História do Paraguai

Paraguai

31/07/2020 às 16:09
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Com suas belas paisagens naturais, sua mistura de cultura europeia e indígena, suas duas línguas oficiais (espanhol e guarani) e sua arquitetura colonial, o país é um ótimo lugar para explorar a natureza, a história e a cultura.

O nome Paraguai, do tupi-guarani paraguá-i faz referência ao rio da região, cujo nome oficial é República do Paraguai, é um país localizado na América do Sul. Junto com a Bolívia é um dos dois países do continente que não tem saída para o mar. Faz fronteira com a Argentina, Bolívia e Brasil.

         A partir de 1970, começou a imigração maciça de brasileiros para o Paraguai, se estima que existam 459.000 brasileiros no Paraguai, os dados de censos mais recentes, se referem a 98.000 brasileiros em situação legal e a imprensa vem trabalhando com uma cifra de 350.000 não regularizados.

         Os brasiguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em território da República do Paraguai, em áreas fronteiriças com o Brasil, principalmente nas regiões chamadas Canindeyú e Alto Paraná, no sudeste do Paraguai.

         O Paraguai é o segundo país onde mais vivem brasileiros no exterior, superando o Japão e ficando atrás apenas dos Estados Unidos. E quem diz isso são justamente brasileiros que vivem do outro lado da fronteira e que se sentem ofendidos com os estereótipos atribuídos ao país vizinho.

         Com suas belas paisagens naturais, sua mistura de cultura europeia e indígena, suas duas línguas oficiais (espanhol e guarani) e sua arquitetura colonial, o país é um ótimo lugar para explorar a natureza, a história e a cultura da América Latina longe das multidões de turistas.

         Assunção, capital do Paraguai é uma das cidades mais antigas da América do Sul e foi uma das principais cidades coloniais da Espanha. Foi a cidade mais importante da chamada Província Gigante de las Indias, uma região que se estendia desde o Amazonas até a Patagônia, considerada entre as capitais mais verdes da América e até do mundo. Assunção é famosa por seus prédios de origem colonial, seus espaçosos espaços públicos, seu povo receptivo e sua simplicidade. Mas com um pouco mais de exploração, você encontra uma cena de restaurantes internacionais, intensa vida noturna e ótimos lugares para ir às compras. Entre os pontos turísticos estão o Panteón de los Héroes, que guarda os restos dos heróis paraguaios, a Casa de La Independencia, que leva esse nome por ter sido ali onde o país se tornou o primeiro do continente a declarar independência em 1811, e o Museo del Barro, que reúne arte pré-colombiana e caricaturas de políticos contemporâneos.

         A Catedral Metropolitana de Assunção situa-se em frente à Plaza Independencia, no centro da capital paraguaia.

         O Centro Cultural da República é uma instituição cultural da cidade de Assunção. Está sediada num edifício histórico do século XIX que foi à sede do Cabildo da cidade.

         La Calle Palma é uma avenida importante do centro de Assunção. No cruzamento com a Calle Chile, fica o Quilômetro Zero da capital, especificamente no eixo pórtico do Panteão Nacional dos Heróis.

         A Avenida Costanera de Assunção inaugurada em 2012 revive um costume paraguaio esquecido durante séculos, segundo os responsáveis pela obra, a cidade já não dá as costas ao Rio Paraguai e agora os paraguaios e turistas podem olhar o emblemático rio de frente. Com a revitalização do local, a Avenida transformou-se em um espaço utilizado pelos paraguaios para caminhada e prática de outras atividades esportivas.

A HISTÓRIA

Os índios guaranis habitavam o país, que hoje conhecemos como Paraguai, quando, em 1515, Juan Díaz de Solís descobriu aquela região, seguido, em 1525, pelo português Aleixo Garcia. Em 1537, os conquistadores espanhóis que buscavam ouro fundaram Nossa Senhora da Assunção. O Paraguai colonial e a Argentina foram governados conjuntamente até 1620, quando se converteram em dependências do vice-reinado do Peru.

         No início de 1609, os jesuítas estabeleceram as missões jesuíticas, conhecidas como “reduções”. Gozando de uma autonomia quase completa, converteram-se no poder mais sólido da época colonial. Em 1767 foram expulsos, depois de incitarem uma rebelião contra a transferência do território a Portugal.

