Quando assistimos filmes ingleses ou filmes e novelas de época, deparamos com uma sociedade machista, conservadora, onde o provedor da família é o homem, as filhas desde pequenas ganham bonecas.
As bonecas, na verdade, eram para a menina, desde cedo, aprender a cuidar de filhos. Quando as meninas “viravam moças”, já eram remetidas ao curso de corte e costura.
O tempo foi passando e as mulheres se desvencilharam das trincheiras e hoje externam seus pensamos e tem voz ativa onde quer que estejam.
“Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de domicílios brasileiros comandados por mulheres saltou de 25%, em 1995, para 45% em 2018, devido, principalmente, ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho. “As mulheres ocupam um espaço cada vez maior do mercado de trabalho e vêm alcançando maiores remunerações, apesar de a desigualdade salarial entre gêneros ainda persistir. Por isso, contribuem cada vez mais com a renda das famílias”, explicou a pesquisadora do Ipea, Luana Simões”.[1]
Aquele machismo encarnado no homem vem há mais de século, sendo adocicado com a doçura feminina, que vem carregada de organização, disciplina, dedicação, inteligência, paciência e sua força de trabalho.
Mas a evolução da família ou da instituição família não para por aqui.
Após a quebra de barreiras das mulheres, que com isso podem votar, ocupar cargo político, ser juíza, desquitar, depois divorciar, etc., aquelas amarras que sofriam, hoje seu tratamento é praticamente igual ao do homem.
Evidente que, como dito lá em riba, o machismo é uma impregnação praticamente incurável, mas, a evolução familiar sobrepõe.
Foram necessárias algumas leis especiais para proteção da mulher. Não porque ela é fraca, mas, em razão da arrogância masculina (lê-se arrogância, machismo, truculência, egocentrismo, etc.).
Mais adiante, nessa dinâmica familiar, surgiram, aliás, eclodiram a sociedade ou grupo social da ideologia de gênero.
“O conceito de gênero é presente no movimento feminista desde os anos 1970 e é entendido não como sexo biológico, mas como as construções sociais baseadas nos sexos biológicos. Pode parecer confuso, mas nós explicamos melhor.
Por muito tempo pregou-se que os homens eram superiores às mulheres por características biológicas. Essas características não se referiam apenas à força física, por exemplo, mas também afirmavam que homens eram mais inteligentes e éticos. O conceito de gênero então surgiu para contestar isso”[2].
Arlene Bacarji, define ideologia de gênero como: “Uma “ideologia” que atende a interesses políticos e sexuais de determinados grupos, que ensina, nas escolas, para crianças, adolescentes e adultos, que o gênero (o sexo da pessoa) é algo construído pela sociedade e pela cultura, as quais eles acusam de patriarcal, machista e preconceituosa. Ou seja, ninguém nasce homem ou mulher, mas pode escolher o que quer ser. Pois comportamentos e definições do ser homem ou mulher não são coisas dadas pela natureza e pela biologia, mas pela cultura e pela sociedade, segundo a ideologia de gênero.”
Acredita-se que o termo “ideologia de gênero” apareceu pela primeira vez em 1998, em uma nota emitida pela Conferência Episcopal do Peru intitulada “Ideologia de gênero: seus perigos e alcances”. O evento nacional que reúne bispos de todo o país é uma tradição da Igreja Católica no mundo inteiro.
Desde seu surgimento, a expressão “ideologia de gênero” carrega um sentido pejorativo (negativo, ofensivo). Por meio dela, setores mais conservadores da sociedade protestam contra atividades que buscam falar sobre a questão de gênero e assuntos relacionados – como sexualidade – nas escolas. As pessoas que concordam com o sentido negativo empregado no termo “ideologia de gênero” geralmente temem que, ao falar sobre as questões mencionadas, a escola vá contra os valores da família.
