MORFOLOGIA: O ESTUDO DO SUBSTANTIVO DE ACORDO COM A GRAMÁTICA NORMATIVA

12/10/2020 às 18:42
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Este trabalho traz um estudo sobre a classe gramatical do substantivo, como a definição, classificação, formação, flexão em gênero e número.

RESUMO-Este trabalho traz um estudo sobre a classe gramatical do substantivo, como a definição, classificação, formação, flexão em gênero e número. Há um trecho também destinado a tratar de grau. No corpo do  texto,  aparecem  explanação bem ampla de acordo com a Gramática Normativa, além de muitos exemplos, o que pode dirimir dúvidas de quem busca informações e conhecimento  a respeito do tema mencionado. Os tópicos são tratados de forma simples em todo  o artigo, não acarretando nenhuma dificuldade aos consulentes. O substantivo é tratado sobre a importância que ele tem em uma sentença, como também a  utilidade dele para a produção de um texto  por parte de quem o produz.  O estudo  é bastante extenso, não sendo este trabalho a última palavra sobre à  referida  classe gramatical, mas um auxílio aos pesquisadores da Língua Portuguesa.

PALAVRAS-CHAVE: Estudo. Substantivo. Informações. Utilidade.

ABSTRACT-This work brings a study about the grammatical class of the noun, as the definition, classification, formation, inflection in gender and number. There is also an excerpt intended to deal with degree. In the body of the text, there is a very broad

explanation according to the Normative Grammar, in addition to many examples, which can resolve doubts of those seeking information and knowledge about the mentioned topic. The topics are dealt with in a simple way throughout the article, without causing any difficulties to the consultants. The noun is treated about the importance it has in a sentence, as well as its usefulness for the production of a text by those who produce it. The study is quite extensive, this work not being the last word on that grammatical class, but an aid to Portuguese language researchers.

KEYWORDS: Study. Noun. Information. Utility.

1INTRODUÇÃO

 

Este trabalho visa trazer uma colaboração aos estudiosos da Língua Portuguesa, mais precisamente a parte Linguística que trata do conteúdo substantivo, bem como as várias flexões pelas quais esta classe gramatical passa, facilitando ao pesquisador a busca pelo conhecimento e as informações precisas sobre a tema abordado durante todo o texto.

Não foi feita pesquisa de campo, este artigo tem como base  referencial teórico em que houve consulta a obra de muitos autores consagrados da Língua Portuguesa como, Fernando Pestana, Evanildo Bechara, Celso Cunha & Lindley Cintra, Paschoalin& Spadoto dentre outros estudiosos da Linguística cujos livros  são fontes de pesquisa para muitos estudantes de graduação.

Na primeira parte, será tratada a definição do que seja substantivo,  observado o pensamento de conceituados gramáticos que conseguem dar uma explicação muito precisa sobre a referida classe de palavra, pois é imprescindível compreender o que é definido para ter um bom  aproveitamento  de  todo  o conteúdo .

Já na segunda parte, será feito um estudo sobre a classificação do substantivo, mencionando quais são, além de uma bom número de exemplos , para que possa haver uma fixação daquilo que foi explicado de forma teórica , pois é importante complementar todas as informações , não deixando nenhuma margem para a dúvida.

Em um terceira parte, além da importância dos conhecimentos anteriores, estará exposto um grande número de explicação referente à formação do substantivo, buscando tratar de cada tipo de e a maneira como eles se formam em Língua Portuguesa sempre no propósito de trazer uma melhor compreensão a quem busca saber mais.

Dentro da quarta, quinta e sexta parte, ficará destinada a discussão sobre a flexão do substantivo sobre os mais diferentes aspectos como: gênero e número além de informações sobre grau. É uma parte  um  pouco  mais  longa,  mas também de suma importância para aquisição de conhecimento sobre o tema já mencionado.

Na verdade o substantivo pode ter outras designações assim “Não é por nada que o substantivo é chamado de “nome, nomeador ou designador” (PESTANA, 2017, p. 175) . Então o brilhante gramático expressa desta forma um conceito também para poder mostrar a existência de expressar a mesma definição, mas apenas utilizando palavras diferentes.

