Brevíssimas considerações sobre o cromatismo jurídico

03/08/2020 às 09:25
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Teoria que explica o direito por meio das cores. Em desenvolvimento...

É possivel supor que o fenômeno da individualidade seja explicado por meio das cores. Onde cor seja opinião, no sentido jurídico.

Existem infinitas cores, cada uma delas de um matiz próprio, distinto de qualquer outra. Assim como existe, dentro de uma comunidade política, um sem fim de pessoas individualizadas. Cada uma delas com os seus próprios dons, capacidades e possibilidades.

As pessoas querem mais uma vida que corresponda aos seus anseios, aos seus projetos íntimos, aos seus sonhos. Acontece que numa sociedade cinzenta, o brilho de cada um ofusca o outro. Na sociedade de desempenho, as tensões sociais decorrentes da interação entre as pessoas só devem mesmo ser amenizadas pelo Direito.

É o direito quem ajusta as relações entre todos. Dentro de uma perspectiva das cores, para um pintor não é fácil chegar à cor exata e perfeita.

Assim como as pessoas e suas múltiplas cores são difíceis de harmonizar.

Tudo no mundo tem cor. A profusão de cores está em mim, e para mim, assim como a coletividade de pessoas, lugares e eventos está ao nosso redor.

Vivemos em um planeta de cores.

Tudo tem sua cor bem definida. É por meio das cores que as pessoas se interpretam, que interiorizam a sua percepção de mundo e atualizam as suas definições de certo e errado.

É possível viver uma vida opaca, sem cor, como muito infelizmente vivem.

O Direito é justo na medida em que colore a vida do cidadão quando o direito deste é apagado. Querem indexar as cores. Delimitá-las. Isso não é possível justamente porque as cores são infinitas e a única mediação possível entre as cores é a sua harmonização.

Tencionando o belo através do Direito e de sua harmonização isocromática.

Os direitos são perfeitamente assentados na paleta de cores que as revoluções produziram. As tintas com que foram construídos são indeléveis.

Hoje, diante da variedade de tons que vivemos, não acredito que tenha havido um retrocesso. Creio que são cores novas que ousam emergir. Novos direitos. Mesmo que os antigos ainda não sejam plenos.

É que com a tecnologia, a informação e a comunicação, operou-se a massificação e assim as possibilidades também foram ampliadas.

Nestes tempos de hoje, devemos ter em conta a variedade de expressões da pessoa, suas cores. As cores que cada um tem, que adquire ou que quer.

Tendo em conta o significado disto, vejo, no horizonte, as mesmas cores, mas em tons mais amenos que antes.

A revolução do agora é a harmonização do coletivo, como numa miríade. Ao contrário das antigas revoluções onde vigorava o interesse de uma classe e foi tingida, muitas vezes, pelo vermelho do sangue, esta é mais complexa por se tratar de uma revolução da pessoa em sí, não de uma sociedade apenas. A revolução que está em curso é cromática na medida em que as cores conseguem explicar o que acontece. As pessoas vivem uma certa discromia. 

É nítido que o elemento colorante é o conhecimento. O conhecimento tende a tornar as pessoas mais cônscias da realidade em que vivem, das cores desagradáveis que aparecem e que tem de ser superadas.

As obscuridades da vida em comunidade não encontram resposta apenas num voto a ser dado. Isto é preocupante porque o imaginário deseja sempre mais. Assim, penso que a monocromia que vivemos hoje é motivada, paradoxalmente, por uma aspiração mais elevada e tendente ao belo e congruente.

Ao contrário das cores fracas e sem beleza com que o mundo  hoje está  imerso, o ser humano quer muitas cores para colorir a vida. Direitos, benefícios e vantagens dentro da comunidade estabelecida por todas as pessoas e suas cores. Individualidade não significa verdadeiramente oposição ao alter. Colorir as páginas da história, que acontece a todo momento, não é tarefa de um herói, um líder, uma pessoa, mas de todos aqueles que partipam dela. Se tivermos um mecanismo justo, livre e eficaz de valorar as situações cotidianas, e que seja transparente e acessível, podemos falar que a cidadania atingiu maturidade e excelência.

 O que eu chamo de cromatismo jurídico nada mais é do que uma maneira de entender a pluralidade. Dentro de uma sociedade cada vez mais informada, as pessoas emitem suas opiniões o tempo todo. 

 Tudo que pretende essa teoria é aproximar as opiniões individuais e formar uma opinião coletiva onde haja a participação de todos. Das expressões das pessoas, suas características, seu modo de ser, do que sente orgulho, do que causa tristeza, enfim, de tudo o que é humano.

 

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