#2ªDONA
Lembro-me que em um domingo aconteceu uma visita lá em casa. Era o irmão da mãe da Minha Doninha. Ele foi acompanhado da família. Ele tinha esposa e uma filha de uns 8 anos.
A priminha da Minha Doninha viu-me e ficou chorando dizendo que queria ter um cachorro.
Ela queria ficar comigo e aí a mãe da Minha Doninha aproveitou a oportunidade e deu-me.
Nem perguntou se eu queria ir, ela abandonou-me, abriu mão de mim, como se eu fosse uma coisa, um objeto.
Acho que a mãe da Minha Doninha esqueceu que sou um ser senciente.A sensação de abandono tomou-me conta, fiquei triste de ir para outra casa.
A Minha Doninha não intrometeu-se e nem defendeu-me da decisão de sua mãe.
Ao chegar na nova casa, a primeira coisa que aquele pessoal fez foi mudar meu nome. É claro que eu fingia "demência" e nem escutava chamarem-me, meu nome é Max!
Quando chamavam meu nome verdadeiro, aí sim atendia, eu ia até a pessoa, caso contrário, ficava deitado no chão, pensando porque a Minha Doninha não aparecia para tirar-me daquele lugar.
Os dias que passei na casa da priminha da Minha Doninha foram horríveis, e como eu queria voltar para Minha Doninha, eu tive que aprontar um monte lá, até que semanas depois, eles levaram-me de volta para meu lar, para os braços da Minha Doninha. A Minha Doninha ficou feliz, ela recebeu-me com um sorriso, fez carinho, foi bem legal.
Lembrando que doar o pet para outra pessoa é uma forma de abandono. Por sermos seres sencientes, sentimos a sensação de abandono, é como se o nosso tutor não amasse mais, é como se fossemos uma "res derelictae", uma coisa que já foi de alguém e foi abandonada. Até amanhã dia 16/04/2021, outra parte da minha saga em encontrar um tutor responsável!