         Em 1776, a Espanha criou o vice-reinado do Rio da Prata. O Paraguai proclamou a sua independência em 1811. José Gaspar Rodríguez de Francia se autoproclamou ditador e governou até 1840, mantendo o país isolado e a coberto das guerras civis que assolavam os países vizinhos.

         Em 1844, o seu sobrinho, Carlos Antonio López, converteu-se em presidente e ditador. Sua política de desenvolvimento autônomo transformou o país mediterrâneo num dos mais desenvolvidos da época, o que foi conseguido enviando os melhores estudantes a cursar carreiras técnicas na Europa. Como consequência, o Paraguai foi o primeiro país sul-americano a construir uma estrada de ferro sem recorrer aos engenheiros ingleses, e a economia era tão próspera que a nação guarani não tinha dívidas. Com a sua morte, em 1962, López foi sucedido por seu filho Francisco Solano López.

A GUERRA DO PARAGUAI

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.

         O conflito iniciou-se com o aprisionamento no porto de Assunção, em 11 de novembro de 1864, do barco a vapor brasileiro Marquês de Olinda, que transportava o presidente da província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, que nunca chegou a Cuiabá, morrendo em uma prisão paraguaia.

         O governo do Brasil rompeu relações com o Paraguai, e o conflito teve início. As perdas humanas sofridas pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome.

         Centenas de milhares de civis e militares morreram na Guerra do Paraguai. Há divergências quanto ao número de vítimas, mas, segundo algumas estimativas, o Brasil cujos soldados representavam dois terços do exército aliado teria perdido 50 mil homens nas frentes de batalha. Na história da América Latina, não houve nenhum conflito armado em que lutaram e morreram tantos homens como na Guerra do Paraguai. O Brasil, a Argentina e o Uruguai perderam cerca de 120 mil soldados.

         Os gastos com a guerra foram altos e prejudicaram a economia brasileira, aumentado a dívida externa e a dependência de países ricos; A Inglaterra aumentou a sua influência no continente, consequência dos empréstimos de dinheiro e apoio militar oferecidos aos países da Tríplice Aliança.

         O objetivo do Paraguai era obter uma saída para o Oceano Atlântico. Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, era um país independente das nações europeias.

         A Inglaterra tinha grandes interesses na Guerra do Paraguai, pois não queria que o Paraguai avançasse industrialmente e controlasse as exportações na América Latina, e a Inglaterra tinha medo pois, nesse momento era a potência industrial, abastecendo toda a Europa e América.

A GUERRA DO CHACO

A Guerra do Chaco foi um conflito armado entre a Bolívia e o Paraguai que se estendeu de 1932 a 1935. Originou-se pela disputa territorial da região do Chaco Boreal, tendo como uma das causas a descoberta de petróleo no sopé dos Andes. Foi a maior guerra na América do Sul do século XX.

         A Guerra do Chaco é considerada mais um capítulo da luta da Bolívia para obter uma saída para o mar. Essa luta da Bolívia era (e é até hoje) uma grande causa nacional desde que os bolivianos foram derrotados com os peruanos na Guerra do Pacífico, travada contra o Chile. Essa derrota custou-lhes a saída para o Oceano Pacífico.

         A atual região do Chaco paraguaio era conhecida na época como Gran Chaco ou Chaco Boreal. Era um território semiárido, bastante inóspito, pouco povoado e disputado por diversos países.      A disputa pela região entre bolivianos e paraguaios iniciou-se na década de 1850. Os bolivianos alegavam ter direito na região com base no período colonial mesmo argumento utilizado pelos paraguaios.

         Logo após a Guerra do Paraguai, os argentinos tentaram estender seu domínio sobre a região, mas foram impedidos por Brasil e Estados Unidos, que agiram diplomaticamente para assegurar o domínio desse território aos paraguaios. Após a Bolívia perder sua saída para o Oceano Pacífico na guerra contra os chilenos, a disputa pelo Chaco Boreal foi reacendida.

         A Guerra do Chaco resultou em um conflito que provocou a morte de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios, tendo como resultado a derrota dos bolivianos, que mesmo possuindo um exército bem maior em número, perdeu seu território.

