A CHINA TEM CONTAS A PRESTAR À HUMANIDADE?

18/11/2020 às 16:56
Leia nesta página:

O ARTIGO DISCUTE SOBRE A DISCUSSÃO DA COVID-19 COMO UM VÍRUS CRIADO EM LABORATÓRIO.

A CHINA TEM CONTAS A PRESTAR À HUMANIDADE?

Rogério Tadeu Romano

Colho de recente entrevista de Mario Vargas Llosa(Prêmio Nobel) à revista Veja:

“O senhor já acusou o governo chinês de ser responsável pela explosão da pandemia. Mantém essa opinião?

Um dia as pessoas vão saber o que se passou de verdade em Wuhan. Até agora, não se esclareceu como nasceu a doença. Tem algo de misterioso aí. A China não informou ao mundo e provavelmente essas informações reduziriam o impacto da doença. No momento, a luta é contra a pandemia.

Mas, cedo ou tarde, será preciso investigar qual papel a China desempenhou nesse contexto.

Será a covid-19, uma arma biológica?

Armas biológicas são artefatos de controle difícil e de potencial destrutivo desconhecido. Nunca houve um emprego em larga escala dessas armas, salvo talvez pelo exército japonês na Manchuria. Somente em anos recentes é que a biotecnologia veio trazer instrumentos mais precisos para a elaboração de armas biológicas (Anonymous, 2000; Fauci, 2001).

O desenvolvimento e o uso de armas biológicas é uma estratégia antiga e uma realidade nos últimos anos. Durante a epidemia de SARS de 2002–3, o cientista russo Nikolai Filatov, chefe dos serviços epidemiológicos de Moscou, afirmou que o vírus era uma mistura de sarampo e caxumba, uma arma biológica produzida em laboratório. Muitos chineses adotaram essa noção e especularam que a SARS era na realidade uma arma genética desenvolvida pelos Estados Unidos para atacá-los.

Quando H5N1 (“Gripe aviária”) tornou-se uma grande preocupação em todo o mundo em 2008, o então ministro da Saúde da Indonésia, Siti Supari, acusou diretamente os Estados Unidos de usar amostras de vírus para desenvolver armas biológicas e suspendeu a operação de uma unidade de pesquisa médica da Marinha dos EUA, em Jacarta.

O mundo está assombrado com o terrível Covid-19 que vem matando diariamente milhares de pessoas. 

Enquanto o surto ainda estava restrito à China, o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, não disfarçou seu otimismo com a tragédia que ganhava corpo, afirmando que o novo coronavírus “ajudará a acelerar o retorno de empregos nos Estados Unidos”, alimentando o clima de especulação que aponta Washington de estar por trás do aparecimento do coronavírus na China. Contra-atacando as “teorias da conspiração”, o presidente Donald Trump não mediu palavras e acusou a China da paternidade do coronavírus, chamando-o de “vírus da China”, como se lê do artigo de Frederico Rocha Oliveira (Coronavirus ressuscita os fantasmas da guerra biológica, Justificando).

Mas, isso se tornou uma pandemia. 

Estima-se que ele atingirá perto de metade da população mundial.

Segundo o site Justificando, “no âmbito das especulações sobre a origem do vírus, um artigo não publicado de autoria de cientistas indianos apontava que o novo coronavírus tinha uma sequência de proteínas que incluía elementos do HIV, o vírus causador da AIDS, o que fez o Zero Hedge, um site especializado em análises de mercados financeiros e bancos de investimentos a alegar que o novo coronavírus era uma arma biológica produzida por cientistas chineses, enquanto o senador republicano Tom Cotton, dizia que não se pode descartar a hipótese de que o coronavírus tenha se originado em um laboratório em Wuhan.”

Uma nova onda que já arrasta a população norte-americana, da Europa e ainda de países com Brasil com preocupantes números nas cidades é a maior prova do perigo que esse mal trouxe, traz e trará a toda a população mundial. Afinal, onde está a China nesse quadro?

A mídia social chinesa está repleta de conjecturas de que o vírus foi projetado pelos Estados Unidos como um agente de guerra biológica contra a China. Há suspeitas, de que soldados americanos que participam dos Jogos Mundiais Militares em outubro de 2019 em Wuhan, eliminaram deliberadamente o vírus no Hunan Seafood Market. Coincidentemente, menos de dois meses depois, Wuhan entraria no mapa da história como palco central do coronavírus.

