OS IMPACTOS DA LGPD NA GESTÃO CONDOMINIAL:

Resumo:


  • A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se aplica aos condomínios, que lidam com dados pessoais de condôminos, funcionários, visitantes e colaboradores.

  • É importante que os gestores condominiais estejam atentos às disposições da LGPD para evitar riscos de demandas judiciais e garantir a privacidade e segurança dos dados.

  • Adequar-se à LGPD não é apenas uma obrigação legal, mas uma forma de demonstrar transparência e boa-fé no tratamento dos dados pessoais, evitando problemas futuros.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

A gestão de um Condomínio não é tarefa fácil. É necessário ser um pouco administrador, advogado, contador e algumas vezes psicólogo. Os síndicos, sejam eles orgânicos ou profissionais enfrentam, diariamente, diversos desafios e inúmeros problemas.

Um Condomínio, seja qual for o seu porte, deverá se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A Lei visa proteger os dados pessoais de todas as pessoas físicas. Um condomínio é formado de pessoas (que são os condôminos). Não devemos esquecer também do quadro de empregados do Condomínio, visitantes e colaboradores que também são pessoas físicas. Logo, a LGPD se aplica aos Condomínios.

Sendo assim, um bom gestor condominial deve estar atento ao que está disposto na LGPD, lembrando que ela é uma Lei Geral que poderá ser aplicada também de forma subsidiária, conforme o caso concreto. O direito à privacidade e à intimidade também estão previstos em outros ordenamentos jurídicos como o Código Civil no artigo 20 e 21, na nossa Constituição Federal no art. 5º inciso X (proteção à intimidade, à honra e à imagem), no Código de Defesa do Consumidor no artigo 43 e seus incisos (acesso à informação dos consumidores) e em outras leis.

Um Condomínio ao ter câmeras instaladas ou sistema de biometria deve dar ciência, a todos que estejam sendo filmados ou tendo suas biometrias coletadas de como essas imagens e dados biométricos, que são dados pessoais sensíveis para a LGPD, serão tratados, desde a coleta até o descarte.

Outro exemplo da importância da adequação é evitar o risco de futuras demandas judiciais não só pelos titulares de dados, mas também por funcionários do Condomínio ou visitantes. A LGPD não veio para prejudicar negócios nem acarretar mais despesas a um condomínio.

Muito pelo contrário, ela veio para regulamentar direitos que já existiam de forma mais ampla e direcionada. O tratamento dos dados pessoais não está proibido. O que tem que ser feito por um bom gestor condominial é tomar medidas preventivas e tratar os dados de seus condôminos, funcionários, visitantes e colaboradores de forma legítima. Tratar os dados somente se houver uma razoabilidade, proporcionalidade, necessidade e principalmente uma finalidade.

Um condomínio ao coletar dados desnecessários vai estar sujeito a responder administrativamente junto à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por fiscalizar e regulamentar a aplicação da LGPD e em Juízo, caso algum condômino ou funcionário venha a questionar seus direitos, que estão expressos na LGPD nos artigos 17 e 18 da LGPD. 

O gestor condominial deve estar atento e cumprir a LGPD, adequando-se, mesmo que seja aos poucos para não onerar o Condomínio. Relatórios devem ser feitos para que possa ser comprovada a adequação do Condomínio, assim como já existem os relatórios de débitos por exemplo.

Sendo assim, demonstrar a boa-fé e a transparência no tratamento dos dados pessoais dos condôminos, funcionários, visitantes ou colaboradores fará toda a diferença no caso de eventual incidente de segurança como o vazamento de dados pessoais ou até mesmo uso indevido desses dados, seja no meio físico ou digital.

Sobre os autores
Ieda

Iêda Lopes, advogada, militante na área de Direito Imobiliário e Condominial, Direito do Consumidor e Consultoria em Privacidade e Proteção de Dados, Pós-graduada em Direito Imobiliário, Pós-graduanda em Proteção de Dados e Privacidade, Membro da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/RJ, da Comissão de Direito Condominial da ABA RJ, Conselheira da OAB Méier/RJ e Anfitriã do Podcast da Escola Aberta de Direito Contemporâneo (EADC). Atua como advogada e consultora no Escritório Vasquez, Lopes & Santoro, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

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