Antropologia Cultural e a Sociedade da Informação

28/06/2020 às 14:58
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Antropologia Cultural e a Sociedade da Informação

Antropologia Cultural é uma ramificação da Antropologia, onde atribui características culturais do homem, como os costumes, crenças, comportamento e organização social. Podemos dizer, portanto, que a cultura é um conjunto de informações obtidas dentro de um ciclo de vida humano, que gera o conhecimento. Dessa forma, entendemos, ainda, que o ser humano se amolda dentro da sociedade.

Passado o tempo e a necessidade de inovar, desenvolver e criar, o ser humano formou novos caminhos para a evolução. À medida que o homem desenvolveu o seu intelecto e sua capacidade de raciocinar, foi possível determinar a sua fibra moral dentro de uma sociedade, assim, começou a expansão criativa e intelectual da civilização.

O homem tem de poder escolher a vida em todas as circunstâncias”[1] e a partir desse pensamento, por exemplo, o homem descobriu o fogo, aprendeu a plantar, deixou de ser nômade, construiu casas e palácios, instituiu o recolhimento de tributos, criou a roda, a eletricidade,  industrias,  os carros, os aviões, o foguete espacial e todas as redes de comunicação atuais. Uma pequena tribo, se transformou em uma grande sociedade de informação.

Com a transformação e o avanço da tecnologia, saímos do período industrial do século XX e seguimos para um novo conceito de sociedade, onde, segundo os entendimentos de Alvin Toffler[2], vivemos atualmente, na sociedade informacional ou conforme pensamentos do Dr. Roberto Senise Lisboa, a sociedade de informação também pode ser entendida como “sociedade do conhecimento”[3] e de acordo com BAUMAN[4], a natureza dessa nova modernidade é sempre estar em movimento (velocidade com que é passado as informações) ou em constante mudança, portanto, a todo momento estaremos evoluindo e nos transformando com base na informação e no conhecimento.

Marcelo Romão Marineli em sua obra, cita uma passagem dos ensinamentos de Luíz Roberto Barroso, onde “a sociedade moderna gravita em torno da notícia, da informação, do conhecimento e de ideias. Sua livre circulação, portanto, é da essência do sistema democrático e do modelo de sociedade aberta e pluralista que se pretende preservar e ampliar” [5].

Observamos, dessa forma, que os novos meios de comunicação, como, internet, celulares, computadores, além dos mais convencionais, televisão, telefone fixo, interferem diretamente nos padrões de convivência e culturais existentes entre as pessoas nos tempos atuais. Com a expansão constante, principalmente, do mundo virtual, fica utópico dizer que não somos afetados na sociedade. Difícil dizer, ainda, que nos dias atuais, que uma pessoa tem “analfabetismo digital” [6].

A antropologia, em seus estudos sobre a cultura, além de se referir como adaptativa, podemos dizer também, que é cumulativa, pois, todas as evoluções trazidas por uma geração, passa-se à geração seguinte, aonde irá se desenvolver, alterar ou modificar, perder e incorporar outros conceitos, questões, ângulos e dados, procurando assim, aprimorar a vivência das novas gerações.

Uma vez elaborada uma nova tecnologia, na qual “cria-se” ou desenvolve uma aculturação[7], do qual será árduo para retira-la de nossa sociedade.

Por fim, não podemos esquecer a citação de Sêneca, na qual “o ócio sem estudos é como a morte e a sepultura do homem vivo”, portanto, àqueles que não se adequam às transformações da cultura e da sociedade, tendem a viver no seu mais profundo passado.


[1] SADRE, Jean Paul - Os sequestrados de Altona – 1959

[2] TOFFLER, Alvin, A terceira onda, 1981.

[3] LISBOA, Roberto Senise – Direito na Sociedade da Informação, p.10, disponível em: <http://egov.ufsc.br/portal/conteudo/direito-na-sociedade-da-informa%C3%A7%C3%A3o>

[4] BAUMAN, Zygmunt - Modernidade Líquida, 2001, p.07-24

[5] MARTINELI, Marcelo Romão. Privacidade e Redes sociais Virtuais, Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris, 2017, p.157

[6] MALHEIRO, Emerson – Direto da Sociedade da Informação – 2016, Editora Max Limonad, p.41 -Analfabetismo digital é caracterizado pela ignorância das novas tecnologias (independente seja qual ela for), o que impossibilita as pessoas de acessarem as oportunidades e interagirem com elas na sociedade de informação.

[7] Aculturação, com um entendimento extensivo, no sentido de fazer uma combinação de culturas decorrentes do contato continuo delas.

Sobre o autor
Gustavo Rocco Corrêa

Bacharel em Direito na Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU; Bacharel em Ciências Contábeis - UNICID-SP; Pós-Graduado em Processo Civil Aplicado - EBRADI; Pós-graduando em Direito Constitucional Aplicado - Faculdade Legale.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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