Filosofia no Brasil

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No presente artigo procuro mostrar a origem da filosofia no Brasil e os avanços em nossa Nação sobre essa Ciência, um país que carrega o positivismo em sua Bandeira. O trabalho também apresenta nomes de grandes filósofos Brasileiros...

Palavras – chave: Filosofia; Brasil; Positivismo; Filosofia Brasileira

Filosofia No Brasil

No presente artigo procuro mostrar a origem da filosofia no Brasil e os avanços em nossa Nação sobre essa Ciência, um país que carrega o positivismo em sua Bandeira, o trabalho também apresenta, nomes de grandes filósofos Brasileiros que devem ser estudados e reconhecidos por seus grandes feitos.

Origem da Filosofia no Brasil

   Desde o nosso primeiro contato com a filosofia, muitas são as questões acerca dos avanços em nossa nação sobre essa ciência.

Muito além dos pensadores do eixo europeu França Alemanha e Inglaterra, fugindo também dos estudos norte americanos e dos pensadores da Grécia Antiga, é errôneo pensar que não tem nada que se refere ao setor filosófico Brasil.

Há quase todo momento uma nova ideia filosófica surge em nosso território e os intelectuais nessa área não só existem, como apresentam as suas teorias já há muito tempo e com uma denotada frequência. 

   A tradição do pensamento filosófico foi pela primeira vez ‘sentida’ pelos brasileiros por meio dos padres jesuítas, os jesuítas eram os responsáveis pela educação e catequese dos povos das colônias procurando sempre propagar e fortalecer a fé cristã. Em uma carta Pe. Anchieta relatou as atividades exercidas no Brasil: 

“..., mas, embora o nosso principal cuidado fosse ensinar e inculcar a eles os rudimentos da fé, também lhes ensinavam as letras; pois eram de tal modo aficionados a aprender a doutrina, que na mesma ocasião eram levados a aprender a doutrina da salvação; davam conta daquilo que pertencia à fé, instruídos segundo algumas fórmulas de interrogações (catecismo), alguns até sem elas...”(Lukács,I,1965:614-5 in SCHMITZ.1994. p.48). 

Como se pode observar, os jesuítas exerciam, de certa forma, uma espécie de teoricismo, que suscitava assim um monopólio do pensamento e afastava Portugal das contribuições do movimento científico da época, com Descartes, Bacon, Galileu e outros. 

   A educação estava, na época oferecendo aos filhos das famílias mais influentes e de posses do território brasileiro, uma educação clássica, humanista e acadêmica, alicerçada por um humanismo cristão-filosófico, e sustentado por uma política religiosa cujo

“objetivo era deter o avanço protestante em duas frentes: a) através da educação das novas gerações; b) por meio da ação missionária, procurando converter à fé católica os povos das regiões que estavam sendo colonizadas”.(PILETTI, 2003, p. 33). 

         Para Paim depois de sua expulsão até a Independência, a Educação voltou se:

“de um lado para a formação meramente científica e, de outro, ao que se supõe em proporções deveras limitadas, pela frustração do empenho modernizador capitaneado por Pombal, para as ideias políticas trazidas à baila pelas Revoluções Americana e Francesa” (PAIM, 1967, p. 23; ideias correção nossa).

   Enquanto no Brasil a dedicação dos Jesuítas estava centrada na conquista de povos e na sua catequização, em Portugal e Espanha a Companhia de Jesus se estruturava e tomava forças, organizando cursos, programas de ensino, métodos e disciplinas, os estudos eram divididos em inferiores e universitários.

As regras para esses estudos, especialmente a partir do século XVII, estavam registradas na Ratio Studiorum, as quais deviam ser cumpridas sem desvio algum, muito menos questionadas.

Uma das regras que orientavam o Ensino de Filosofia afirmava que a função do professor de Filosofia devia proceder de modo a preparar os ouvintes para a Teologia

[...] que o professor de Filosofia (a não ser que uma necessidade muito grave exija coisa diferente) não só tenha concluído o curso de Teologia, mas ainda o tenha repetido por dois anos, a fim de estar mais seguro da respectiva doutrina e de melhor poder servir à Teologia. Se alguns forem amigos de novidade ou de espírito demasiado livre, devem ser afastados sem hesitação do serviço docente (PAIM, 1967, p. 28).

