primeira Instância, na Justiça Federal, ao argumento de que o Banco Central é o órgão fiscalizador dos consórcios e, desta forma, deve responder pelos prejuízos sofridos pelos consumidores nos casos de quebra dessas empresas.

Acontece que os Tribunais Regionais Federais – TRF, em suas decisões, não acolheram essa tese ao fundamento de que inexiste nexo causal, visto que “eventuais prejuízos decorrentes da falência do consórcio devem, pois, ser ressarcidos pelas vias, próprias, não cabendo ao Banco Central assumir a condição de garantidor dos negócios celebrados pelos consorciados.” A exemplo das EMENTAS aqui transcritas:

TRF-3 17/11/2011 - Pág. 800 - Judicial I - TRF - Tribunal Regional Federal da 3ª Região

Diários Oficiais•17/11/2011•Tribunal Regional Federal da 3ª Região

ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS. FALÊNCIA. PREJUÍZOS DE CONSORCIADOS. RESPONSABILIDADE CIVIL. BANCO CENTRAL DO BRASIL. INEXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. 1. Eventuais prejuízos decorrentes da falência do consórcio devem, pois, ser ressarcidos pelas vias próprias, não cabendo ao Banco Central assumir a condição de garantidor dos negócios celebrados pelos consorciados

TRF-5 14/01/2010 - Pág. 183 - Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Diários Oficiais•14/01/2010•Tribunal Regional Federal da 5ª Região

CONSÓRCIO. FALÊNCIA DA ADMINISTRADORA. BANCO CENTRAL. NÃO DEMONSTRADA CONDUTA OMISSIVA NA FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO. 1. É imprescindível a demonstração da conduta omissiva culposa do Banco Central (BACEN) no desempenho de sua função fiscalizatória para lhe imputar o dano sofrido pela falência de administradora de consórcios… imposto ao Banco Central do Brasil, autarquia incumbida de fiscalizar a instituição financeira, não constitui garantia de que o efetivo exercício da fiscalização impede a gestão inadequada da empresa de consórcio…

 


 


 


 

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