Parte 1. Quem sou eu.
Meu nome é Maximiliano, mas todos chamam-me de Max. Sou um maltês com dez anos de idade e posso dizer que durante a minha vida eu aprendi que há bons tutores e maus.
Eu fui um cachorro que passou por três casas diferentes, e tive quatro donos. Ufa! Ainda bem que não precisei mais encontrar um novo tutor, essa última ficou comigo e não abandonou a mim.
Na minha jornada para encontrar minha “mãe de pet”, vi que nem sempre ter um dono, ser um pet de alguém, quer dizer que vai estar seguro, vai ser amado, vai ter cuidados, enfim, nem sempre é garantia de bom tratamento. Vocês devem estarem perguntando-se como eu sei dessas coisas?
É simples, eu vou contar uma história...
Mas antes de começar a contar a história devo dizer que para evitar confusões eu inventei apelidos, se alguma pessoa identifica-se com uma personagem é apenas mera coincidência, afinal isso é só uma história que pode acontecer com qualquer pet.
#DONO 1:
Eu cheguei filhote na casa da minha primeira dona. Eu fui um presente de aniversário de 15 anos. Quem deu-me de regalo foi o pai dela. Então eu vou referi-me a ela como Minha Doninha.
O pai da Minha Doninha não morava com ela, somente a mãe.
Eu fui crescendo e notei que a mãe da Minha Doninha saía para trabalhar todas às manhãs e ela só voltava à noite.
A Minha Doninha estudava em horário integral. Eu só via as duas quando escurecia.
Eu cresci assim, passando o dia sozinho, sentindo a ansiedade pela espera das duas e às vezes passando algumas privações.
Era ruim ficar sozinho, sentir a solidão, a agonia de esperá-las chegarem em casa, deixava-me bastante entediado, angustiado, triste. Porém o pior era ficar no escuro, e quando a vasilha da água secava! Aí! Aí! Aí! Eu ficava morrendo de sede. A mãe da Minha Doninha colocava comida pela manhã e à noite para mim.
Eu até fazia minhas necessidades caninas no tapetinho, mas também tratei logo de fazer no local que a mãe da Minha Doninha mandava, porque a mesma batia-me se eu fizesse fora, ou esfregava meu rosto nas “minhas coisinhas”.
A mãe da Minha Doninha reclamava toda hora de mim, parece que ela não gostava de mim...
Só que às vezes eu ficava tão chateado, porque passava tanto tempo só, que como forma de protesto, eu fazia meu “xixizinho” em alguns móveis, destruía as chinelas delas, e outros objetos que encontrasse, e como punição eu apanhava.
A mãe da Minha Doninha uma vez bateu-me com a chinela, para eu aprender a não destruir mais, apanhei tanto que fiz a urina com sangue, e o meu sistema digestivo também estava estranho...
A mãe da Minha Doninha falava: “Não sei pra quê teu pai deu um cachorro, tu nem cuidas dele, só para dá trabalho mesmo!”
Quando a mãe da Minha Doninha ia limpar a casa e eu estava deitado no chão, ela brigava para eu sair, e se eu não saísse logo, ela dava-me umas vassouradas, dizendo: “Sai, sai...” Quando ela empurrava com a vassoura era melhor, mas essas atitudes machucavam, eu ficava com o corpo dolorido.
Comecei a ter uma raiva da vassoura, olhava para minha inimiga com ódio, por isso que avançava nesse instrumento de limpeza e tortura. Quando a mãe da Minha Doninha ia passar pano era a mesma coisa ou empurrava, ou batia com rodo em mim.
A convivência estava difícil a mãe da Minha Doninha não tinha paciência comigo...
A mãe da Minha Doninha batia-me, quando eu destruía a sandália dela, ou qualquer objeto que pertencesse à ela, ou quando fazia “xixizinho” nos móveis ou no lugar errado. Tudo era motivo para uma coça. Ela batia e eu destruía objetos como vingança.
A mãe da Minha Doninha assim que teve oportunidade deu-me para a priminha criança da Minha Doninha.
Essa criança foi minha segunda dona.
Espero que tenham gostado da minha história e até quinta-feira dia 15/04/2021 com o próximo episódio sobre o segundo capítulo da minha vida!