Justifica-se o presente trabalho por desejo de trazer uma ferramenta aos que buscam um estudo somente sobre substantivos, sem precisar consultar diversos volumes para encontrar uma resposta satisfatória ao questionamento  ou  curiosidade sobre o assunto mencionado.

2   DEFINIÇÃO DO SUBSTANTIVO

 

Diversos gramáticos, em suas obras, definem muito bem esta referida classe gramatical, como vejamos  o pensamento expresso  por este autor que  fornece  uma informação bem completa:

Substantivo  –  É  a  classe  de  lexema  que  se   caracteriza   por   significar o que convencionalmente chamamos objetos substantivos, isto é, em primeiro lugar, substâncias ( homem, casa, livro e, em segundo lugar, quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias,  quais sejam qualidades ( bondade, brancura), estados ( saúde, doença), processos ( chegada, entrega, aceitação). Qualquer palavra tomada materialmente pode substantivar-se ( o se, o de, o não, o porquê) e estará sujeita às regras de flexão e derivação dos substantivos ( os sés, os dês, os nãos, os sins , os porquês). ( BECHARA, 2015, p. 118).

Na definição acima, o substantivo é mostrado como sendo uma palavra que serve para dar nome a tudo, não só a objetos ou seres concretos. Portanto, na produção de um texto, torna-se imprescindível o conhecimento profundo sobre o assunto em questão.

Nem em todo livro de Gramática Normativa, há menção a este tipo de substantivo , que é locução substantiva como é mencionado abaixo:

A locução é sempre um grupo de vocábulos que equivale a uma palavra só. Dizemos que uma locução é substantiva caso seja formada por um grupo de vocábulos, com valor de substantivo ( não ligados por hífen): anjo da guarda, dona de casa, estrada de ferro, ponto de vista, cesta básica, papel almaço, fim de semana, sala de jantar, casa de saúde, Maria das Dores, Vasco da Gama, Cidade Universitária, Belo Horizonte, Nova Iguaçu etc. ( PESTANA, 2017, p.183).

No pensamento expresso acima, é possível observar que o somatório de palavras pode ter o valor apenas de uma quando  houver  o desejo de  comunicar um termo com mais de um vocábulo. É importante ressaltar que não se trata de substantivo composto, pois este costuma ser separado por hífen ou é juntado a  duas ou mais palavras, seguindo os critérios estabelecidos  pelo  Acordo  Ortográfico.

3   CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO

 

3.1    SUBSTANTIVO COMUM

 

Para explicar sobre esta classe de palavra, vejamos a afirmação “ Comum é aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie. Exemplos:criança, rio, cidade, estado e país”. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p.32)

Pela explanação mencionada acima, ficou claro que não individualiza o ser dentro de uma espécie ou grupo, ou seja, há uma referência a  todos, pois esta  parte é que caracteriza ser comum.

3.2    SUBSTANTIVOS COLETIVOS

 

Com a finalidade de compreender mais sobre estes substantivos, vamos acompanhar o pensamento “ Entre os substantivos comuns encontram-se os coletivos, que, embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie. Exemplos: boiadas ( muitos bois); cardume( muitos peixes)”. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 32)

Na verdade, os coletivos indicam uma certa quantidade de objeto ou ser, podendo ter um número finito ou infinito, não sendo a quantidade  fator  determinante para caracterizar este tipo de substantivo.

3.3      SUBSTANTIVO PRÓPRIO

 

O trecho a seguir traz informações sobre este tipo substantivo  assim  “ Próprio é aquele que particulariza um ser da espécie. Exemplos: João, Tietê, Recife, Ceará e Brasil”. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 32).

Como o próprio termo sugere, então há uma individualização do ser dentro  de um grupo, pois aquele nome não é comum a todos, mas pertencente apenas a ele.

