A verdadeira servidão humana

29/10/2020 às 18:00
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O livro SERVIDÃO HUMANA, de WILLIAM SOMERSET MAUGHAM (escrito em 1915), cujo título foi retirado da obra de SPINOZA (mentor primaz da chamada “Ciência dos Afetos”[1]), retrata, através da leitura de um de seus personagens, uma visão (de aprendizagem iniciática) nebulosa, sombria e profundamente infeliz da vida (e de sua suposta e imutável realidade), com ênfase no período infanto-juvenil, marcado (e este é o ponto fundamental) pela absoluta ausência quanto à descoberta do sentimento do amor e, consequentemente, do próprio sentido da existência humana.

“Não sabia como é vasto, árido e escarpado o mundo que o viajante da vida tem de atravessar para poder aceitar a realidade.

É uma ilusão pensar que a juventude seja feliz. Uma ilusão daqueles que a perderam.

Os jovens sabem que são miseráveis, pois alimentam-se dos falsos ideais que lhes foram incutidos. E todas as vezes que entram em contato com o real, sentem-se magoados e confundidos. São como os ritmos de uma conspiração. Os livros que leem (livros ideais pela necessidade de seleção) e a conversa dos mais velhos, que olham para o passado através da nuvem rosada do esquecimento, preparam para uma vida irreal. São obrigados a descobrir, por si mesmos, que tudo o que leram e tudo o que lhes ensinaram não é verdade. Cada nova descoberta é um prego que lhes fixa o corpo à cruz da vida. E o mais estranho é que as próprias pessoas que sofreram estes amargos desenganos trabalham inconscientemente movidos por esta irresistível força íntima para criar esta mesma atmosfera enganosa.”

Ainda assim, o livro oferta uma excepcional e extraordinária possibilidade de se proceder a uma releitura, cuja síntese conclusiva nos remete a uma necessária percepção quanto ao fato da imprescindibilidade do amor na vida existencial do gênero humano.

Nesse sentido, resta conclusivo que a verdadeira e única servidão humana é aquela que se coloca diante do CRIADOR (ou da NATUREZA, na estreita visão de SPINOZA), posto que traduzida unicamente pelo sentimento sublime do amor.

“O amor é o mais importante sentimento humano e um especial presente que Deus nos outorgou. Não é por outra razão que CRISTO, em Sua curta jornada terrena, fez questão de nos dar o exemplo do Seu amor, para, acima de tudo, lembrar que Deus nos ama sempre e incondicionalmente.

Destarte, é cediço reconhecer que o amor é um sentimento de ampla permanência que se exterioriza de forma incondicional e, portanto, não pode sofrer qualquer tipo de pressuposto, consoante as próprias lições que CRISTO (dentre tantos outros emissários reconhecidos pelas mais diversas religiões) muito bem soube transmitir para toda a humanidade.”[2]

Ainda que SPINOZA tenha se esforçado para demonstrar ser possível superar a (pretensa) impotência (humana) para lidar com os afetos, através do conhecimento e da razão (mesmo em um sentido não tradicional do vocábulo), o festejado autor apenas impôs, ao conjunto da humanidade, uma forma diferente de sujeição, considerando que o principal fator que move a humanidade no caminho da alegria e da satisfação não é propriamente a suposta liberdade do domínio do conhecimento e (consequentemente) de seus próprios sentimentos.

Afinal, do que adianta um (suposto) perfeito (e, em certo aspecto, até mesmo arrogante) entendimento do mundo, sem que tal fato implique em satisfação e harmonia?

“Pode a natureza humana ser modificada de tal maneira que o homem esqueça seu desejo de liberdade, dignidade, integridade e o próprio amor; ou seja, pode o homem esquecer que é humano?” (ERICH FROMM)

A servidão humana não está associada (como acredita o autor) ao desconhecimento da natureza ou à ausência de controle afetivo (enfim, da capacidade humana de controlar suas emoções) e, sim (objetivamente), à falta de afeto, - particularmente do amor -, algo que não pode ser substituído pela simples compreensão racional (ainda que em um contexto de uma “razão inadequada”) do próprio afeto como deseja SPINOZA.

Não se trata de acreditar em algo irreal (no campo das superstições e das crenças desconexas com a realidade), posto que o sentimento da ausência de amor, do vazio existencial, é algo absolutamente consistente, perceptível e verdadeiro e que não pode ser preenchido pela simples compreensão (domínio cognitivo) do sentimento (afeto).

