Há países com juros baixos e sem inflação. Como o Brasil poderia alcançar esse nível de evolução econômica? A estratégia ideal poderia ser o estudo das práticas estrangeiras exitosas e a tentativa de sua adaptação ao caso brasileiro.
A elevação dos juros configura uma das ferramentas de controle de preços, mas gera efeitos colaterais danosos: beneficia o capital especulativo em detrimento do produtivo. Portanto, serve aos propósitos dos banqueiros, das bolsas de valores e dos investidores.
Na prática, juros elevados provocam recessão econômica; uma vez que prejudicam a oferta de crédito e o investimento, reduzindo o nível de emprego. Com a população empobrecida, há queda de consumo; assim, alguns empresários abandonam o mercado (falências) e aqueles que permanecem, passam o disponibilizar seus bens e serviços a um preço inferior.
Trata-se, portanto, de um remédio que combate um problema (inflação), mas ocasiona uma série de outros: falências (que afetam os empresários), desemprego (que afeta os trabalhadores), e diminuição da arrecadação de impostos (que afeta o Estado). Ademais, a redução da quantidade de empresas no mercado interfere no bem estar do consumidor, que passa a dispor de uma variedade menor de bens e serviços. Vale dizer, há perda de bem estar dos empresários, dos trabalhadores, dos consumidores e do Estado; e há ganho de bem estar por parte dos banqueiros e dos investidores de capital.
Feitas estas ponderações, pergunta-se: compensa adotar esse mecanismo de regulação de preços? Talvez, sim (na hipótese de a inflação atingir 80% ao mês). Mas o importante é que a população tome conhecimento destas informações a fim de se posicionar com propriedade a favor ou contra a medida, e passem a pressionar os governantes/legisladores num sentido ou em outro.
Convém ter presente que a cada escolha corresponde uma renúncia. Não existe estratégia prévia perfeita; somente as infinitas/imprevisíveis circunstâncias fáticas dirão se dará ou não resultados profícuos; trata-se do método: "tentativa e erro".