Ditadura do Politicamente Correto

23/06/2021 às 11:48

Resumo:


  • O Politicamente Correto é um termo que vem sendo abraçado e criticado por diferentes grupos sociais.

  • É associado a grupos políticos de esquerda que pregam a inclusão social das minorias, mas também criticado por grupos de direita que veem nele uma ditadura moral.

  • O Politicamente Correto tem sido utilizado como ferramenta de controle, promovendo censura e marginalizando formas de expressão que não se adequam a ele.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Esse texto tem como objetivo falar sobre o Politicamente Correto, termo que teve sua primeira citação em 1793, na Suprema Corte Americana.

 Ditadura do Politicamente Correto

Adriel Natã de Magalhães 1 .

Resumo

Esse texto tem como objetivo falar sobre o Politicamente Correto, termo que teve sua primeira citação em 1793, na Suprema Corte Americana. O Politicamente Correto vem sendo abraçado e criticado por diferentes grupos sociais, que diferem sobre modo de viver, modo de ser e ideologias. Esse termo nos últimos tempos vem sendo associado a grupos políticos esquerdistas, que pregam a inclusão social das minorias, porém, vem sendo criticado por grupos da direita, que falam sobre o tema como se ele implantasse uma ditadura moral. O trabalho será elaborado por meio da leitura de artigos periódicos, e busca como objetivo principal desmistificar o tema proposto, discorrendo sobre o mesmo com uma linguagem simples e objetiva, seu desenvolvimento será feito através de uma visão conservadora que se localiza no espectro político a direita.

Palavras-chave: Censura, Debate, Linguagem, Militância.

Introdução

O presente texto aborda a temática do Politicamente Correto, dando mais atenção ao papel desse termo nos dias atuais, mas também busca especificar sua origem. Tem como objetivo esclarecer as funções políticas e sociais desse tema. Para isso, será feita uma pesquisa exploratória em diversos artigos periódicos publicados na internet. Traram-se aqui algumas das ideias do Politicamente correto, onde a história é ditada por grupos
“superiores” que exercem poder sobre outros grupos denominados por Edward Younkins como “vítimas sagradas”.

Apontamentos sobre o Politicamente Correto

O politicamente correto busca de diversas formas reescrever a linguagem, reinventar a cultura e policiar modos de agir e pensar que “agem” contra o direito das minorias. Por algum tempo, a abordagem politicamente correta vem trabalhando vigorosamente para minar a liberdade de expressão e a liberdade de opinião. Ele falhou na maioria das vezes, principalmente com o apoio da ideologia retrógrada ou de argumentos religiosos "da mesma maneira estúpida". (Marangoni, 2020).

Podemos afirmar que existe uma elite, elite moral, ética e solidária. Essa elite prega o uso do politicamente correto, a questão é o motivo das mesmas defenderem uma linguagem cujo o objetivo é apenas defender um estado, e oprimir os que se colocam contra ele. Essa “cultura” hoje instalada nas sociedades tem como principal objetivo atuar como juíza da democracia, dos bons valores, das boas causas e da inclusão social.

O grande problema, é que a mesma é falha, e falha miseravelmente quando é colocada em ação. O discurso politicamente correto permite que, na medida em que os argumentos estejam acabando, a pessoa que dele faz uso, possa passar apenas a atacar as ideias contrárias não usando informações reais, mas sim apenas distorcendo as palavras. ( Adorney, 2020).

Nos últimos anos, deve-se seguir esse cenário, sabendo que as discussões sobre o que se pode fazer ou como falar estão aumentando. Críticos do politicamente correto colocaram esse conceito no berço da União Soviética e usaram uma anedota para ilustrar sua origem: quando um líder do Partido Comunista foi convidado a mentir, ele alegou que poderia “de fato estar errado, mas Politicamente correto." Em outras palavras, a narrativa do partido deve se sobrepor à realidade. No entanto, o termo começou a ser usado da maneira mais semelhante ao atual nas décadas de 1960 e 1970, e o personagem de esquerda voltou a ser seu catalisador: Mao Tse-Tung, líder do Partido Comunista da China, disse em seu discurso: "Como tratar as pessoas adequadamente diferença". (Saraiva, 2020).

A princípio, essa expressão foi usada pela própria esquerda; ironicamente, determinou politicamente a radicalização do moralismo e o discurso superficial. No entanto, com o desenvolvimento de movimentos negros e feministas, as pessoas politicamente corretas começaram a mencionar comportamentos que não prejudicava a dignidade da descendência africana, das mulheres e das pessoas LGBT. (Saraiva, 2020)

O politicamente correto vem sendo usado como ferramenta de controle nos últimos tempos, controlando e marginalizando todas as formas de se expressar que não se adequam a ele. A censura que se promove tendo como base esse termo é algo totalmente fora do controle, pois, na maioria das vezes a pessoa é impedida ou “estraçalhada” por um pensamento exposto ou sua maneira de falar.

Essa “política” na maioria das vezes é usada para rotular pessoas, tendo sempre em vista discriminar ou assassinar a imagem da mesma. De forma contraditória, o politicamente correto acaba com a liberdade de expressão, que é um direito individual, fazendo que todas as pessoas que não fazem uso do mesmo sejam censuradas.

Pode-se afirmar que tudo isso traz consigo uma linguagem onde é fácil se tornar vítima, tirando a culpa de si mesmo e colocando em alguém ou em alguma coisa. Coloca-se que tudo isso envolve muitas pessoas tentando explicar coisas que falharam, como sua própria vida, uma ideologia entre outros temas.