Em entrevista ao podcast Pourquoi Docteur? (Por que, doutor?, em português), o francês Luc Montagnier, vencedor do Nobel de Medicina de 2008, afirma que o coronavírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, foi criado em um laboratório de Wuhan, na China. “A história de que ele surgiu em um mercado de peixes é lenda”, diz.

Premiado em 2008 com o Nobel pela descoberta do vírus HIV nos anos 1980, Montagnier disse que o laboratório da cidade de Wuhan se especializou nesse tipo coronavírus desde o início dos anos 2000 e, apesar de ser um local de alta segurança, teria deixado escapar a nova cepa do vírus.

Questionado se tal mutação não poderia ser natural, Montaigner foi categórico. “Não. Esse tipo de mutação precisa de ferramentas, não acontece na natureza”. Mas o cientista não acredita que os chineses tenham criado o vírus para ser uma arma biológica. “Acredito que estavam em busca de uma vacina contra o HIV e usaram um coronavírus como vetor”, explicou.

No Direito Internacional Público há uma Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas que foi encaminhada para aprovação em 3 de setembro de 1992. Negociada ao longo de dez anos, no âmbito da Conferência de Desarmamento, em Genebra, foi assinada em janeiro de 1993, em Paris, mas somente entrou em vigor em abril de 1997.

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A Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e sobre sua Destruição é um tratado administrado pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que é uma organização independente sediada em Haia, e assinado por 192 nações. Israel assinou o tratado, mas não ratificou a convenção. Egito, Coreia do Norte, Sudão do Sul e Palestina (que tem status de Estado-observador na ONU) nunca assinaram o documento.

Desde a década de 1990, a Convenção tem como principal objetivo a destruição das armas químicas atualmente armazenadas, sempre sob a vigilância da Opaq, que permite a produção limitada para fins médicos, farmacêuticos e de proteção, além de pesquisas científicas.

Entre as substâncias controladas pela convenção estão agentes nervosos e substâncias como gás mostarda, sarin e fosgênio. De acordo com a Opaq, a Rússia completou a destruição de seu arsenal químico — que incluía 40 mil toneladas métricas de diversas substâncias, entre elas os agentes nervosos Lewisite, Soman e VX — em 27 de setembro do ano passado. Recentemente, porém, o embaixador britânico na OPaq, Peter Wilson, acusou Moscou de não ter declarado a totalidade de suas reservas “durante anos”.

É certo que, segundo Luiz Jacintho da Silva(Guerra biológica, bioterrorismo e saúde pública), “a disponibilidade do vírus é desconhecida. Supostamente, somente os Estados Unidos e a Rússia teriam ainda vírus estocado. Pouco depois da erradicação da varíola, a Assembleia da Organização Mundial da Saúde determinou a destruição dos estoques existentes de vírus. Todos os países teriam concordado e destruído seus estoques, com exceção dos Estados Unidos e da então União Soviética. A decisão de destruir esses dois estoques restantes tem sido adiada, a última data proposta é 2002. Não se sabe se alíquotas de vírus teriam sido desviadas para laboratórios de outros países com programas de armas biológicas, como o Iraque (Barquet & Domingo, 1997; Jahrling et al., 2000; Silva, 2000a).”

Como informou a Agência Brasil, “a luta para acabar com as armas químicas é ainda mais velha. Em 17 de junho de 1925, o Protocolo de Genebra ensaiou uma tentativa de proibir o uso de armas químicas, como gases asfixiantes, tóxicos ou similares, em guerras. Contudo, o documento não proibia a fabricação, o armazenamento e a transferência dos gases químicos. A Síria, inclusive, é signatária deste Protocolo desde sua aprovação. Somente a Alemanha nazista não assinou o tratado, e Adolf Hitler utilizou-se de gases químicos venenosos tanto contra prisioneiros de guerra, quanto contra soldados na frente de batalha durante a Segunda Guerra Mundial.”

Tudo isso preocupa.

O certo é que a Organização Mundial de Saúde, instituição da ONU, baseada em Genebra, é dirigida por alguém que lá foi colocado pela China e, em nenhum momento, apresentou uma reação contundente contra aquele pais.

O mundo já assistiu a duas grandes guerras mundiais que ceivaram milhões de vida.

Estaríamos diante de uma guerra sem precedentes, cuja consequência alcança toda a economia mundial?

Qual o papel da China em tudo isso?

Sobre o autor
Rogério Tadeu Romano

Procurador Regional da República aposentado. Professor de Processo Penal e Direito Penal. Advogado.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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