No ensino híbrido, o aluno é o protagonista do seu aprendizado

Ensino híbrido

18/02/2021 às 21:12
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Aluno protagonista é o conceito no qual o estudante desempenha um papel ativo na construção do próprio aprendizado. Ele não apenas absorve conteúdos, mas também agrega. Pesquisa informações, expõe ideias, debate, cria.

A forma de se fazer educação está mudando. No século XXI, velhas certezas vêm sendo derrubadas e novas possibilidades de ensino surgem à luz dos avanços tecnológicos, descobertas e transformações culturais. Entre as mudanças está o próprio papel do estudante em relação ao aprendizado. Hoje se entende que a ele não cabe mais o papel de coadjuvante em sala de aula. Uma forte tendência na educação é a do "aluno protagonista".

O ensino híbrido é uma abordagem de metodologia ativa que tem como foco o aluno protagonista, mesclando ferramentas de aprendizado online e analógicas que podem acontecer simultaneamente ou não.

Ver um aluno como protagonista de seu aprendizado significa, entre outras coisas, oferecer a ele autonomia, estimulando-o a buscar informação e a construir conhecimento caminhando com as próprias pernas.

O que é aluno protagonista? Aluno protagonista é o conceito no qual o estudante desempenha um papel ativo na construção do próprio aprendizado. Ele não apenas absorve conteúdos, mas também agrega. Pesquisa informações, expõe ideias, debate, cria.

É o aluno o responsável final pela sua aprendizagem ao atribuir significado aos conteúdos, no entanto é o professor que determina as atividades que os alunos devem desenvolver, possibilitando uma orientação adequada ao processo de construção do conhecimento.

Passos para tornar o aluno o protagonista do próprio aprendizado

Investir no uso de tecnologia no ambiente escolar

A escola passou a ter o papel fundamental, nesse aspecto, de ensinar e orientar o aluno a adquirir seu próprio conhecimento. O papel da escola está em ensinar o aluno a aprender, mostrar para ele como buscar informações e conteúdos em fontes seguras, confrontar o conhecimento adquirido com a realidade, analisar as informações e os contextos e, assim, ter um pensamento crítico acerca daquele assunto aprendido.

Para que tudo isso seja possível, se torna necessário que a escola tenha aparatos tecnológicos à disposição de seus colaboradores e alunos. Essas ferramentas vão possibilitar a busca por conhecimento e pela aprendizagem autônoma. Por isso, investir em tecnologias é fundamental.

Adequar a estrutura disponibilizando salas de aula com computadores e projetores para os professores e laboratório de informática para os alunos. Além disso, permitir que os estudantes tragam para a escola dispositivos móveis como tablets e celulares para realizar pesquisas rápidas em sala e ter acesso à agenda.

É possível contar com a gamificação utilização de elementos de jogos no aprendizado, aulas EAD por plataformas específicas e muito mais. Disponibilizar um bom sinal de internet para que todos possam acessar a rede dentro dos espaços da escola.

Conhecer e apostar em novas metodologias pedagógicas

A internet trouxe diversas possibilidades para adquirir novos conhecimentos e habilidades também para os docentes.

Hoje encontram-se disponíveis, e de forma bem explicativa, diferentes metodologias pedagógicas que contribuem com o aprendizado autônomo dos alunos como a sala de aula invertida e o ensino híbrido.

Ambas se tratam de metodologias ativas que, além de tornarem o aluno protagonista, também fazem com que a aula se torne muito mais dinâmica, prendendo a atenção da turma.

Investir nessas metodologias significa melhorar a experiência do aluno em sua escola. Situação que destaca a escola perante o mercado e também fideliza alunos e suas respectivas famílias.

Promover diversas atividades em grupo

O uso da tecnologia como aliada é muito importante para a aprendizagem autônoma. Mas, além disso, ela é fundamental para promover a socialização e a troca de ideias entre os estudantes.

Realizar atividades em grupos e intermediar diálogos e tarefas, visando a troca de conhecimento e de opiniões dos estudantes, são outras ótimas maneiras de transformar o espaço escolar e promover uma aprendizagem autônoma e colaborativa.

Estimule seus alunos a trazerem temas importantes e atuais para serem discutidos em aula e disponibilize um espaço aberto para o debate.

Mas isso não precisa acontecer apenas em sala de aula. Propor trabalhos em grupo extraclasse também é importante.

As tecnologias disponíveis e o acesso à internet tornam isso possível. Portanto, essa metodologia e esse formato de aprendizado também devem ser explorados pelo professor.

Promover eventos e debates em que os alunos tenham, preponderantemente, a voz

É importante fomentar o pensamento crítico e o debate de ideias entre alunos em uma mesma sala e até de séries diferentes. Essa é uma das tarefas mais importantes da escola: promover o aprendizado através da socialização de ideias.

O aluno também é um indivíduo da sociedade e, como tal, deve pensar nela de forma crítica, buscando entender os problemas e tendo ideias para solucioná-los.

Nesse sentido, é importante promover eventos e debates em que os alunos tenham voz, conversem entre si e se sintam confortáveis em compartilhar ideias e opiniões. Dessa forma, a escola cumpre com seu papel e promove um aprendizado autônomo, colaborativo e crítico.

Além do aluno se tornar protagonista de seu aprendizado, ele aprende a socializar, percebe que existem opiniões diferentes sobre um mesmo assunto e compreende que precisa respeitar as diferenças.

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A escola sempre foi o lugar em que os estudantes aprendem muito mais do que apenas o conteúdo obrigatório. Eles se desenvolvem diariamente e aprendem sobre si mesmos e sobre o mundo.

Ao incentivar que os alunos sejam criativos, comunicativos, responsáveis e saibam buscar soluções para problemas, a escola propõe um ambiente mais dinâmico, em que os alunos têm voz ativa no próprio aprendizado.

Para colocar essa metodologia em prática, é preciso mudar a forma como a educação é vista e quebrar paradigmas estabelecidos. Por isso, incentivar o protagonismo do aluno é uma forma de não apenas garantir que ele aprenda o conteúdo das disciplinas, mas também se torne um cidadão crítico e ativo na sociedade.

Criar um ambiente interativo e participativo, em que os alunos se sentem à vontade para discutir os temas propostos pelo professor, também promove a autonomia do aluno e faz da escola um local de crescimento intelectual e humanístico.

Além disso, possibilitar a interação entre o professor e a classe e entre os próprios alunos permite a troca de informações que contribuem para a construção do aprendizado. Quebrar a hierarquia tradicional e incentivar o debate também coloca o aluno no papel de protagonista e contribui para o ensino como via de mão dupla.

Referências bibliográficas

BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello (org). Ensino Hibrido: personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso. 2015.

SANTOS, Julio César Furtado. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 1ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo, Cortez & Autores Associados, 1991.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1994 (Cadernos Pedagógicos do Libertad,2).

ZABALLA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto alegre: Artmed, 1998. 

 

Sobre o autor
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense, especialista em direitos humanos pelo EDUCAMUNDO, especialista em tutoria em educação à distância pelo EDUCAMUNDO, especialista em auditoria governamental pelo EDUCAMUNDO, especialista em controle da administração pública pelo EDUCAMUNDO, especialista em gestão e auditoria em saúde pelo Instituto de Pesquisa e Determinação Social da Saúde e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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