As sequelas da COVID-19

COVID-19

27/03/2021 às 15:49
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As sequelas incluem cansaço, redução da capacidade pulmonar, fraqueza muscular e tosse residual. Além disso, dependendo do comprometimento orgânico no momento da doença, outras sequelas também podem acontecer.

O que são sequelas?

Na área médica, sequela é qualquer lesão anatômica ou funcional que permanece depois de completada a evolução clínica de uma doença, ou de um acidente traumático.

As sequelas de COVID-19 podem atingir pessoas que apresentaram um quadro grave e, até mesmo, moderado da doença.

As sequelas da COVID-19 são mais frequentes em pessoas que apresentaram o quadro grave, mas também podem ocorrer em pessoas com quadro moderado da doença. As sequelas incluem cansaço, redução da capacidade pulmonar, fraqueza muscular e tosse residual. Além disso, dependendo do comprometimento orgânico no momento da doença, outras sequelas também podem acontecer.

COVID-19

O COVID-19 é uma doença respiratória aguda ocasionada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-coV-2). Em 1998, surgiu à Síndrome respiratória aguda grave (SARS), desde então ficou visível um grande número de coronavírus associados à SARS (SARSr-CoVs), derivados dos morcegos. O SARS-coV-2 foi identificado pela primeira vez em 01 de dezembro de 2019, quando um grupo de pessoas deu entrada no pronto socorro na cidade de Wuhan, China, com o quadro de pneumonia desconhecida. Foi então que descobriu um betacoronavírus nas amostras dos pacientes com pneumonia, utilizando a técnica de sequenciamento de imparcial. Através das células epiteliais das vias respiratórias humanas, foi possível isolar um novo coronavírus, chamado de 2019-nCoV (ZHON et al., 2020).

Os relatos da doença que se originou em Wuhan, província de Hubei, no centro da China, está ligado diretamente a um Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que também comercializava animais vivos e pelo alto abrupto número de infectados, levando a crer que o vírus tenha ligação zoonótica, vale ressaltar que o 2019-nCoV é o sétimo membro de sua família que causam virulência nos seres humanos (ZHU, NA et al., 2020; ZHON et al., 2020).

Entende-se por Pandemia, todas as formas de doenças infectocontagiosas que se alastram por todas as regiões do planeta, essa forma de contágio ocorre mundialmente e não apenas em um determinado território. Diferentemente do nosso passado, as pandemias podem ocorrer com mais facilidade, devido hoje o acesso a viagens internacionais e até mesmo a facilidade das pessoas de se locomover de um lugar para outro, isso pode ocasionar a disseminação de doenças (MENDES, 2018).

Algumas das doenças, são assintomáticas em seus hospedeiros, isso faz com que o contato social daquelas pessoas com as demais, provoque o contagio, algumas doenças contagiosas apresentam um temo de encubação maior, fazendo com que os hospedeiros propague a doença sem até mesmo saber que é portador da infecção (SENHORAS, 2020).

Microrganismos patógenos emergentes e reincidentes são encarados como um grande problema de saúde pública, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a partir da data de 11 de março de 2020 o mundo vive uma pandemia por coronavírus, que em sua etiologia são vírus de RNA envelopados que acometem seres humanos, alguns mamíferos e aves, causando doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas. A família do coronavírus possui quatro que causam virulência leve, como um simples resfriado, são eles: 229E, OC43, NL63 e HKUI. As duas outras cepas da família coronavírus são de origem zoonótica, na maioria das vezes são fatais ao ser humano, são elas: A síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e a síndrome do Oriente Médio (MERS-CoV), o 2019-nCoV é o sétima cepa da família dos coronavírus que causam virulência no ser humano (ZHU, NA et al., 2020; SENHORAS, 2020).

As sequelas da COVID-19

É possível que o cidadão que esteja infectado pelo vírus da Covid-19, apresente os seguintes sintomas: febre, tosse seca, perda do olfato, perda do paladar, falta de ar, dificuldade para respirar e dor ou pressão do peito.