O GUARANI

O guarani, língua falada pela maioria da população, e o espanhol são os idiomas oficiais, sendo que 95% da população é bilingue. O dialeto falado no país é o espanhol rioplatense. Há também dezenas de milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguai.

         O Paraguai é o único país das Américas onde a maior parte da população fala uma única língua nativa. O guarani é um idioma, originalmente uma língua indígena do sul da América do Sul, falada pelos povos da etnia tupi-guarani na Argentina, na Bolívia, no Brasil e no Paraguai (onde é a segunda língua oficial). Surgiu a partir do guarani antigo.

         Nos últimos anos diversos grupos tentam reavivar o guarani no Paraguai, ele ainda é atrelado a um estigma social e possui um passado recente de repressão.

         Visto como uma língua vulgar e inferior ao espanhol por parte da população, o guarani tem uma longa trajetória de repressão no Paraguai.

         A grande maioria dos paraguaios que só falam guarani mora na zona rural. Não dominar o espanhol significa grande chance de exclusão social no Paraguai, com dificuldade de acesso às profissões mais valorizadas.

         Em agosto de 1995, o guarani recebeu o status de "língua histórica" pelos países membros da comunidade econômica do Mercosul. Em janeiro de 2006, o guarani também recebeu o status de língua oficial do Mercosul.

         Em 2011, uma norma, chamada Lei de Línguas, reconheceu definitivamente o guarani como língua oficial do Paraguai, ao lado do espanhol. Desde a Constituição de 1992, o Paraguai era reconhecido como um país bilíngue, certificando o caráter histórico e cultural do guarani, mas até a Lei de Línguas faltava uma legislação específica sobre o uso de cada idioma. Antes de 1992, o guarani tinha um status inferior ao espanhol.

         A lei teve alguns frutos objetivos, como a criação da Academia da Língua Guarani e um sistema de ensino bilíngue. Outro fruto é a Secretaria de Políticas Linguísticas, órgão governamental responsável por políticas públicas na área. Desde 2014, a secretaria realiza nacionalmente a Semana da Língua Guarani, em agosto de cada ano. Em 2017, a secretaria lançou uma força-tarefa pelo país para ensinar o guarani a funcionários públicos.

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A BANDEIRA E O BRASÃO PARAGUAIO

A bandeira do Paraguai é um retângulo composto por três faixas horizontais vermelha, branca e azul. Ao centro há um escudo no anverso e outro, diferente, no reverso. Suas cores seguem o modelo da bandeira da França, que simboliza fraternidade, igualdade e liberdade, exatamente o lema da Revolução Francesa.

         As cores da bandeira do Paraguai foram influenciadas pela tricolor francesa, que se trata de um símbolo de libertação, o simbolismo das cores da bandeira paraguaia é muito rico e importante para a população paraguaia.

         Embora tenha sido formulado durante as lutas da independência, em 1811, A bandeira nacional foi criada no dia 25 de novembro de 1842, pelo Congresso Geral Extraordinário do Parlamento do Paraguai.

         As cores dessa bandeira fazem referência também, às cores dos uniformes dos soldados paraguaios que defenderam o Rio da Prata contra as invasões dos ingleses, no ano de 1806.

Os significados das cores da bandeira paraguaia são: vermelho – coragem, heroísmo, igualdade, justiça e patriotismo. Branco – firmeza, paz, pureza e união e o azul – amor, conhecimento, liberdade, tranquilidade e verdade.

Assim como a bandeira do Paraguai, o brasão paraguaio é o maior símbolo do país, possui dupla face, igualmente a bandeira do país, na parte da frente, existem dois ramos, sendo que o ramo da esquerda é de palmeira e o ramo da direita é de oliveira.

         No centro do brasão, há uma estrela dourada que possui cinco pontas, dentro de uma esfera azul, a estrela representa o dia 14 de maio de 1811. Ao redor dos ramos, está a descrição "República del Paraguay", que é o nome oficial do país.

         No verso do brasão existe um leão que faz referência a defesa da liberdade nacional, elevado por um bastão com um gorro frígio na ponta, trazendo descrito, o lema "Paz y Justicia".

         A Estrela de Maio é uma lembrança à data que ocorreu a independência do país, no dia 14 de maio de 1811. Esse símbolo está diretamente ligado à Revolução de Maio, evento que marcou o início do processo de independência da Espanha e de vários outros países da América do Sul.

