Como falar com os filhos sobre o divórcio

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Como falar com os filhos sobre o divórcio

Decidir terminar uma relação nunca é simples, e quando nesse processo existe um filho, é preciso ter um pouco mais de cuidado e delicadeza.

O término de um relacionamento significa um luto para a criança e para o casal.

O momento ideal para falar com os filhos sobre o divórcio é quando a separação já estiver bem definida entre o casal, antes mesmo de um dos cônjuges sair de casa.

É preciso respeitar a capacidade de compreensão e os sinais que a criança demonstra de acordo com a sua faixa etária.

Para cada nível de desenvolvimento, a criança possui uma compreensão diferente sobre o divórcio, portanto, é de extrema importância que os pais discutam o assunto, de acordo com a maturidade dos seus filhos.

Segundo a psicóloga Elcilene do Espaço Clínico Ápice, “os pais de crianças mais novas deverão manter as rotinas, dar consistência nas regras e expectativas, além de proporcionar um carinho extra. Já os pais dos filhos adolescentes, provavelmente, terão que dar mais detalhes sobre o divórcio e como isto afetará suas vidas. Cabe a esses pais terem conversas abertas e calmas e apoiar as reações emocionais dos jovens”.

Como contar e o que devo observar?

1.      Mantenha a conversa simples e clara. É importante que a informação sobre a separação do casal seja dada aos filhos pelos pais e não por terceiros.

2.      É importante ouvir e prestar atenção às reações de seus filhos.

3.      Certifique-se que seus filhos têm a certeza de que estão seguros.

4.      Não coloque culpado para a nova situação.

5.      Cuidado para não criar expectativas de reconciliação

6.      Explique como serão as visitas e a nova rotina familiar.

7.      Estejam preparados para inúmeras perguntas e dúvidas, como por exemplo: A culpa é minha? E se eu me comportar, vocês ficam juntos novamente? Vocês ainda vão me amar, mesmo eu morando em outra casa?

8.      Se necessário, procure ajuda de um profissional. Ele poderá te ajudar tanto no anúncio da separação, quanto durante o período de mudanças. E inclusive, acompanhar a reação emocional do seu filho nos primeiros meses. A terapia é fundamental para que todos, dentro dessa situação, possam fortalecer os seus sentimentos.

 

O que não se deve fazer

 

• Tirar ou diminuir a autoridade de um dos pais

• Falar mal um do outro para o filho

• Ficar perguntando para o filho sobre a vida do outro

• Usar o filho como moeda de troca ou fazer chantagens

Contar às crianças sobre a separação não é fácil e suas reações podem ser muito diversas. É muito importante que entendam que seus pais continuarão sempre os amando. 

Façam desse momento o menos doloroso possível e tentem sempre conciliar. 

Sobre a autora
Danielle Almeida Corrêa Pimenta

Especialista em Direito de Família e Sucessões. Advogada desde 2007, com pós-graduação em Direito de Família e Sucessões. Membro da OAB-SP, da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) e do Instituto Brasileiro de Direito de Família(IBDFAM). Possui mais de 40 certificações em cursos de extensão na área de família e sucessões. Profissional com expressiva vivência em mediação de conflitos familiares, focada em sempre buscar um caminho conciliatório entre as partes envolvidas.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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