No atual cenário corporativo de Compliance muitas empresas adquirem ferramentas de pesquisas reputacionais e fazem uma análise fria e sistemática de seus parceiros de negócios, fornecedores, terceiros e prestadores de serviços e esquecem que o fator humano ainda é o principal diferencial para uma “due diligence” eficiente.
O profissional de Compliance precisa ter percepção aguçada de que muitas vezes, estruturas organizacionais ilícitas são montadas dentro de uma empresa com atividades lícitas, no intuito de sonegar impostos , simular transferências de bens e capitais e utilizar os chamados “laranjas”, para dar perenidade a essas atividades criminosas e nas relações comerciais oferecer preços de produtos e serviços “mais em conta”, através de notas fiscais frias.
Como identificar através da due diligence atividades ilícitas?
Um bom caminho é que o profissional de Compliance tenha bons conhecimentos de contabilidade e consiga através da análise do Balancete/Balanço e da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) identificar se a saúde financeira da corporação é saudável e se está condizente com o resultado anual, distribuição de dividendos e investimento em ativos.
Uma outra opção, é analisar a árvore societária da corporação, identificando quem são os principais sócios da entidade, em quais empresas tem participação societária, se parentes fazem parte do negócio e se o patrimônio dos sócios condiz com resultados auferidos com a atividade da empresa.
Por fim, importante ressaltar que uma “Due Diligence” mal elaborada pode trazer prejuízos incalculáveis em casos de fusões, aquisições e formação de joint ventures, e que em casos extremos Due Diligences “in loco” são necessárias para validar informações prestadas pela empresa nos questionários de Compliance.
Mais do que nunca, o profissional de Compliance tem papel importantíssimo no cenário corporativo atual. Boa formação e treinamento constantes são fundamentais para que possa exercer suas atividades de forma plena e que suas ações preventivas possam dar segurança aos acionistas para que a corporação esteja em conformidade com as leis vigentes.