“Quanto melhor eu conheço o mundo, menos ele me satisfaz.” (JANE AUSTEN; Orgulho e Preconceito)

Muito pelo contrário, somente através (da efetiva presença) do amor afetivo (e real), independentemente de seu pleno conhecimento racional, é que se pode superar a angústia da vida que nos é impositivamente ofertada.

Exatamente por isto, o sentimento (sublime) do amor pode ser experimentado (e aproveitado) tanto pelos intelectuais, como pelos desprovidos de conhecimento lógico. Ele atravessa todas as fronteiras conhecidas, irradiando a fé e sopesando a própria importância (muitas vezes exagerada) da própria vida terrena.

Destarte, a verdadeira servidão humana não é, como deseja SPINOZA, a ignorância daquilo que nos é bom ou mau, mas a ausência daquilo que não conseguimos expressar e compreender racional e perfeitamente, mas que ao sentir, nos faz efetivamente seres plenos; ou seja o amor.

Nunca podemos deixar de ter em mente que somos seres de existência temporária. Portanto, o que importa, em última análise, é, como apregoa a inteligência do senso comum, a jornada, e não propriamente a conclusão da mesma e, consequentemente, a chegada (ou seja, o destino final).

Por fim, vale lembrar que, não obstante a sua reconhecida simplicidade, a inconteste arrogância intelectual de SPINOZA[3] o condenou a uma existência triste e melancólica (ainda que tais conclusões possam ser eventualmente objeto de contestações e natural controvérsia), adicionada a sua frágil saúde que o fez falecer de tuberculose com 44 anos de idade, em 21 de fevereiro de 1677 em Haia (Holanda).

Portanto, não é difícil concluir - não obstante a distorcida percepção de MAUGHAM e da pseudo genialidade de SPINOZA -, que, se por um lado é verdade que a paixão move o mundo, é também verdadeiro (o fato de) que somente o amor é capaz de nos fazer (verdadeiramente) acreditar nele.

“No entanto, ao que parece não se trata de uma distinção intuitiva. Os seres humanos continuam a confundir os sentimentos do amor e da paixão. Paixão é uma simples e efêmera reação química com direito, inclusive, a uma certa dose de adrenalina. Amor, ao reverso, é um encontro de almas; é a cristalização de Deus em nossos corações, constituindo-se, pois, na única e verdadeira riqueza que nosso desmedido egoísmo tem impedido que reconheçamos.”[4]

É importante registrar que o amor não advém da fé; posto que é a fé que nasce do amor[5], permitindo semear os campos da esperança e do otimismo.

O amor também não é ilusão; mas, muitas vezes, a ilusão torna-se necessária para permitir a vida desprovida de amor.

O amor também é eterno, posto que mesmo que a pessoa amada deixe de existir no mundo físico, o amor que nutrimos por ela sempre irá prosperar, posto que o mesmo transcende a esta inerente limitação para perpetrar no mundo espiritual.

Ao olharmos para a ilusão do passado (e da suposta felicidade de nossa juventude) não conseguimos enxergar as reais possibilidades de obtenção da mesma no presente e, mais do que isso, o amor como a única autêntica forma (ou, pelo menos, a mais segura e garantida) de escaparmos (da armadilha) da servidão humana.

Não podemos ser, por obra de nossa exclusiva vontade, anjos na terra; mas certamente nada nos impede de sermos angelicais.

O sentimento da eterna desconfiança não somente corrói os alicerces que sustentam as relações humanas; mas, muito mais do que isto, compromete a descoberta do amor, tendo em vista que amor e fé são genuínos irmãos siameses.

Fé é, em última análise, ouvir o coração e se permitir confiar cegamente, tal como fez (e continua a fazer) o CRIADOR, em relação a todos nós, quando nos concebeu.

Sejamos, portanto, felizes descobrindo o amor, pois esta é uma prerrogativa que depende, acima de tudo, da nossa vontade, eis que exige, também, uma certa dose de percepção. Precisamos estar sempre atentos para enxergarmos e interpretarmos corretamente a presença do amor. Muitas vezes ele está ao nosso lado e ao alcance de nossos olhos e simplesmente não o notamos, apenas e tão somente porque não estamos abertos para percebê-lo. Neste sentido, é importante destacar que CRISTO (assim como tantos outros profetas) foi muito habilidoso em demonstrar a importância da fé e da crença, particularmente no amor; seja o amor a Deus, seja o amor ao próximo. Afinal, não se pode amar sem acreditar no amor.

