Filosofia do direito: filosofia cristã

23/11/2021 às 15:25
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Filosofia do direito

Jürgen Habermas (Düsseldorf18 de junho de 1929) é um filósofo e sociólogo alemão que participa da tradição da teoria crítica e do pragmatismo, sendo membro da Escola de Frankfurt. Dedicou sua vida ao estudo da democracia, especialmente por meio de suas teorias do agir comunicativo (ou teoria da ação comunicativa), da política deliberativa e da esfera pública. Ele é conhecido por suas teorias sobre a racionalidade comunicativa e a esfera pública,[1] sendo considerado um dos mais importantes intelectuais contemporâneos.

Associado à Escola de Frankfurt, tendo sido assistente de Theodor Adorno, coopera com este na crítica ao positivismo lógico, especialmente à influência deste na sociologia. Desenvolve sua teoria dos interesses cognitivos, em sintonia com o pensamento de Herbert Marcuse, especialmente em relação ao interesse emancipatório. Desde o início, sua obra transita ao redor da categoria da interação.

O trabalho de Habermas trata dos fundamentos da teoria social e da epistemologia, da análise da democracia nas sociedades sob o capitalismo avançado, do Estado de direito em um contexto de evolução social (no qual a racionalização do mundo da vida ocorre mediante uma progressiva libertação do potencial de racionalidade contido na ação comunicativa, de modo que a ação orientada para o entendimento mútuo ganha cada vez mais independência dos contextos normativos) e da política contemporânea, particularmente na Alemanha.

Pensamentos

Em geral, é considerado como o principal herdeiro das discussões da Escola de Frankfurt, uma das principais correntes do teoria crítica. Habermas procurou, no entanto, superar o pessimismo dos fundadores da Escola, quanto às possibilidades de realização do projeto moderno, tal como formulado pelos iluministas - como foi, em especial, criticado por Adorno e Horkheimer em "Dialética do Esclarecimento". Profundamente marcados pelo desastre da Segunda Guerra Mundial, Adorno e Horkheimer consideravam que existia um vínculo primordial entre conhecimento racional e dominação, o que teria determinado a falência dos ideais modernos de emancipação social.

Suas investigações ultrapassam as fronteiras alemãs com as discussões sobre a Esfera Pública. Habermas advoga, na obra "Mudanças Estruturais da Esfera Pública", que a opinião pública burguesa é influenciada pela mídia, porém é fundamental para a participação crítica dos cidadãos nas democracias modernas. Desenvolve, após esta reflexão, uma análise dos limites dos sistemas de legitimação do capitalismo avançado, na obra "Crise de Legitimação do Capitalismo Tardio", na qual empreende diálogo com a teoria de Claus Offei.

Agir Comunicativo

Suas investigações epistemológicas, em dissonância com o positivismo lógico, o levam a elaborar o conceito de interesses epistemológicos, nomológicos, práticos e emancipatórios, dentre os quais o último é de especial interesse para seus desenvolvimentos teóricos posteriores. Desenvolve aquela pesquisa, sobretudo, na obra "Conhecimento e Interesse". Para recolocar o potencial emancipatório da razão, Habermas adota a pragmática da linguagem, em diálogo com a virada linguística da filosofia analítica anglo-saxã. Desenvolve o conceito de competência comunicativa, em diálogo com Noam Chomsky e John Austin, dentre outros filósofos. Deste decorrerá, em sua obra-prima "A teoria do agir comunicativo", o conceito de agir comunicativo. Habermas desenvolveu a teoria da ação comunicativa a partir de seu diálogo constante com autores de uma ampla gama de linhas teóricas. Ele incorporou uma série de temas e contribuições que foram desenvolvidos pelo funcionalismo, pela fenomenologia, pelo marxismo e pela própria teoria crítica da Escola de Frankfurt, sua matriz original. Mesmo tendo essa teoria um acentuado caráter interparadigmático, fica clara a autenticidade do pensamento de Habermas, que contribuiu para a análise das teorias da comunicação mediante um processo rico de incorporação e superação.

Na orientação para o sucesso, o indivíduo persegue os seus interesses individuais, organizando uma estratégia baseada nas conseqüências de suas ações. Para alcançar seus objetivos, vale influenciar outros indivíduos, por meio de armas, bens, ameaças e seduções. E em qualquer eventual cooperação, cada indivíduo só está interessado no que pode ganhar individualmente com isso. Chamaremos esse tipo de ação de ação estratégica.

Habermas defende, como proposta para a sociedade, que transitemos progressivamente da ação estratégica para a ação comunicativa. Nesse tipo de ação, a orientação deixa de ser exclusivamente para o sucesso individual, e passa a se denominar como orientação para o entendimento mútuo. Nesse novo âmbito, os atores procuram harmonizar seus interesses e planos de ação, através de um processo de discussão, buscando um consenso. Nota-se que, embora os dois tipos de orientação possuam a marca da racionalidade humana, a grande diferença é que, na ação estratégica a definição da finalidade não abre espaço para ouvir os argumentos dos outros, enquanto no agir comunicativo há um espaço de diálogo, em que se pensa em conjunto sobre quais devem ser os melhores objetivos a serem buscados por um grupo social. O entendimento mútuo, provindo do agir comunicativo, será um importante facilitador da coordenação de ações, e servirá de base para a defesa da democracia no cenário político, com a crítica da repressão, censura e de outras medidas que não propiciam o diálogo dentro da sociedade.