3.4    SUBSTANTIVO CONCRETO

 

Para entender a definição do termo citado acima, é importante acompanhar esta parte “ Concreto é aquele que indica seres reais ou imaginário, de existência independente de outros seres. Exemplos: casa, Uruguai, bruxa e saci”. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 32)

É muito importante a informação fornecida acima, pois não procede que substantivo concreto é só aquilo que conseguimos pegar ou ver, pois imagino ninguém ainda tenha capturado ou visto um saci.

3.5    SUBSTANTIVO ABSTRATO

 

Na discussão sobre esta classe gramatical, surge a seguir a definição “Abstrato é aquele que indica seres dependentes de outros seres. Exemplos: ódio, trabalho, solidão e beleza”. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 32).

Neste tipo de substantivo, é visto que as palavras não têm uma independência por si só, pois,  em  certos  casos,  designam  um  sentimento inerente a um determinado ser.

4     FORMAÇÃO DO SUBSTANTIVO

 

4.1    SUBSTANTIVO PRIMITIVO

Aqui são fornecidos detalhes referentes a este tipo substantivo assim “ Primitivo é aquele que dá origem a outras palavras. Exemplos: ferro, pedra e terra.”  ( PASCHOALIM; SPADOTO. 1995, p.34).

Então este tipo de classe gramatical servirá como base para formação de outras palavras em nossa Língua, pois elas não provêm de nenhuma já existente, mas contribuem para a formação de outras. (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 34)

4.1  SUBSTANTIVO DERIVADO

 

No estudo deste substantivo, observemos a consideração “ Derivado  é aquele que se origina, que se forma de outra palavra. Exemplos: pedreira, pedregulho, pedrada ... “ ( PASCHOALIM; SPADOTO, 1995, p. 34).

Diferente do exemplo anterior, é possível entender a diferença  existente  entre eles, pois este último  é proveniente de  uma palavra  com a capacidade   de dá origem a outros vocábulos.

4.2      SUBSTANTIVO SIMPLES

 

A este tipo de classe gramatical, não haverá dificuldade para compreendê-la, conforme a citação “ Simples é aquele formado de apenas um radical. Flor, maçã, couve e banana” . (PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 34).

Uma única palavra compõe o mencionado substantivo, não havendo junção de parte ou  do  todo  de  vocábulos com o propósito  de formar um, ou seja,  inexiste a possibilidade de um  conjunto  de  radicais  se  somarem  para constituírem a referida classe gramatical.

4.3    SUBSTANTIVO COMPOSTO

 

A informação sobre a composição deste substantivo mostra uma definição sucinta, mas sem dificuldade de compreensão como “ Composto é aquele formado com mais de um radical. Exemplos: banana-maçã ( composto de banana + maçã), couve-flor ( composto de couve + flor) e girassol ( gira+ sol)” ( PASCHOALIM; SPADOTO, 1996, p. 34).

Na formação dos substantivos compostos, um vocábulo é constituído por  mais de uma palavra  ou   quando ocorre a junção de dois   ou mais radicais   para se referirem a uma unidade lingüística.

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5.      FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS QUANTO AO GÊNERO

 

5.1    SUBSTANTIVOS EPICENOS

 

Trata-se de substantivos referentes a gêneros mais precisamente de animais conforme a afirmação “ Denominam-se EPICENOS os nomes de animais que possuem um só gênero gramatical para designar um e outro sexo. Assim: a águia, a baleia, a borboleta... ( CUNHA; CINTRA, 2016, p. 209)

Aqui vale acrescentar que, quando se quer identificar o sexo do animal, deve- se usar a palavra macho ou fêmea a após o substantivo para fazer uma  identificação precisa sobre o ser mencionado.

5.2    SUBSTANTIVOS SOBRECOMUNS

 

Neste caso, os substantivos denominam pessoas como podemos observar  na seguinte consideração “ Chamam-se SOBRECOMUNS os substantivos que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos. Assim: o algoz, o cônjuge, a criança,... ( CUNHA; CINTRA, 2016, p.209).

Aqui, não há nenhuma referência a animais, mas apenas a pessoas de  ambos os sexos. Par se ter certeza ao gênero a qual o ser pertence, só através do contexto é que será possível tal identificação.