A vida é uma dádiva e uma oportunidade especial concedida pelo criador. A vida é, portanto, para ser celebrada, e não lamentada por uma pseudo dor existencial. Por outro lado, a busca e a conquista do amor é o único objetivo que confere sentido a própria (e inerente) mediocridade da existência humana, o que somente nos damos conta depois que experimentamos este sentimento tão sublime e divino.

A humanidade necessita de um amadurecimento humanístico que lhe permita, - vencidas as amarras do cativeiro da exagerada e desmedida busca pela racionalidade lógica que se traduz, em última instância, pela verdadeira servidão humana -, superar os obstáculos que impedem o desiderato derradeiro de atingir a almejada completude existencial. Por efeito conclusivo, devemos (todos, sem exceção) trilhar o caminho (seguro) do amor para a superação de nossas angústias, bem como para o aperfeiçoamento e necessário desenvolvimento de nossa humanidade.


Notas Complementares:

[1] Segundo HELENA VASCONCELOS (Crítica à obra Servidão Humana; Suplemento Ípsilon, 2009), “SOMERSET MAUGHAM começou a escrever SERVIDÃO HUMANA aos 37 anos como uma espécie de catarse para as suas múltiplas angústias e traumas. O romance, cujo título foi retirado da ÉTICA de SPINOZA, surgiu em 1915, depois de quatro anos de trabalho árduo. É uma típica história de aprendizagem iniciática e surgiu numa altura em que os BILDUNGSROMAN conheciam um enorme sucesso com autores como SAMUEL BUTLER, ARNOLD BENNETT, H.G. WELLS, D. H. LAWRENCE e JAMES JOYCE, de tal forma que os críticos de então afirmavam com ironia que não havia escritor que se prezasse que não começasse por contar a sua vida, mais ou menos disfarçada numa trama ficcional.

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MAUGHAM cria a personagem de PHILIP, relatando – com pormenores por vezes demasiado enfáticos – o seu longo caminho da realização pessoal, as tentativas para escapar a uma existência burguesa, acomodada e sem sentido e, mais tarde, a uma relação sórdida e condenada. PHILIP, à semelhança de MAUGHAM, é um órfão entregue a guardiões mais velhos, estranhos e severos, num ambiente desconhecido e hostil. A primeira parte do livro é dedicada à vida em BLACKSTABLE – MAUGHAM viveu em Whitestable – e na escola em Tercanbury – a de MAUGHAM era a King’s School em Canterbury – sendo descrito com minúcia o ambiente vitoriano e dickensiano da casa e da escola, com as habituais cenas de bullying (o ponto fraco de PHILIP é um pé boto, a de MAUGHAM era a gaguez), a mediocridade da maior parte dos professores, o tédio da rotina escolar, o sentido de injustiça e a lenta descoberta da identidade.

Depois de ser tentado no sentido de ser ordenado sacerdote por um novo reitor que lhe reconhece as aptidões excepcionais, PHILIP escapa-se a um futuro que encara como limitado e desadequado às suas ambições e parte para a Alemanha, onde, em Heidelberg, inicia a sua vida de rapaz independente. É aí que conhece as primeiras raparigas e forma as primeiras amizades, discute Religião, Filosofia e Literatura e entra em contacto com a obra de GOETHE, VERLAINE E FLAUBERT, bem como com o teatro de Ibsen que, tal como a música de WAGNER, eram considerados como demasiado modernos e terrivelmente blasfemos. É ainda em Heidelberg que um dos seus conhecidos lhe dá a ler A Vida de Jesus, de JOSEPH ERNEST RENAN (o livro que revolucionou o cristianismo no século XIX por contar a vida de Cristo na qualidade de ser humano), que o leva pelo caminho do agnosticismo, como aconteceu com MAUGHAM. Convém lembrar que PHILIP é um produto perfeito da sua época. A vida “artística” em Paris, o exercício diletante de Medicina, a vagabundagem, a sedução de mulheres mais velhas, as discussões filosóficas e a atração pelo abismo moral e sentimental que, aqui, é representado pela relação com MILDRED ROGERS, a criada cockney, feia, grosseira e ignorante que o explora, rebaixa e humilha, refletem uma tendência para explorar uma sociedade convulsa e caótica onde artistas como GAUGUIN e VAN GOGH aliavam o cúmulo da genialidade a uma existência de pobreza sórdida e aberrante.