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Nome: Gabriel Nascimento

Professor: Gleibe

Filosofia Cristã

O termo filosofia cristã diz respeito a uma corrente do pensamento filosófico que tenta conciliar razão e fé na produção de conhecimento sobre o mundo. Essa doutrina filosófica teve os padres cristãos como principais filósofos. Eles tentavam explicar a existência divina através da ciência. E, paralelo a isso, instrumentalizavam o processo de evangelização, convertendo os chamados pagãos à doutrina cristã.

O surgimento da filosofia cristã coincide com a dissolução do Império Romano. Nesse contexto, além da estrutura política e de governo, foram dissolvidas as próprias instituições e, com isso, os centros onde aconteciam a difusão da cultura também foram desagregados. É a partir desse momento que entram em ação os primeiros filósofos considerados cristãos, cuja produção intelectual filosófica baseia-se nos dogmas do cristianismo sem questioná-los.

O que prega a filosofia cristã?

Com a dissolução do Império Romano, os representantes da filosofia cristã vão tentar estabelecer uma relação harmônica entre a estrutura racional de pensamento deixada como herança greco-romana e o pensamento cristão. Nesse contexto, ao mesmo tempo em que eles partem da fé como instrumento para compreensão da realidade, a própria fé serve como mecanismo de limitação aos questionamentos que poderiam ser empreendidos na busca de conhecimento. 

Desse modo, a fé age como uma faca de dois gumes e estabelece uma relação paradoxal e limitadora dentro da filosofia cristã. A verdade dos dogmas são admitidas, mas não questionadas. Elas servem apenas como instrumentos de qualificação da argumentação racional para as evidências da explicação de Deus. Contudo, para os filósofos cristãos a concepção acerca da fé nesse contexto era de que ela atuava como definidora das metas a serem alcançadas, ao mesmo tempo em que evitava a ocorrência de falhas no processo de investigação

Apesar da existência dessa estrutura central no pensamento expresso pela filosofia cristã, é possível identificar conflitos relacionados à hierarquização entre razão e fé dentro dessa corrente filosófica. Esses conflitos são refletidos na existência de, ao menos, três correntes distintivas das concepções filosóficas existentes. São elas: 

(1) Expressa pela máxima Creio porque absurdo, essa corrente congrega os pensadores que acreditavam na impossibilidade de conciliar fé e razão. Por esse motivo, os filósofos que integram essa corrente adotam uma perspectiva de subjugação da razão em detrimento da exaltação da fé; 

(2) Na segunda corrente, encontramos os filósofos otimistas acerca da possibilidade de conciliar fé e razão. Contudo, a razão ainda aparece subordinada à fé. Creio para compreender é a máxima que os representa;

(3) Por fim, temos os pensadores que reconhecem a impossibilidade de conciliar a crença dogmática e a produção racional de conhecimento e, por assim entender, defendem que ambas devem ser tratadas de maneira isolada. Desse modo, cada uma teria seu campo próprio. Esses filósofos são representados pela máxima Compreender para crer

As principais doutrinas 

O pensamento estruturado pelos padres cristãos insere, na filosofia, conceitos e ideias intrínsecas ao cristianismo, a exemplo do criacionismo como explicação para criação do mundo; as ideias de pecado original, possibilidade de ressureição dos mortos e juízo final; e a Santíssima Trindade (pai, filho e Espírito Santo) como formas de expressão de Deus. Também são doutrinas da filosofia cristã: 

  • A concepção de que a perfeição humana deve ser alcançada através da completa entrega à Providência Divina; 

  • A separação entre Deus e o mundo material; 

  • A crença na existência de divindade no humano, que se localiza na alma; 

  • A fé na Providência Divina como controladora de todos os processos. 

Os filósofos cristãos 

Os primeiros e principais nomes da filosofia cristã são São Paulo, São JoãoSanto AmbrósioSanto Eusébio e Santo Agostinho. É com as pregações de Paulo de Tarso (São Paulo) que tem início a estruturação dessa doutrina filosófica. Ele defendia que os ensinamentos deixados por Jesus Cristo deveriam ser compartilhados com todas as pessoas, não somente com os Judeus. Seu argumento era o de que Deus havia criado os homens à sua imagem e semelhança, logo todos estavam inseridos nos propósitos da fé cristã. 

As pregações feitas pelo apóstolo recebem o nome de Epístola Paulinas e compõem os livros do Novo Testamento que levam o seu nome. Na Idade Média, têm destaque os nomes de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O primeiro apresenta a ideia de que existe uma instância no indivíduo em que reside a consciência moral e o livre arbítrio. O segundo é o autor da obra Suma Teológica, onde organiza os princípios que regem a teologia cristã. 

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-crista

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