DADOS GERAIS DO PARAGUAI

ÁREA: 406.752 km²


CAPITALAssunção


POPULAÇÃO: 7,75 milhões de habitantes (estimativa 2020)


MOEDA: guarani


NOME OFICIAL: República do Paraguai (República del Paraguay). 


NACIONALIDADE: paraguaia


DATA NACIONAL: 14 e 15 de maio (Independência); 25 de agosto (Dia da Constituição).

 

PRESIDENTE: Mario Abdo Benítez (desde 15 de agosto de 2018) do Partido Colorado.

 
LOCALIZAÇÃO: sul da América do Sul.

 

FUSO HORÁRIO:  - 1 hora em relação à Brasília (UTC-4).


CLIMA DO PARAGUAI: tropical seco (NO e NE), tropical (centro), subtropical (S).


CIDADES DO PARAGUAI (PRINCIPAIS): Assunção; Ciudad del Este, San Lorenzo, Lambare e Fernando de la Mora.


COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: eurameríndios 94%, ameríndios 3%, europeus ibéricos 3% (dados de 2013).


DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA:  17 departamentos e uma capital da República.

 

IDIOMAS: espanhol (oficial) e guarani.

 

RELIGIÃO: cristianismo 92,5% (católicos), outras 7,5% (ano de 2015).

 

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 18,5 habitantes/km2 (estimativa 2020).

 

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 1,7% ao ano (entre 2010 e 2015).


EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER: 74,3 anos (ano de 2016).

 

TAXA DE ANALFABETISMO: 5,9% (ano de 2017).



RENDA PER CAPITA:  US$ 5.800 (ano de 2019 - estimativa).

 

IDH: 0,724 (Pnud 2018) - índice de desenvolvimento humano alto.


Índice de Gini: 0,488 (ano de 2017)

 

PRINCIPAIS DADOS DA ECONOMIA PARAGUAIA:


Produtos Agrícolas: soja, algodão em pluma, cana-de-açúcar e mandioca.


Pecuária: bovinos, suínos e aves.


Mineração: calcário, gipsita e petróleo.


Indústria: alimentícia, bebidas, tabaco, madeireira, têxtil, vestuário, couro, petroquímica, gráfica e editorial, metalúrgica, produtos minerais não metálicos.


PIB (nominal): US$ 41,5 bilhões (ano de 2019 - estimativa)


Força de Trabalho: 3,62 milhões de trabalhadores (referência: ano de 2019)

 

RELAÇÕES EXTERIORES:

 

Banco Mundial, ONU, FMI, Grupo do Rio, OEA, Mercosul, OMC.

 

Fonte: https://www.suapesquisa.com/paises/paraguai/

 

 

Referências bibliográficas

BENITEZ, Luis G. Reseña de historia del Paraguay. Asunción: Editorial Histórica, 1993.

CARDOZO, E. Paraguay independiente. Asunción: Carlos Schauman Editor, 1987.

_________. Breve historia del Paraguay. 4. Ed. Asunción: Servilibro, 2013.

CATALANO, P. Modelo institucional romano e independencia: República del Paraguay 1813-1870. Asunción: Ediciones Comuneros, 1986.

CHAVES, J. C. El presidente López: vida y gobierno de Don Carlos. Buenos Aires: Editorial Ayacucho, 1955.

_________. Compendio de historia paraguaya. 3. Ed. Asunción: Intercontinental Editora, 2013.

GONZÁLEZ DE BOSIO, B. El Paraguay bajo el gobierno de los López. In: ARECES, N. R.; GONZÁLEZ DE BOSIO, B. El Paraguay durante los gobiernos de Francia y los López. Asunción: El Lector, 2010, pp. 71-138.

LÓPEZ MOREIRA, M. M. de. Historia del Paraguay. 5. Ed. Asunción: Servilibro, 2014.

SCHAFER, Jairo Gilberto. As garantias dos Direitos Fundamentais, inclusive os judiciais, nos países do Mercosul. Disponível em: Acesso em 18.07.2020.

VERA, A. S. Las Guerras en la Primera República. Asunción: El Lector, 2013.

Sobre o autor
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense, especialista em direitos humanos, especialista em tutoria em educação a distância, especialista em auditoria governamental pelo EDUCAMUNDO e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheira no Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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