As militâncias do politicamente correto hoje, em uma margem política, se intitulam como esquerdistas, dado o fato que o termo estudado aqui envolve a mudança da ênfase da crítica marxista. Esses militantes/políticos/ativistas, têm como base o politicamente correto apenas para conquistar as minorias, o que não diz que os mesmos respeitam ou se preocupam com os objetivos desses grupos.

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Na grande maioria das vezes, o politicamente correto é usado por essas pessoas para sustentar uma ideologia vazia e sem argumentos que as mesmas defendem. Faz-se uso do politicamente correto para fugir do debate, ou até mesmo ganhar os mesmos apenas apontando a forma de se expressar de seu opositor e o colocando contra as minorias com falas romantizadas, que na verdade são apenas uma camuflagem para uma ideologia que não tem respostas para as principais angústias da sociedade.

Defensores do politicamente correto tentam homogeneizar linguagem e ideias, que podem não apenas aumentar a autoestima de grupos minoritários, mulheres e beneficiárias do bem-estar, mas também manter a imagem moral do próprio estado de bem-estar. A estratégia para atingir esse objetivo é eliminar palavras depreciativas, discriminatórias e ofensivas e substituir palavras inofensivas ao custo da economia, clareza e lógica. Outra
estratégia é desconstruir palavras ou expressões em componentes e tratá-las como conteúdo especial, concentrando-se no potencial significado secundário dos componentes.(Younkins, 2020).

Pessoas politicamente corretas “não conseguem entender” que a linguagem é o resultado de um processo social evolutivo que levou à ordem sistemática sem usar o planejamento central deliberado. Observe que o idioma é causado por acidentes, experiências, empréstimos e corrupção em outros idiomas. Ao usar termos comuns como seres humanos, ninguém pretende excluir mulheres. Para os seres humanos, os machos são usados para representar espécies (seres humanos). (Younkins, 2020).

Conclusão

Definiu-se aqui o politicamente correto como a linguagem do “mimimi”. Essa linguagem que diz ter como objetivo o respeito às minorias e a inclusão social é apenas um disfarce, disfarce esse que tem como papel encobrir e distorcer a realidade. Essa distorção é usada na maioria esmagadora das vezes para mascarar ações e ideias que se fossem colocadas em uma linguagem popular e acessível sofreriam críticas da maioria das pessoas
que elas atingem. Muitas vezes, usam dessa linguagem para distorcer completamente uma narrativa, na tentativa de esconder por exemplo a corrupção e a ditadura apoiadas por esses grupos. Defensores da democracia apenas quando lhes convém, os usuários do politicamente correto preferem apenas uma coisa: estar sempre certo, e quando for questionado quanto às suas percepções não usarem argumentos pautados na realidade, mas sim romantizar os temas e colocar aqueles que falam pautados na realidade como opressores dos mais fracos.

Referências

ADORNEY, Julian. O politicamente correto ataca um direito humano básico: a liberdade de pensamento e de expressão. Disponível em: https://www.mises.org.br/article/2866/o-politicamente-correto-ataca-um-direito-humano-basico-a-liberdade-de-pensamento-e-de-expressao. Acesso em: 13/07/2020.

BANDEIRA, Luiza. De onde vem o ‘politicamente correto’. E quais suas conotações. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/01/14/De-onde-vem-o-%E2%80%98politicamente-correto%E2%80%99.-E-quais-suas-conota%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 13/07/2020.

DIMENSTEIN, Gilberto. Aprenda o que é o politicamente correto antes de falar bobagem. Disponível em: https://catracalivre.com.br/dimenstein/aprenda-o-que-e-o-politicamente-correto-antes-de-falar-bobagem/. Acesso em: 14/07/2020.

GUGLINSKI, Vitor. Ser ou não ser politicamente correto, eis a questão. Disponível em: https://vitorgug.jusbrasil.com.br/artigos/121936230/ser-ou-nao-ser-politicamente-correto-eis-a-questao. Acesso em: 15/07/2020.

MARANGONI, Afonso. ‘Politicamente correto’ se dissemina como vírus fora de controle. Disponível em: https://revistaoeste.com/politicamente-correto-se-dissemina-como-virus-fora- de-controle/. Acesso em: 14/07/2020.

MARTINS, Elisa. Estudiosa do politicamente correto afirma que ele não existe. É um “inimigo imaginário”. Disponível em: https://epoca.globo.com/estudiosa-do-politicamente-correto-afirma-que-ele-nao-existe-um-inimigo-imaginario-23374222. Acesso em: 13/07/2020.

SAHD, Luiza. O que temos a perder com o politicamente correto? Disponível em: https://luizasahd.blogosfera.uol.com.br/2019/01/23/o-que-temos-a-perder-com-o-politicamente-correto/. Acesso em: 14/07/2020.

SARAIVA, Rayam. Politicamente correto: o mundo está chato ou paramos no tempo? Disponível em: https://uaiz.opopular.com.br/blog/politicamente-correto-o-mundo-esta-chato-ou-paramos-no-tempo. Acesso em: 13/07/2020.

YOUNKINS, Edward. O politicamente correto ameaça uma sociedade livre. Tradução de: Matheus Pacini. Disponível em: https://objetivismo.com.br/artigo/o-politicamente-correto-ameaca-uma-sociedade-livre#_ftn1. Acesso em 13/07/2020.

Sobre o autor
Adriel Natã de Magalhães

Estudante de Direito.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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