RESENHA DO LIVRO JUSTIÇA: PENSANDO ALTO SOBRE VIOLÊNCIA, CRIME E CASTIGO

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RESENHA DO LIVRO

JUSTIÇA: PENSANDO ALTO SOBRE VIOLÊNCIA, CRIME E CASTIGO

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SOARES, Luiz Eduardo. Justiça: pensando alto sobre violência, crime e castigo/ Luiz Eduardo Soares. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. 196 páginas.

RESENHA

O autor Luiz Eduardo Soares é professor licenciado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do curso de pós-graduação em Gestão e Políticas Públicas de Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá. Foi professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IPERJ), da Universidade Cândido Mendes (UCAM) e da Universidade Federal de Campinas (UNICAMP); pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER); e visiting scholar do Vera Institue of Justice , de Nova York, da Harvard University, da Columbia University, da University of Virginia e da University of Pittsburgh. Foi secretário nacional de Segurança Pública e coordenador de segurança, justiça e cidadania do estado do Rio de Janeiro; consultor da prefeitura de Porto Alegre, responsável pelo seu primeiro Programa Municipal de Prevenção da Violência; secretário municipal de Valorização da Vida e Prevenção Violência em Nova Iguaçu (RJ), e secretário municipal de Assistência Social e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu(RJ). Publicou os livros: Meu casaco de general: 500 dias no front da segurança pública do estado do Rio de Janeiro (Companhia das Letras, 2000); Cabeça de porco, com MV Bill e Celso Athayde (Objetiva, 2005); Elite da tropa, com André Batista e Rodrigo Pimentel (Objetiva, 2006); Legalidade libertária(Lumen-Juris, 2006); Segurança tem saída (Sextante, 2006); Espírito Santo, com Carlos Eduardo Lemos e Rodney Miranda (Objetiva, 2009); Elite da tropa 2, com André Batista, Cláudio Ferraz e Rodrigo Pimentel (Nova Fronteira, 2010). Publicou ainda nos anos 90, todos pela Relume-Dumará: Os dois corpos do presidente (1992); O rigor da indisciplina (1993); Violência e política no Rio de Janeiro (1995) e o romance O experimento de Avelar (1997); e a A invenção do sujeito universal: Hobbes e a política como experiência dramática do sentido (1994), pela Editora Unicamp.

O antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares a partir de uma emocionante conversa com um motorista de taxi chocado com o assassinato de um colega durante um assalto, repete a frase que todos nós já ouvimos e hoje mais do que nunca: Bandido bom é bandido morto.

O livro, portanto, é uma tentativa de responder algumas questões que, surpreendentemente ainda tem um efeito perigoso na sociedade, pois cada vez aumenta a violência e passa a todos uma severa insegurança e impunidade aos criminosos, decorrendo daí uma realimentação ao discurso de ódio e a um processo de violência institucional e a validação de todas as formas de violência em comunidades conflagradas e vulneráveis.

Questões como: O que é essa violência, esta palavra repetida no dia a dia, na mídia e nas conversas? Existe uma relação entre o crime cometido e o castigo recebido? A defesa dos direitos humanos seria um estímulo à impunidade?

Para o autor, Justiça é sinônimo de equidade. Por isso, uma das formas mais repulsivas de desigualdade social estaria exatamente no acesso a ela, da abordagem policial que varia de acordo com o local, a roupa de quem é revistado, a cor da pele, a faixa etária, o sexo, o nível de renda e a classe social até a sentença do juiz e o cumprimento da pena.

Em síntese, podemos resumir a esperança do autor para responder as perguntas angustiantes que o instigaram a escrever, com a sua própria fala, quando diz:

                               Em que tipo de mundo eu gostaria de ainda ter o privilégio de viver? Uma                                          sociedade em que os juízes trocariam a rigidez aristocrática da toga pelas                                           sandálias da humildade de que nos falava Nelson Rodrigues. Reagiriam com                                sensibilidade aos apelos do espírito cambiante do ser humano e se disporiam a                                         apoiar as construções positivas que cada momento da vida dos indivíduos                                         proporcionasse, com seu toque misterioso de gratuidade. Uma sociedade em                                    que os juízes não estudassem apenas as doutrinas e as leis, mas também as                                       sociedades e a psicologia humana, de tal modo que pudessem compreender e                                   avaliar as consequências de suas decisões em todas as esferas da vida individual                  e coletiva.

 

Sobre a autora
Sônia Maria Nunes da Silva Oliveira

Estudante do Curso de Direito da Faculdade 8 de Julho, em Aracaju, estado de Sergipe.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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