Existia uma censura onde o professor de filosofia estava preso as regras, sendo obrigado a lecionar apenas o programado, com isso ocorria o Ensino de Filosofia, subjugando as possibilidades do filosofar, pois o próprio plano educacional determinava o não questionamento.

Durante a colonização, e persistindo por um longo tempo ainda, era a de difundir ideias filosóficas que interessavam às condições políticas e sociais naquele momento a estruturação e elaboração de ideias a serem repassadas já chegavam prontas ao Brasil.

   No Brasil ocorreu uma grande falha na questão de publicações e expansões intelectuais, devido a questões financeiras, onde muitos não tinham recursos suficientes e os estudiosos com boas condições financeiras, buscavam as universidades europeias, além da censura e precariedade intelectual. 

A Filosofia no Brasil começa a surgir no período colonial e nos seminários, mas é cercada de tratamento eclesial e teológico, originando-se de quatro características fundamentais: o objeto do filosofar, ainda que tratasse de problemas éticos e ontológicos, nem sempre era distinto dos de ordem teológica; a orientação metodológica estava submissa aos poderes da razão e inferências formais; o sentido das pesquisas nada apresentava de peculiar e próprio, obedecendo ao sistema tradicional de ideias, repetindo as; por fim, na atitude dos filósofos predominava a tranquila confiança às verdades ensinadas.

Durante o século séculos XVII e XVIII não foi possível uma consolidação do pensamento brasileiro, pelo fato de que as obras com maiores destaques eram de caráter descritivo, que demonstrava supostos valores do Brasil para a Coroa Portuguesa, predominava a impossibilidade da discussão filosófica do pensamento brasileiro a partir de uma realidade própria.

   Foi no período Imperial no século XIX que a vinda da Corte Portuguesa, trouxe atenção ao espaço intelectual e cultural para o Brasil, mudanças que proporcionou instrumentos que favoreceram o desenvolvimento cultural e, consequentemente, o florescimento intelectual, os quais são: a Imprensa Régia, a Biblioteca e as Escolas Superiores.

Ainda que inicialmente elitizadas, essas instituições propiciaram nova era para o pensamento brasileiro. Porém somente na segunda metade do século XIX, que houve uma enorme mudança a partir do segundo reinado.

Inicialmente com a introdução dos pensamentos de influência filosofia alemã. A partir desse momento a Faculdade de Direito de Recife se tornou o polo principal do positivismo entre os intelectuais do Brasil, conhecido como Escola do Recife.

   Terão destaques desse grupo Tobias Barreto que vai tentar trazer influência da filosofia alemã herdeira do kantismo. Teórico do monismo evolucionista, Barreto sofreu profundas influências do naturalista Ernst Heckel. Essa Escola do Recife será uma forma do positivismo heterodoxo advogado por Émile Littré e isso repercutirá em diversos pensadores como: Silvio Romero, Clóvis Beviláqua, o historiador Capistrano de Abreu, o médico Luís Pereira Barreto, Ivan Monteiro de Barros Lins e por Alberto Sales entre diversos outros bacharéis.

O positivismo foi a que mais teve repercussão no meio do pensamento brasileiro e na educação, A razão fundamental desse fato radica se na preexistente tradição cientificista que se iniciou com as reformas pombalinas, à luz das quais se estruturou todo o sistema de ensino superior, em bases que privilegiavam a ciência aplicada e a instrução estritamente profissional.

As ideias positivistas se faziam sentir nas escolas e notava se o interesse pela ciência. No método positivista, buscava se renovação dos padrões da nossa cultura e libertar a inteligência brasileira da tutela eclesiástica.

   Em 1891, Benjamin Constant decretou uma reforma, que consistia na gratuidade do ensino primário, na liberdade e laicidade do ensino.Na escola primária, notava se a influência das ideias Positivistas.

O Evolucionismo também deixou suas marcas na História da Educação Brasileira, pois, estava ligado ao Positivismo. Ele acentuava a relevância das ciências no pensamento europeu e nacional.