Diferentemente do que ocorre em outras doenças virais, a Covid-19 pode demandar um longo período de internação, a depender da gravidade dos sintomas. A maioria consegue se livrar do novo coronavírus de 10 a 15 dias depois da infecção. Pessoas do grupo de risco, porém, costumam permanecer internadas por até 30 dias e há exceções que superam esse tempo.

O novo coronavírus pode provocar sintomas leves, formas graves e sequelas a longo prazo meses após a contaminação. A falta de ar, a perda do olfato e do paladar e o cansaço atingem com frequência os pacientes logo após o contágio, mas muitas pessoas continuam doentes, como se a infecção tivesse se tornado crônica. Recuperar-se da Covid-19 ainda está longe de ser um passaporte para se ver livre da doença. Segundo um estudo feito na Itália e publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), pouco mais de 87% dos 143 pacientes avaliados relataram que pelo menos um sintoma do novo coronavírus persistiu depois de dois meses após as altas.

A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos (poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório.

Os pacientes com imunidade baixa ou que estão no grupo de risco podem evoluir para um quadro mais grave, no qual há a necessidade de internação e, possivelmente, de suporte de oxigênio. O período médio é de 10 a 15 dias no hospital até receber alta. Depois disso, são mais 5 ou 10 dias até estarem recuperados.

Um número menor de pacientes não melhora com o uso da máscara de oxigênio e precisa ser entubado. Eles necessitam de internação em UTIs (unidades de terapia intensiva). Em média, eles ficam até 20 dias na UTI. Caso o tratamento seja efetivo, eles permanecem mais 10 dias em acompanhamento na enfermaria, até receber alta. Nesta fase, porém, há chance de complicações, que podem obrigar o esticamento do prazo de recuperação.

Entre os pacientes que foram internados por Covid-19, 76% apresentaram sintomas e sequelas da doença seis meses após a alta. A informação é de um estudo chinês que foi na revista científica The Lancet.

O estudo, desenvolvido por uma equipe de pesquisadores chineses analisa os efeitos a longo prazo da doença em pacientes internados no Hospital Jin Yin-tan, em Wuhan, a cidade chinesa onde surgiu o primeiro surto de coronavírus, no final de 2019. Os resultados mostram que 76% de 1.733 pacientes que receberam alta do hospital entre janeiro e maio de 2020, ainda tiveram algum efeito da Covid-19 meio ano depois, entre junho e setembro. O sintoma mais frequente foi fadiga ou fraqueza muscular, detectada em 63% dos pacientes, seguido por dificuldades para dormir (26%), ansiedade ou depressão (23%), de acordo com os dados.

A pesquisa também revelou que aqueles pacientes hospitalizados em condições mais severas tendiam a sofrer maior deterioração em sua função pulmonar e anormalidades nos exames de imagem do tórax seis meses depois, o que poderia indicar danos persistentes em alguns órgãos. O nível de anticorpos foi reduzido em mais da metade (52,5%) em uma centena de pacientes cujo sistema imunológico foi avaliado durante a doença, um fato que lança luz sobre o risco de reinfecção, mas deve ser interpretado com cautela em vista da necessidade de expandir a amostra em estudos futuros, de acordo com especialistas. A pesquisa, uma das poucas até o momento sobre os efeitos a longo prazo da Covid-19, acompanhou os pacientes por uma média de 186 dias após terem ficado doentes.

Os estudos divulgados nos últimos meses e a observação clínica dos profissionais indicam possíveis sequelas que a doença pode deixar, apesar de ainda não ser possível assegurar se elas são temporárias ou permanentes. Até agora, o que se sabe é que pacientes que tiveram casos mais graves da doença, além de danos nos pulmões, podem ter alterações no coração, rins, intestino, sistema vascular e cérebro.

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Dor, depressão e ansiedade podem estar entre as sequelas da covid-19. A batalha contra o novo coronavírus pode não estar completamente vencida após a alta hospitalar. Isso porque alguns sintomas podem persistir por meses e até anos, comprometendo a qualidade de vida dos "recuperados" da doença.