5.3    SUBSTANTIVOS COMUNS DE DOIS GÊNEROS

 

Esta classe de palavra tem uma única grafia para indicar  ambos os sexos  das pessoas assim “ O substantivo comum de dois gêneros só se referem a  pessoas e têm seu gênero e sexo indicado por determinantes ( masculinos e femininos) ( PESTANA, 2017, p. 188).

Quando foram citados determinantes, é que podemos colocar, antes do substantivo, um artigo de acordo com o gênero ao qual ele pertence para que se possa identificá-lo como: o estudante, a estudante.

Vale ressaltar que há substantivos que, mudando de gênero, mudam de sentido como é o caso de o cabeça e a cabeça. Aqui o determinante modifica a semântica da palavra.

6.  FLEXÃO DE NÚMERO DO SUBSTANTIVO

 

O substantivo flexiona em singular e plural de acordo com a seguinte definição :O substantivo pode estar no singular ou no plural: - no singular, quando indica apenas um ser. Exemplo: A criança machucou-se. – no plural, quando indica dois ou mais seres. Exemplos: As crianças machucaram-se. (PASCHOALIM; SPADOTO,1996, p.41)

Nos substantivos simples terminados em vogal, basta acrescentar um s para formar o plural, mas se a palavra tiver outra terminação ou for composta, seguirá uma regra para cada caso.

Na Língua Portuguesa, existem alguns substantivos que, ao mudarem de gênero, mudam também de sentido, como é o caso de féria e férias. Outros substantivos só podem ser escritos no plural. Exemplos: pêsames e parabéns. Vale lembrar também que palavras como oxigênio e cobre só aprecem no singular.

7.      GRAU DO SUBSTANTIVO

 

No estudo de grau surge a afirmação dos graus que se referem aos substantivos assim:

Existem dois graus dos substantivos: aumentativo (analítico e sintético) e diminutivo (analítico e sintético). A forma analítica se dá por meio do uso de  adjetivos que aumentam ou diminuem o tamanho (ou intensidade) normal que exprime um substantivo. Já a forma sintética se dá, normalmente, por meio do uso de sufixos. É por isso que não se pode falar em flexão em grau dos substantivos, mas sim derivação, pois na gradação se usam afixos. (PESTANA, 2017, p. 200)

Exemplificando a informação acima, acompanhemos o seguinte : o “homem grande “está no grau aumentativo analítico; já” homenzarrão” , no aumentativo sintético. Em outro caso, fica no diminutivo analítico “ o homem pequeno”; enquanto que “homenzinho”, no diminutivo sintético.

8.      CONCLUSÃO

 

Percebe- se que o conhecimento sobre as classes gramaticais mais precisamente sobre o substantivo é capaz de proporcionar a quem escreve uma certa facilidade em transmitir o que pensa. O estudo sobre este vocábulo  é  bastante extenso, mas o trabalho trouxe um vasto esclarecimento  sobre  os diversos tipos de substantivos que Gramática Normativa coloca à disposição dos estudiosos da Língua Portuguesa.

Seja em relação à classificação, á formação , á flexão ou até mesmo sobre o grau, observa –se que  foi definido cada termo e também  colocado um exemplo para que não pairasse nenhuma dúvida sobre a exposição feita , relacionada ao tema.

REFERÊNCIAS

 

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.38 ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,2015.

CUNHA, Celson Ferreira; CINTRA, Luis Felipe Lindley. Nova gramática do Português Contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016

GRISOLIA, Miriam Margarida; SBORGIA, Renata Carone. Português Sem Dúvidas. São Paulo: Madras. 2005.

MASSABKI, Vera; SALIBA, Marcos. Gramática da Língua Portuguesa- Manual de Estudos.Barueri: Ciranda Cultural, 2010.

MONTEIRO, José Lemos. Morfologia Portuguesa.4 ed.rev. ampl. Campinas: Pontes, 2002.

PASCHOALIM, Maria Aparecida; SPADOTO, Neuza Terezinha. Gramática: Teoria e Exercícios. Nova Edição. São Paulo: FTD, 1996.

PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos. 3 ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Método, 2017

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