FRANCIS KING, um escritor amigo de MAUGHAM, fez uma ligação entre a deformidade de PHILIP e a homossexualidade do escritor que, já entrado em anos, confessou a um sobrinho que ‘tinha passado a vida a convencer-se que era três quartos heterossexual e apenas um quarto gay, quando, afinal, era exatamente o contrário’. A criação da figura de MILDRED (andrógina, sem peito, magra, destituída de atrativos femininos, tanto físicos como morais) poderia, de acordo com alguns críticos, corresponder a uma necessidade de exorcizar uma relação secreta que MAUGHAM teria mantido durante o tempo em que praticou medicina nos bairros pobres de Londres.

Embora a história de SERVIDÃO HUMANA seja principalmente conhecida pela relação masoquista entre PHILIP e MILDRED, a verdade é que MAUGHAM quis escrever um romance filosófico que desse conta não só da sua própria experiência desde a infância mas também do seu percurso como pensador. É principalmente neste livro (e mais tarde em O FIO DA NAVALHA) que revela a intenção de mostrar os perigos do chamado ‘conhecimento sensível’ (a imaginatio de SPINOZA) cujas limitações desencadeiam a desordem dos sentimentos, o sofrimento e a paixão. MAUGHAM tinha dificuldade em aceitar a ideia de um estado intuitivo, místico que levasse à felicidade e virtude supremas, as quais, em SERVIDÃO HUMANA, se consubstanciam na figura de SALLY, personagem pouco determinante para alterar o rumo dos acontecimentos. Fortemente influenciado por MAUPASSANT, ZOLA e FLAUBERT, MAUGHAM quis lançar um alerta para todos aqueles que se deixam enredar pela armadilha de uma visão romântica da existência, baseando-se nas palavras de SPINOZA: ‘Chamo servidão à impotência do ser humano para governar ou restringir (as suas) emoções’. Para ele, que lutou sempre para se libertar dos constrangimentos da lei e da moral, a perfeita epifania seria a que lhe revelasse o sentido da vida, por muito modesto que fosse, como esconjuro contra a inconsequência da morte.”

[2] REIS FRIEDE; O Amor. Disponível em: < http://www.diarioinduscom.com/o-amor/ >. Acesso em 29 mar. 2017.

[3] BARUCH Benedictus SPINOZA/SPINOZA nasceu em 24 de novembro de 1632 em Amsterdã (Holanda).

A sua família fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e também de Giordano Bruno. Ganhou fama pelas suas posições opostas à superstição (a sua frase Deus sive natura, “Deus, ou seja, a Natureza” é um conceito filosófico, e não religioso), e ainda devido ao fato de a sua ética ter sido escrita sob a forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.

Em 27 de julho de 1656, a Sinagoga Portuguesa de Amsterdã puniu Espinoza com o chérem, o equivalente hebraico da excomunhão católica, pelos seus postulados a respeito de Deus em sua obra, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da natureza, e a Bíblia, uma obra metafórico-alegórica que não pede leitura racional e que não exprime a verdade sobre Deus.

[4] REIS FRIEDE; O Amor. Disponível em: < http://www.diarioinduscom.com/o-amor/ >. Acesso em 29 mar. 2017.

[5] A fé não nasce e floresce por si mesma. É impossível, aos seres racionais, acreditarem em algo que (simplesmente) não conseguem perceber (seja por ausência de dimensão lógico-científica, seja por ausência de experiência existencial). Todavia, a “invisibilidade” do amor, - embora absolutamente desconectada com a ciência e divorciada de possíveis explicações lógico-racionais -, é um sentimento real que consegue, ainda que por um processo humanamente inexplicável, “tocar nossos corações”, transformando nossa própria percepção existencial, forjando, por via de consequência, o improvável sentido (e sentimento) da fé (verdadeira).

Sobre o autor
Reis Friede

Desembargador Federal, Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (biênio 2019/21), Mestre e Doutor em Direito e Professor Adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Graduação em Engenharia pela Universidade Santa Úrsula (1991), graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), graduação em Administração - Faculdades Integradas Cândido Mendes - Ipanema (1991), graduação em Direito pela Faculdade de Direito Cândido Mendes - Ipanema (1982), graduação em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula (1982), mestrado em Direito Político pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988), mestrado em Direito pela Universidade Gama Filho (1989) e doutorado em Direito Político pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). Atualmente é professor permanente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local - MDL do Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM, professor conferencista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Diretor do Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF). Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região -, atuando principalmente nos seguintes temas: estado, soberania, defesa, CT&I, processo e meio ambiente.

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