O que você deve prestar atenção na rescisão de contrato de trabalho

24/06/2020 às 10:09

Resumo:


  • É fundamental conhecer seus direitos na rescisão de contrato de trabalho para verificar se a empresa cumpriu todas as obrigações previstas na legislação.

  • O aviso prévio, o décimo terceiro salário e as férias vencidas e proporcionais são pontos de atenção na rescisão contratual, com regras específicas a serem seguidas.

  • A multa sobre o FGTS é paga em casos de rescisões sem justa causa ou na rescisão indireta, sendo equivalente a 40% do saldo do trabalhador, e deve ser quitada em até 10 dias após o término do contrato.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Entender como funciona a rescisão do contrato de trabalho é essencial para verificar se a empresa quitou todas a verbas devidas. A rescisão de contrato de trabalho é um dos momentos que mais gera dúvidas entre os trabalhadores. Nessa etapa, é fundamental saber quais são os seus direitos para verificar se a empresa cumpriu todas as obrigações previstas na legislação.

A rescisão de contrato de trabalho é um dos momentos que mais gera dúvidas entre os trabalhadores. Nessa etapa, é fundamental saber quais são os seus direitos para verificar se a empresa cumpriu todas as obrigações previstas na legislação.

O primeiro ponto é entender que a carteira de trabalho deve ser assinada desde o primeiro dia de serviço, incluindo o período de experiência. Infelizmente, muitas empresas deixam de fazer o registro no início do contrato e, no momento da rescisão, não pagam os valores devidos. Também é essencial conhecer as verbas que devem ser pagas.

Se você tem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura deste conteúdo e conheça os pontos de atenção na rescisão contratual!


Aviso prévio

O aviso prévio é um período que tem início com o comunicado da rescisão para que as partes tenham tempo de se preparar para o fim do contrato. Quando a iniciativa do fim do contrato é da empresa, o aviso deve ser proporcional ao tempo de serviço: no mínimo 30 dias, acrescido de 3 dias para cada ano de duração do vínculo empregatício, até o limite de 60 dias adicionais ou 90 dias no total.

Por outro lado, quando é o empregado que pede demissão, o aviso sempre terá 30 dias, independentemente da duração do contrato. Em todos os casos, o período pode ser trabalhado ou indenizado, conforme a vontade do empregador.

Esse período integra o contrato de trabalho para o cálculo das verbas proporcionais, como férias e décimo terceiro salário, mesmo quando ele for indenizado. No entanto, nas demissões por justa causa ou ao fim do prazo de contratos por tempo determinado, não há direito ao aviso prévio.


Décimo terceiro salário

Cada mês em que o empregado trabalhou mais de 14 dias, ele tem direito a 1/12 do décimo terceiro salário. O valor deve ser baseado ao salário do mês da rescisão, incluindo a média de horas extras e outros adicionais eventualmente pagos.

Assim, o cálculo dessa verba é feito dividindo o valor total por 12 e multiplicando pelo período trabalhado no ano até o momento da rescisão, incluindo o tempo do aviso prévio (mesmo que seja indenizado). Porém, na rescisão por justa causa o empregado perde o direito ao pagamento.


Férias vencidas e proporcionais

As férias proporcionais seguem regras semelhantes as do décimo terceiro salário: são considerados os meses em que houveram mais de 14 dias de trabalho, mas é preciso ter atenção aos períodos aquisitivos e concessivos.

O período aquisitivo envolve os 12 meses de trabalho em que o trabalhador adquire o direito às férias. Em seguida, inicia o prazo concessivo, também de 12 meses, em que o descanso deve ser concedido ao empregado. Se ele não for observado, o período deverá ser pago em dobro.

No momento da rescisão, exceto na justa causa, o empregado deve receber o valor proporcional — 1/12 por cada mês do período aquisitivo em que houve trabalho, com o adicional de um terço. Já as férias integrais — que estavam no período concessivo, mas não foram usufruídas — e as vencidas (devidas em dobro) devem ser pagas independentemente do motivo da rescisão.


Multa sobre o FGTS

A multa do FGTS é paga nas rescisões sem justa causa ou na rescisão indireta (justa causa do empregador) e deve ser equivalente a 40% do saldo do trabalhador para fins rescisórios. Ela é calculada considerando todos os depósitos do fundo de garantia que foram realizados durante o vínculo empregatício.

Na rescisão por comum acordo, quando as partes decidem juntas pelo término do contrato, essa verba terá o valor de 20%. Nesse caso, o aviso prévio, se indenizado, também será pago pela metade.

Além disso, as verbas rescisórias devem ser quitadas em até 10 dias após o término do contrato. Se isso não acontecer, o empregado terá direito à multa equivalente ao seu salário.


Pronto! Agora que você já conhece os pontos de atenção na rescisão de contrato, verifique o cálculo feito pela empresa e o prazo de pagamento, pois nem sempre os empregadores agem de maneira correta. Caso tenha dúvidas, consulte um advogado para que ele avalie se todos os seus direitos foram observados pelo empregador.

Sobre o autor
Gutemberg do Monte Amorim

Graduação em direito pela PUC- Goiás, pós-graduação em Direito Médico pelo instituto Legale Educacional, pós-graduação em Direito Empresarial – LLM pela FGV e Curso de Extensão em Direito Previdenciário - Damásio.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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