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O Positivismo, no Brasil, teve, ainda, mais algumas manifestações, a saber: a ortodoxa, a ilustrada, a política e a militar. Vale ainda ressaltar, que ele foi vigorosamente criticado, pela corrente denominada “Escola de Recife”, os germanistas.

   O fundador e maior representante dessa escola foi Tobias Barreto, bem como outras figuras dignas de menção, foram: Sílvio Romero, Clóvis Beviláqua, Graça Aranha e outros...

Os pensadores dessa escola protagonizaram uma clara reação contra as duas formas de pensamento que dominavam o panorama filosófico nacional no final do século XIX: O Ecletismo Espiritualista e o Positivismo

   Na “Escola de Recife”, buscava-se uma fundamentação de tipo transcendental, não só para o conhecimento em geral, mas também, para toda a ação humana não há como imaginar a filosofia no Brasil, pelo menos no século XIX e início do XX sem mencionar o positivismo, assim, a partir da segunda metade do século XX a filosofia passa a ter sua primeira onda de intelectuais acadêmicos legitimamente ligados à filosofia. 

Toda essa balburdia que rolou no último século, juntamente com a necessidade de se justificar a necessidade de uma Filosofia dentro das escolas, inspirou uma geração inteira de intelectuais a pensarem (ou repensarem) a ideia de uma Filosofia no Brasil.

   Entre as pessoas que lutaram para aplicar a filosofia no Brasil, está Marilena Chauí. Marilena, Filosofa Brasileira que com um estilo próprio de reflexão sobre as questões políticas, sociais e culturais discute os problemas da realidade nacional, além de manter uma intensa e frequente atuação no âmbito intelectual e político Brasileiro.

Além de Marilena Chauí a filosofia no Brasil ganhou muitos nomes:

• Mário Ferreira dos Santos desenvolveu uma obra com mais de 100 volumes em que a ‘filosofia concreta’ é o grande destaque. Segundo o filósofo, nós precisamos analisar cada uma das ciências como ética, matemática, política para depois reunir as mesmas em um único conjunto de conhecimentos.

• Mario Sérgio Cortella Esse filósofo e professor universitário, é Professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e de pós-graduação em Educação da PUC.

• Miguel Reale o filósofo foi responsável por associar os fundamentos da filosofia com a teoria tridimensional do direito. Sendo assim, ele impulsionou discussões acerca de ambos os temos, apresentando que o direito deve se valer de três diferentes dimensões: o valor, a norte e o próprio fato, que precisa ser analisado por meio de retórica social e histórica.

• Denis Lerrer Rosenfield Rosenfield um filósofo brasileiro, professor universitário, escritor, sua tese de Doutorado, denominada “Política e Liberdade em Hegel”, virou livro e foi publicado em português e francês. ainda hoje é uma obra de referência sobre a Filosofia Política de Hegel, constituindo se no primeiro livro a abordar as relações entre a Ciência da Lógica e a Filosofia do Direito de Hegel.

• Gerd Bornheim foi um dos nomes fundamentais para inserir a filosofia no Brasil, uma vez que discorreu sobre uma grande variedade de temas até mesmo sobre o que é o ato de filosofar, sendo o termo relacionado com a própria interioridade do indivíduo. Além disso, ele também era crítico acerca da necessidade de criar se uma filosofia nacional.

• Outros nomes da filosofia são: Henrique Cláudio de Lima, Sérgio Paulo Rouanet, Fernando de Arruda Campos, Hilton Ferreira Japiassu, José Arthus Giannotti, Marilena Chauí, Olavo de Carvalho, Roberto Romano, Paulo Ghiraldelli Jr. e outros. 

