INTRODUÇÃO
Após o início da pandemia do coronavírus, foi observado que os países mais afetados eram governados pela extrema-direita. Isso pode ser exemplificado no caso do Brasil e dos Estados Unidos, que hoje lideram a lista de infectados e mortos pela doença, em razão de políticas públicas que se contrariavam a adotar o isolamento social, recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Ademais, muitos países, no presente ano passam por procedimentos eleitorais, para a escolha de presidentes.
O próprio Trump vem perdendo diversos eleitores, estando hoje atrás de seu concorrente. Na Polônia, o que parecia improvável está ocorrendo, diante do crescimento do concorrente de Duda, atual presidente do país, que pertence a um partido de extrema direita. No caso do Brasil, Bolsonaro vem perdendo popularidade, com diversas manifestações contra o seu governo ocorrendo em todo país. É visível que ocorre uma possível queda de governos de extrema-direita no mundo, o que será objeto de análise nesse artigo.
1 - DA POPULARIDADE DE BOLSONARO
Uma pesquisa do Datafolha apontou que o grupo defensor do atual presidente corresponde a aproximadamente 32% da população. A porcentagem da sociedade que reprova o mandatário é de 44% e a dos que consideram regular, por sua vez, é de 23%. A grande parcela que não apoia Bolsonaro pode se afirmar que surgiu diante da pandemia do Covid-19, onde o Presidente sempre lutou contra o isolamento e hoje o Brasil é o epicentro mundial da doença. Ademais, uma investigação envolvendo o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, também ajudou no aumento da rejeição do chefe do executivo[1].
Além disso, vem acontecendo diversas manifestações pelo país contra o governo Bolsonaro, chamadas de manifestações antifascistas. Os protestos foram influenciados principalmente em razão da morte do norte-americano George Floyd e do menino brasileiro João Pedro, que tiveram viés racista. O uso de cartazes com a frase “vidas negras importam” ou “fora Bolsonaro” foram comuns, mostrando que ambas as causas andam lado a lado[2].
2 - DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NOS EUA
Os Estados Unidos da América hoje é o país com o maior número de infectados e mortos pelo coronavírus no mundo. Por esse motivo, o atual presidente Donald Trump, que tenta a reeleição esse ano, vê sua candidatura ir por água abaixo. Seu concorrente, Joe Biden, tem dez pontos de vantagem na corrida presidencial, o que assusta ainda mais o atual Presidente do país. Ocorre que, na antiga eleição, disputavam Donald Trump e Hillary Clinton, onde Trump aparentemente estava em desvantagem, quando surpreendeu a todos com a vitória.
Contudo, a situação que ocorre nos dias de hoje é diferente. Anteriormente, a distância entre Clinton e Trump era menor nessa mesma altura na média do site Real Clear Politics: em 25 de junho de 2016, a ex-secretária de Estado liderava por seis pontos (43% a 37%), enquanto quatro anos depois, a diferença nesse mesmo dia entre Biden e o presidente chegou a dez pontos (51% a 41%). E os números nos Estados essenciais de 2016, que foram mais duvidosos para Clinton, também estão começando a sorrir ao ex-vice-presidente da era Barack Obama. Biden vence nos três que liquidaram Clinton e perde em Ohio[3].
3 - DAS ELEIÇÕES NA POLÔNIA
Diante da crise do Covid-19, as eleições na Polônia tiveram que ser adiadas. Antes, o atual presidente Andrzej Duda já estava praticamente comemorando a vitória. No entanto, o prefeito de Varsóvia e candidato à presidência Rafal Trzaskowski vem tumultuando as eleições, pelo seu risco à reeleição de Duda. Ambos são diferentes, Trzaskowski, do partido Plataforma Cívica (centro-direita), é a face cosmopolita, integrada à União Europeia, ecumênica em religião, moral e cultura. Duda corresponde a valores católicos e contra os princípios europeus, tentando o segundo mandato de cinco anos com o apoio do partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que integrou até assumir a Presidência (presidentes não podem ser filiados).
Nos últimos dias, o atual presidente polonês lançou uma “Carta da Família”, na qual se compromete a impedir que gays se casem ou adotem crianças. Além de chamar o grupo LGBT de “ideologia pior que o comunismo” e disse que vai barrar seu ensino. Na contramão de Duda, no ano passado, Trzaskowski patrocinou a primeira parada do orgulho gay da capital polonesa e prometeu aulas antipreconceito nas escolas. Mesmo se Trzaskowski ganhar, ainda terá dificuldades para governar diante do parlamento, que é composto em sua maioria por apoiadores do atual governante[4].
4 - CONCLUSÃO
É possível observar que os governos de extrema-direita estão caindo em grandes países. No Brasil e nos Estados Unidos, a pandemia do coronavírus e movimentos antirracistas fizeram a popularidade de Jair Bolsonaro e Donald Trump despencar, com o pior ocorrendo com o Presidente norte-americano, que passa por um ano eleitoral, totalmente delicado para a sua continuidade no cargo. Na Polônia, Rafal Trzaskowski vem ganhando pontos na eleição, superando o atual presidente, Andrzej Duda, que dava a eleição como vencida antes da chegada do Covid-19. Portanto, fica claro que os governos de extrema-direita cada vez mais balançam, podendo estar realmente em queda, podendo ocasionar o início de uma nova era na política global.
Referências
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/06/eles-sao-32.shtml. s.d.
NOTAS
[1] (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/06/eles-sao-32.shtml s.d.)