Oratória para advogados: como ter uma excelente sustentação oral?

02/08/2020 às 16:43
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As sustentações orais em Plenário demandam uma comunicação de excelência por parte dos advogados. É preciso ser, ao mesmo tempo, claros e persuasivos nesse tipo específico de situação de exposição de fala.

As sustentações orais em Plenário demandam uma comunicação de excelência por parte dos advogados. É preciso ser, ao mesmo tempo, claros e persuasivos nesse tipo específico de situação de exposição de fala.

Por essas e outras demandas ligadas à carreira jurídica – e dos advogados, em especial –, a necessidade de desenvolver e aprimorar habilidades de oratória é latente. Contudo, nem todas as faculdades de Direito dão uma base suficiente nesse sentido.

Neste artigo, abordaremos algumas técnicas importantes para a peroração durante uma sustentação oral e que transformam significativamente a comunicação interpessoal dos profissionais da advocacia.

Tenha uma boa leitura!

Como ter uma excelente sustentação oral em plenário?

Uma sustentação oral eficiente, isto é, que logra ser clara, concisa e persuasiva demanda uma preparação prévia. Afinal, é muito difícil chegar ao Plenário e encarar juiz, júri, testemunhas e outros advogados contando apenas com o improviso. Por isso, um advogado criminal, por exemplo, precisa saber construir sua argumentação.

Outro quesito que deve ser levado em conta é o diálogo com o júri. Ter a capacidade de adaptar o discurso para falar com pessoas que não se incluem na área jurídica é um dos desafios centrais e que precisa ser encarado com atenção.

Vejamos, a seguir, algumas técnicas e passos para ter uma excelente sustentação oral:

1. Faça um roteiro prévio

Nesse roteiro, o advogado deve pontuar o caminho da sua sustentação oral, definindo, para isso, uma sequência lógica que tenha sentido – tanto para si quanto (principalmente) para os demais presentes.

Além de planejar a ordem dos seus argumentos e a apresentação mínima do caso, quando necessário, é interessante se programar também para outras etapas. Dentre elas, a saudação formal aos presentes. Ela deve ser feita, preferencialmente e sempre que possível, de forma nominal.

Técnica: o mapa mental é uma técnica eficiente na criação de roteiros. Conta com a vantagem de ser um apoio concreto durante a sustentação oral e que não prejudica a exposição, isto é, não interfere na performance do advogado.

2. Pratique a sua fala com antecedência

A prática leva à perfeição. Dedicar um tempo para treinar a sua sustentação oral em voz alta é primordial. Até mesmo advogados mais experientes tomam esse cuidado, afinal, cada caso é único – por mais que existam similaridades entre um e outro.

Praticar a sua exposição é uma oportunidade de lapidar sua argumentação, tornando-a ainda mais persuasiva. É, também, o período para cortar informações desnecessárias e dar, às mais importantes, a relevância e destaque que devem ter.

Técnica: gravar a sua fala é uma técnica eficaz para que você possa identificar pontos positivos e impulsioná-los. É, ainda, uma forma de verificar pontos fracos e aprimorá-los. Faça um vídeo, assim também poderá checar a sua linguagem não-verbal.

3. Atente-se para a dinâmica não-falada

Este passo já abrange a sustentação oral em si, isto é, quando o advogado já está em plenário comunicando-se com os demais presentes e defendendo os seus argumentos. Até aqui, trabalhamos o conteúdo. Agora, pensaremos em sua transmissão.

Atentar-se para a dinâmica não-falada é de suma relevância porque permite a identificação de possíveis reações entre os presentes, incluindo júri e juiz. Perceber certos sinais pode indicar a necessidade de uma mudança de estratégia, por exemplo.

A dinâmica não-falada inclui gestos, expressões faciais e postura. Isto é, tudo aquilo que as pessoas expressam sem necessariamente usar palavras. Se há muito bocejos, significa que é preciso fazer algo para recuperar a atenção das pessoas.

4. Adapte a sua linguagem

Um dos erros mais comuns de advogados recém formados é o uso de uma linguagem excessivamente formal, repleta de tecnicismos e termos próprios do Direito. Termos esses que nem sempre são de conhecimento do público em geral.

Uma boa sustentação oral não é necessariamente aquela que utiliza uma linguagem técnica. Na prática, é a que é entendida pelos demais, ou seja, que é, ao mesmo tempo, profissional e acessível.

Técnica: quando fizer o roteiro com a sua fala, procure identificar o uso de termos de nicho, limitando-o o máximo possível. Inclua sinônimos ou explicações posteriores quando não quiser substitui-los: desse modo, manterá uma linguagem profissional, mas será melhor compreendido pelo público leigo.

5. Aprenda a contar uma história

Há diversas maneiras de transmitir um conteúdo e uma delas é fazer uso da Storytelling, que significa “contar uma história”. Incluir uma história na sua sustentação a aproximará do público.

Com isso, aumenta-se a carga de emotividade, tornando mais fácil chamar e reter a atenção daqueles que escutam a sua exposição oral. Além de tudo isso, uma abordagem desse tipo é altamente persuasiva porque tem a capacidade de despertar empatia.

Técnica: o uso de dados e casos concretos é imprescindível em sustentações orais. No entanto, há maneiras mais suaves de apresentar esses dados. Inclua um rosto e uma história. Compartilhe uma experiência pessoal (se for o caso). Isso impulsionará a sua fala.

 

Esses cinco passos e técnicas podem (e devem) ser aplicados nos mais diversos tipos de sustentações orais, sejam elas no Plenário ou no contato cotidiano com clientes. Aplicá-los em sua rotina transformará a maneira como se comunica.

Um advogado que sabe se comunicar de uma forma atrativa, coesa e bem elaborada é um profissional que se destaca e que transmite confiança. Afinal, as habilidades de oratória estão intimamente ligadas à inteligência emocional.

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Fonte:

www.thespeaker.com.br

Sobre o autor
Gustavo Fonseca

Cofundador da Empresa Doutor Multas. Especializada em recursos de multas de trânsito. Site: doutormultas.com.br

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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