Os cientistas acreditam que vários fatores podem ser responsáveis por desencadear esse aumento nos casos de ansiedade. Os pacientes infectados precisaram passar por diferentes mudanças na rotina, como o isolamento social, o medo da contaminação por uma doença ainda pouco desvendada, preocupações sobre o risco de infectar outros indivíduos e, em alguns casos, o estresse durante a internação hospitalar.

Além disso, pessoas saudáveis também foram impactadas pelo crescimento dos episódios de ansiedade. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, o Brasil foi indicado como a nação com o maior número de habitantes que sofrem de ansiedade por causa da pandemia, em comparação com outros 16 países. O uso de máscaras e a higienização correta das mãos e objetos foram as principais causas do transtorno nesse período, segundo o levantamento.

Os sintomas de ansiedade podem se manifestar a nível físico, como a sensação de aperto no peito e tremores ou a nível emocional como a presença de pensamentos negativos, preocupação ou medo, por exemplo e, geralmente, surgem vários sintomas ao mesmo tempo.

Dicas que podem ajudar a controlar a ansiedade e o nervosismo e a ter uma vida melhor e mais plena: mudar de atitude, respeitar as suas limitações, respirar fundo e calmamente, pensar positivo, valorizar o presente, identificar as causas de ansiedade e praticar atividades físicas.

O pensamento positivo também proporciona um grande aumento na autoestima, que é muito importante para manter sua mente sadia e longe de transtornos psicológicos. Além disso, você se sentirá capaz de assumir novas tarefas e desafios fora de sua zona de conforto.

A fé é um dom, que ajuda as pessoas a passarem pelos momentos difíceis e pelas circunstâncias penosas, que sempre ocorrem na vida, quando menos se espera. Para superar essas dificuldades, para ter algum alento ou esperança, é preciso ter fé. Quanto maior a perda, mais necessária é a fé.

Uma dieta para fortalecer o sistema imunológico inclui alimentos com alto teor de vitaminas A, B, C, D e E, além dos minerais ferro, zinco e selênio. As vitaminas do complexo B são encontradas em abundância em vegetais verdes, como brócolis e espinafre, e também em feijões, bananas, ovos, aves, peixes e beterrabas.

Além disso, devemos evitar coisas que causam danos ao corpo. Estes bons hábitos saudáveis de vida fazem toda a diferença: não fumar; manter um peso corporal adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Uma dieta balanceada, a prática regular de exercícios, uso de máscara, álcool em gel e sempre lavar as mãos com sabão serão os grandes aliados para que seu corpo esteja melhor preparado para combater a COVID-19.

 

Referências bibliográficas

MENDES, C. Pandemias e comércio internacional. Pontes, v. 5, n. 3, p. 8, 2018.

SENHORAS, E. M. Coronavírus e o papel das pandemias na história humana. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 1, n. 1, p. 31-34, 2020.

Wu, Z. e McGoogan, J. M. Características e lições importantes do surto de doença por coronavírus 2019 (COVID-19) na China: resumo de um relatório de 72 314 casos do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças. Jama, 2020.

Zhou, P., Yang, XL, Wang, XG, Hu, B., Zhang, L., Zhang, W., ... e Chen, HD. Um surto de pneumonia associado a um novo coronavírus de provável origem em morcego. Nature , p. 1-4, 2020.

ZHU, N., ZHANG, D., WANG, W., LI, X., YANG, B., SONG, J., ... E NIU, P. (2020). Um novo coronavírus de pacientes com pneumonia na China, 2019. New England Journal of Medicine, 2020.

ZHU, N., ZHANG, D., WANG, W., LI, X., YANG, B., SONG, J., ... E NIU, P. Um novo coronavírus de pacientes com pneumonia na China, 2019. New England Journal of Medicine, 2020.

https://news.un.org/pt/tags/organização-mundial-da-saúde

http://portalms.saúde.gov.br/

Sobre o autor
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheira no TCE/PI.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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