Larápios e os Poderes da República

O Papel dos Poderes e a Apreciação Histórica Sobre os Larápios

27/02/2021 às 21:39
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Na Antiga Roma havia um pretor chamado Lucius Antonius Ruffus Appius. Ele Servia-se da alta esfera romana para as acomodações ilegais a troco de vantagens de ordem pessoal e financeira.

Quando um político "larapia" recursos oriundo dos tributos que sacrificam a maioria da população brasileira ficamos desolados. Chega a dar asco, pois tal conduta vem carregada de muita gravidade. Para muitos, nosso judiciário deveria apressar e exigir, após a abertura do inquérito e distribuição, que as diligências fossem realizadas de forma célere e segura.

 

         Quantas vezes tais autos de processo ficam adormecidos em berços esplêndidos, tanto na secretaria do Juízo ou no gabinete do promotor, quanto nos fantásticos escritórios de advocacia. Para corroborar esta afirmação, basta acessar a rede mundial de computadores e pesquisar a movimentação de processos nos tribunais de justiça, não somente envolvendo políticos, mas aqueles que tramitam contra estelionatários e empresários que formam, com tais larápios do poder, verdadeiras quadrilhas.       

 

         Na Antiga Roma havia um pretor chamado Lucius Antonius Ruffus Appius. Servia-se da alta esfera romana para as acomodações ilegais a troco de vantagens de ordem pessoal e financeira. Como seu nome não era pequeno ele o abreviava assim: L. A. R. Apius, daí o nome tão popularizado na mídia.  O referido pretor envovia-se com todas as castas romanas para receber propinas: Senadores, Edis(vereador), Artesãos, comerciantes, etc.. Suas pálpebras se fechavam para as irregularidades na medida em Lucius recebia recursos podres.

 

         Os crimes de Lucius já prescrevera, afinal passaram-se dois mil anos sem que fossem devidamente julgados. Prova disso foi sua morte que se deu por circunstâncias naturais e tranquilas em sua suntuosa Vila.

 

         Os crimes dos atuais larápios, disseminados por toda terra de Cabral poderão prescrever, não pelo recebimento de propinas, e sim pela falta de cobrança do povo aos poderes  Executivo, Legislativo e Judiciário. Os poderes têm que ter uma política de serviços públicos que venham a valorizar e aparelhar seus servidores, pois  quem faz a movimentação, seja física ou virtual, dos processos não são os computadores, mas seres humanos que estão se tornando cada vez mais escassos nos quadros tanto do judiciário como do Ministério Público.

 

         Podemos dizer, que nossa legislação é por demais tacanha ao privilegiar o Poder Executivo na repartição dos recursos destinados a outros poderes. O judiciário não somente gasta, mas produz milhões de reais todos os dias, através de suas taxas, emolumentos, custas, multas penais dentre outras, para depois ir com o pires na mão ao Poder Executivo e implorar verbas que variam de 3 a 6% da arrecadação dos estados ou da União.

 

         Tal estruturação normativa orçamentária chega as raias do ridículo, nos causando insegurança e revolta. Revoltamo-nos contra o rei! Quer dizer... O Poder Executivo, que precisa de mais harmonia e melodia para com o judiciário e o Ministério Público, estes responsáveis em punir os larápios e arrecadar aquilo que foi roubado do bolso do contribuinte.

 

           Para que não surja em nossa República a presença de Lucius, com suas malas e cuecas recheadas, temos que ser eleitores  e pesquisadores da vida pregressa dos futuros políticos que  irão compor o Legislativo e Executivo.

                                                                                                              Divinópolis, 15 de maio de 2015.

Publicado no Jornal Agora - Divinópolis

(*) Marco Antônio Pinto é formado e pós-graduado em História e Direito. É membro da Academia Divinopolitana de Letras.

 

 

 

         

Sobre o autor
Marco Antônio Pinto

Formado em Filosofia, História e Direito. Pós-graduado lato sensu em Metodologia do Ensino de História e pós-graduado lato sensu em Direito Público pela ANAMGES (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais). Escritor, poeta, ex-dirigente sindical do Sintram (Sindicato dos Trabalhadores do Município de Divinópolis e Região). Servidor público do estado de Minas Gerais.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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