Antes, uma história:
O ano era 2014 ou 2015 e eu trabalhava em um escritório, ganhava mal e não tinha benefícios.
O escritório tinha apenas um único cliente, um Banco.
Por vezes tínhamos que fazer 20, 30 audiências de juizado especial cível no mesmo dia. Em todas, eu procurava manter a cordialidade e a educação: da primeira até a última:
“Bom dia doutor (a)! Como vai? Muito prazer, meu nome é Gabriela (aperto de mão, na época não tínhamos o COVID). Hoje trouxemos a proposta de R$ xxx,xx mais a obrigação de fazer y, será que conseguimos por fim a essa lide nesses termos?”
Os advogados dos autores e até mesmo os juízes pensavam que eu ganhava mais, ou tinha mais benefícios por toda a forma de conduzir a audiência. Mas não.
Então, por quê?
Porque naquele momento, dentro daquela sala, representando aquele cliente eu sou parte da Justiça. E a experiência que as partes terão será como elas enxergarão o Poder Judiciário como um todo.
Vejo muitos colegas e até mesmo prepostos utilizando celular na mesa de audiência, jogando joguinhos, whatsapp, lendo notícias. Ah pronto, então agora é proibido? Não! Proibido não é, mas em minha opinião torna todo o ato vil.
Descredencia o status da Justiça, ali mesmo na mesa de audiência. O juiz pode dar a melhor sentença do mundo, fundamentada e justa, porém se os advogados que lá estiveram presentes não tiverem sido sérios e sensatos, a impressão para as partes será sempre de que o Poder Judiciário é “uma bagunça”.
Então colega advogado, o Poder Judiciário é você, sou eu.
Não adianta só reclamar.
Vendemos, também, a experiência da Justiça.
O resultado do processo não depende do advogado, mas a experiência que o cliente terá durante o seu curso sim.