Bibliografia

A FILOSOFIA NO BRASIL (recantodasletras.com.br)   Acesso: 16/10/21

Conheça os 11 filósofos brasileiros contemporâneos mais conhecidos - https://www.ebiografia.com/principais_filosofos_brasileiros_contemporaneos/Acesso: 16/10/21

Disciplinarum Scientia. Série: Ciências Sociais e Humanas, Santa Maria, V.2, n.1, p.1-13, 2001TRAJETÓRIA DO ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL 1 http://docplayer.com.br/4332548-Trajetoria-do-ensino-de-filosofia-no-brasil-1.html Acesso: 16/10/21

Filosofia no Brasil e seus autores - Resumo de Filosofia para o Enem https://cursoenemgratuito.com.br/filosofia-no-brasil/ Acesso: 16/10/21

Filosofia no Brasil | Resumo Escolar https://cursoenemgratuito.com.br/filosofia-no-brasil/ Acesso: 16/10/21

Revista filosófica de Coimbra vol.20- 39 março 2021 https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/filosofia-no-brasil/ Acesso: 16/10/21

Vista do O ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL: HISTÓRIA E PERSPECTIVAS PARA O ‘FILOSOFAR’ https://journal.unoeste.br/index.php/ch/article/view/487/963  Acesso: 16/10/21

Sobre os autores
Gleibe Pretti

Pós Doutorado na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina- nota 6 na CAPES), com término em 2023, com a pesquisa focada na Arbitragem nas relações trabalhistas (Sua aplicação como uma forma de dar maior celeridade na solução de conflitos com foco, já desenvolvido, na tese de doutorado, contrato procedimento - Vertragsverfahren) Doutor no Programa de pós-graduação em Direito da Universidade de Marília (UNIMAR- CAPES-nota 5), área de concentração Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e Mudança Social, com a tese: APLICAÇÃO DA ARBITRAGEM NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS, COMO UMA FORMA DE EFETIVIDADE DA JUSTIÇA (Concluído em 09/06/2022, aprovado com nota máxima). Mestre em Análise Geoambiental na Univeritas (UnG). Pós-graduado em Direito Constitucional e Direito e Processo do Trabalho na UNIFIA-UNISEPE (2015). Bacharel em Direito na Universidade São Francisco (2002), Licenciatura em Sociologia na Faculdade Paulista São José (2016), Licenciatura em história (2016) e Licenciatura em Pedagogia (2018) pela Uni Jales. Coordenador do programa de mestrado em direito da MUST University. Atualmente é Professor Universitário na Graduação nas seguintes faculdades: Centro Universitário Estácio São Paulo, Faculdades Campos Salles (FICS) e UniDrummond. UNITAU (Universidade de Taubaté), como professor da pós graduação em direito do trabalho, assim como arbitragem, Professor da Jus Expert, em perícia grafotécnica, documentoscopia, perícia, avaliador de bens móveis e investigador de usucapião. Professor do SEBRAE- para empreendedores. Membro e pesquisador do Grupo de pesquisa em Epistemologia da prática arbitral nacional e internacional, da Universidade de Marília (UNIMAR) com o endereço: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2781165061648836 em que o líder é o Prof. Dr. Elias Marques de Medeiros Neto. Avaliador de artigos da Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Editor Chefe Revista educação B1 (Ung) desde 2017. Atua como Advogado, Árbitro na Câmara de Mediação e Arbitragem Especializada de São Paulo S.S. Ltda. Cames/SP e na Secretaria Nacional dos Direitos Autorais e Propriedade Intelectual (SNDAPI), da Secretaria Especial de Cultura (Secult), desde 2015. Especialista nas áreas de Direito e Processo do Trabalho, assim como em Arbitragem. Focado em novidades da área como: LGPD nas empresas, Empreendedorismo em face do desemprego, Direito do Trabalho Pós Pandemia, Marketing Jurídico, Direito do Trabalho e métodos de solução de conflito (Arbitragem), Meio ambiente do Trabalho e Sustentabilidade, Mindset 4.0 nas relações trabalhistas, Compliance Trabalhista, Direito do Trabalho numa sociedade líquida, dentre outros). Autor de mais de 100 livros na área trabalhista e perícia, dentre outros com mais de 370 artigos jurídicos (período de 2021 a 2023), em revistas e sites jurídicos, realizados individualmente ou em conjunto. Autor com mais produções no Centro Universitário Estácio, anos 2021 e 2022. Tel: 11 982073053 Email: [email protected] @professorgleibepretti

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