A Gênese da comunidade é muito importante, pois podemos chegar ao verdadeiro significado de seu termo. Podemos, a partir da sua Gênese, reconhecer que vivemos em comunidade.
Nas suas primícias, nos tempos remotos, do início da caminhada do ser humano sobre a Terra, já existia comunidade, que vem da palavra latina comunitas, que siginifica algo comum a todos, ou estado das coisas comuns.
A palavra grega Koinós tem o significado certo para expressar o que quero dizer. A Gênese humana, os primeiros homo sapiens compartilhavam do meio onde viviam, ainda que em estado de não civilidade.
É necessário explicar que, provavelmente, nossos primeiros antepassados viviam em um estado inicial dentro da comunidade que formavam chamado de polêmico. Neste estado, inicialmente, o homem passou por uma alternância muito peculiar: em estado polêmico, o sentimento do homem alternava entre o medo e a indiferença. Esse sentimento era tanto de um a respeito do outro quanto do meio.
O primeiro agrupamento humano que existiu, foi a proto-família. Uma familia pequena, normalmente de coletores. Homem e mulher sempre viveram juntos.
Desde sempre o ser humano tem o outro, mas ainda não consegue pensar em outra coisa senão no seu institnto de auto-preservação. A força é usada por mecanismo de repulsa desse instinto.
Desde que existe, o homo sapiens é autonômo, graças à sua boa estrutura física e capacidade racional de inteligir. Graças a isso, consegue sobreviver em um mundo que se mostra inóspito e repleto de perigos. Mesmo assim é bem sucedido nesta primera fase da comunidade: o período polêmico.
Com a passagem das eras, as condições de vida na comunidade primitiva passam a se tornar repetitivas. E isso faz o ser humano desenvolver o que viria a ser a sua mais importante capacidade: aprender. Assim, o ser humano supera a alternância do medo e da indiferença.
É neste momento que inicia-se a próxima fase da comunidade. Fase esta longa e que perdura até os dias de hoje.
É a fase da associação. Divididos entre o medo e a indiferença, o ser humano passa a unir-se um com o outro. Ele se transforma. Assume outra consciência.
Na associação, há um problema que não tem solução: a violência. É o que resultou desde sempre. O resultado das associação é a preponderância do maior sobre o menor, ou do grupo que se forma e submete o outro. Isso é uma coisa quase que sem final, pois houve várias construções que derivam da associação que estão estabelecidas e até mesmo institucionalizadas. O Estado é uma construção dos homens que se unem por um propósito comum.
Nesta fase é um período de muitas transformações. O homo sapiens passa por um grande amadureciemento. Ele se torna muito heterogêneo. Essa heterogeneidade criou o que conhecemos por cultura.
Essa nossa digressão tem um objetivo: rever as bases nativas da humanidade e assentarmos um entendimento a respeito das origens do que seja comum.
Assim, nóe temos hoje Koinós sendo a multiplicidade de elos sociais estabelecidos por meio de uma relação de confiança, solidariedade, que vem a ser um pathos.
É uma auto-descoberta de pertencer não mais a uma sociedade hierarquizada, com comandos ilegítimos, com classes de seres humanos e arbitrariedades.
Esse é o final da vida em associação de interesses. Pois ainda é verdadeiro dizer que a associação é conduz, muitas vezes a injustiças, muitas vezes institucionalizada e aceita de maneira passiva.
Portanto, evolutivamente, estamos nos encaminhando, neste primeiro quarto de século XXI para a integração comunitária. A ultima fase conhecida da comunidade.
Ainda sabemos pouco sobre a fase de integração comunitária, mas é possível inferir que nesta fase, as pessoas experimentam o fim da injustiça determinada pela força e por um suposto domínio.
Essa fase caracteriza-se finalmente como um estado de paz, liberdade e crescimento da humanidade, que ainda está para florescer.