Dentre esses valores está o medo de que o debate menospreze crenças familiares e gere intolerância religiosa, tanto por parte dos professores quanto de outros colegas. Outro medo é que a ideologia de gênero induza crianças a serem homossexuais ou transexuais. Geralmente tais grupos também discordam da teoria que aponta gênero como sendo socialmente construído e acreditam que o sexo biológico define tanto o gênero quanto a sexualidade da pessoa. Consequentemente, entende-se que a heterossexualidade é o “natural”.[3]
E a propaganda da Natura?
Bom, vivemos numa época que a polarização social e política está na flor da pele. Logo, é “natural”, infelizmente o debate e as opiniões diversas sobre propagandas que versam sobre questão de etnias, religião, sexual, etc.
No caso da Thammy, choveu de críticas negativas e positivas.
Dentre as críticas ou opiniões, resumidamente, e aparadas algumas arestas, mas, deixando inalteradas o sentido, foram extraídas as seguintes:
“Eu acho que a Natura deveria ter escolhido uma mãe raiz, uma mãe guerreira, uma mãe e pai ao mesmo tempo, e fazer os destinatários refletir sobre o abandono material e afetivo de alguns pais.”
Em verdade, é interessante por em pauta essa questão social, secularmente flagelada e que mesmo quando a mãe recorre ao judiciário, as decisões têm pouca eficácia, pois, as penalidades ou imputações são brandas.
Tive acesso a uma postagem numa rede social que assim resumia:
“Thammy não é pai, pois, não tem pau!”
E sabe os que têm pau?
Bom os que têm pau:
- Deixaram de registrar cerca de 5,5 MILHÕES de crianças[4];
- Aos saberem que a namorada, companheira, esposa ou ficante estava grávida, sumiram;
- Tem aqueles que ostentam e até postam em redes sociais (viagens para o exterior, praias, uísques 12 ou 18 anos, carros, relógios, baladas), mas que pagam R$ 200,00 de pensão para os filhos;
- Os pais que nunca deram amor (abandono afetivo);
- Os pais que nunca educaram;
- Os pais que não ensinaram a andar de bicicleta;
- Os pais que não cuidaram de uma febre alta;
- Os pais que pedófilos;
- Sabe aquele moleque pedindo dinheiro no sinal? O pai dele tem pau!
- Sabe aquela menina que nasceu vítima de um estupro? O pai dela tem pau!
- Sabe aquela criança especial que foi abandonada em um orfanato? O pai dela tem pau!
E ainda surgem outros comentários como:
“A campanha da Natura leva outros nomes conhecidos, mas ninguém vai falar disso, vão falar da pessoa da foto abaixo, porque segundo eles ela é uma mulher. E mulher não é pai! Avô também não, tia também não, padrinho também não, mas são eles que são os verdadeiros PAIS de muitos filhos”.
“Digam também para os pais que tiveram seus filhos por meios artificiais que eles não são pais, diga aos pais de crianças adotadas que eles não são pais, afinal, o esperma não saiu do pau deles, né?”
“A definição de pai e mãe vai muito além de um órgão genital, pais são amor, são afetos, são educação, são zelo, são segurança”.
“Para ser pai você definitivamente não precisa de um órgão doador de esperma, para ser mãe você não precisa parir uma criança.”
“Você precisa ser HUMANO, ser digno e ensinar que a melhor coisa do mundo é amar o nosso próximo.”
O dilema vai sempre persistir, pois, como dito lá em cima, a família é dinâmica, muda a cada segundo e qualquer ato, fato, mudança climática, pandemia, economia, reflete diretamente na família.
Existem as críticas ou opiniões que devem ser assimiladas e aquelas que devem ser repelidas.
Mas, mesmo as pretas e as brancas servem, depois de coadas, para aplicarmos no dia a dia.
[1] https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2020/02/16/internas_economia,1122167/quase-metade-dos-lares-brasileiros-sao-sustentados-por-mulheres.shtml#:~:text=Segundo%20o%20Instituto%20de%20Pesquisa,feminina%20no%20mercado%20de%20trabalho.
[2] https://www.politize.com.br/ideologia-de-genero-questao-de-genero/
[3] Igual nota no. 2
[4] http://edicaodobrasil.com.br/2018/08/17/55-milhoes-de-criancas-nao-tem-nome-pai-no-registro/