Max, o maltês - Final Feliz

Episódio 10: E viveram felizes

23/04/2021 às 13:47
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No último episódio Max, o maltês, ele descobre ter uma tutora responsável, e ganha finalmente o amor e todos os cuidados que um tutor deve dar ao animal de estimação, quando resolve adotar.

Como disse, eu não ia ligar para o quê a Ana falava, eu abanava meu rabo dando bom-dia para ela, esperava a mesma chegar do trabalho e aos poucos meu carisma ia conquistá-la.

O jeito da Ana falar não expressava ódio. Ela falava como se estivesse conversando comigo, implicando, porque a mesma é uma implicante. O tom de voz mostra muito o que os seres humanos sentem, as vibrações passam as mensagens.

Todas as manhãs a Ana conversava comigo, usando as mesmas frases. Até que umas semanas depois, ela já dava meu bom-dia, fazendo cafuné e falando mais meigo. Ela sempre fez o cafuné, só que ela vivia falando da mágoa dela, de eu não ter a escolhido.

A Ana nunca maltratou-me fisicamente, ela só falava essas coisas que deixavam-me um pouco tristinho, porém eu estava tão disposto a ser leal, fiel, companheiro, o melhor amigo pet dela.

Ela superou essa fase e ficamos tão amigos.

A Ana não reclamava mais ao acordá-la, dava meu bom-dia com tanto carinho, com um sorriso. Agora ela era graciosa, tão leve de alma, ela era simplesmente Ana.

 A mãe de pet

Todo mês vou ao meu salão canino, tomo todos os anos: às vacinas, vou ao médico, tem vemífugo e tudo que um pet precisa, a Ana faz.

A Ana compra minha ração, biscoitinhos, sachês, adora comprar perfume para ela e para mim, até chama de Chanel meu perfume. Ela gosta que ande cheiroso.

E se vocês vissem como a Ana fica se eu adoecer ou tiver um mal-estar... É uma preocupação só, com minha saúde. 

A Ana aprendeu a cuida-me, aprendeu a ama-me, ser uma mãe de pet e surpreendeu a mim, nunca pensei que ela seria tão boa nisso! Eu sabia que ela gostava de animais, mas não sabia o quanto podia ser tão dedicada.

Em 2020, eu fiz dez anos, conforme os anos humanos. Tenho catarata em um dos olhos, sou sênior, tenho problemas estomacais e urinários de vez enquanto, estou envelhecendo e preciso de mais cuidados, mesmo assim, a Ana está comigo e não abandonou-me, eu estou nos planos dela. Hoje somos inseparáveis.

Diferente de muitos amiguinhos, eu tive a sorte de ter a Ana.

Eu sei que em nosso país há muitos pets abandonados por seus tutores em lugares públicos, propriedades privadas como restaurantes, supermercados, e muitos são mortos de maneira brutal com tamanha violência.

O ser humano pode ter a índole: boa ou ruim. E infelizmente muitos pets não tem o privilégio de ter um tutor responsável, que dedique-se a sua tarefa, de zelar pelo bem-estar, dar amor aos animais de companhia, serem realmente responsáveis.

Existem tutores que descarta-nos como objetos sem valor, pior que lixo, afinal o lixo pode ser reciclado e nem sempre um pet tem a sorte de arrumar um lar, um dono disposto a adotar.

Desejo que um dia não existam mais animais de estimação, sendo abandonados por seus tutores, que os seres humanos possam usar da racionalidade que dizem ter e aprendam a serem mais conscientes ao querer ter um pet.

É necessário que as pessoas só tenham um animal doméstico, se for para cuidar com responsabilidade.  

O ser humano deve parar de desamparar a nós quando estamos doentes, idosos, ou fazemos besteiras, quando mudam-se para outro lugar e tanto outros motivos que vocês utilizam como desculpas.

O abandono em locais públicos no meu ver não é somente um crime, é mais que isso, é um ato de crueldade humana, pois somos indefesos, então não adquiram um animal de estimação, se não tem a intenção de ficar conosco até o fim da nossa vida.

Sobre a autora
Paula Silnas

Tenho as seguintes formações de graduação: Química, Direito e em Letras Língua Portuguesa. Duas especializações: de pós-graduação, uma em Direito Penal e a outra em Direito Civil. Uma pós-graduação em MBA em Psicopedagogia e Pedagogia de Administração de empresas. Professora. Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9387077231738483 https://www.direitonet.com.br/artigos/perfil/exibir/339524

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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Max, o maltês, é um totozinho que vive feliz correndo pelos campos verdes de um sítio por aí....

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