A escrita é objeto de diversas ciências. Sendo assim, apesar de possuírem abordagens e perspectivas diferentes sobre a escrita, elas acabam sendo confundidas. Desse rol, podemos destacar a grafoscopia, a grafologia e a grafoterapia. Sem grandes aprofundamentos, veremos aqui a distinção de cada uma.
Também conhecida como grafotécnica, a grafoscopia é uma ciência que tem como objeto de estudo a identificação de autoria de uma escrita, com base nos traços gráficos apresentados na escrita, além de poder ser utilizada na identificação de caracteres escritos. Ou seja, ela se dedica à identificação de autoria de uma escrita e caracteres escritos, em especial, mecanismos escritos.
A grafoscopia evoluiu enquanto método quando superou um apego objetivo à incidência de medidas e se fixou na comparação dos traços, como se uma espécie de identidade genética levando em consideração as características físicas e psicológicas do indivíduo para comparar com as características de uma amostra escrita por ele.
A grafoscopia com uma abordagem humanizada faz destacar que a característica mais importante é o movimento do individuo no ato da escrita. Essas características são individuais, intransferíveis e inconfundíveis. Na corrente atualmente mais aceita para a grafoscopia, os gestos gráficos, antes de tudo, é expressão da linguagem corporal.
O objetivo da grafoscopia, em apertada síntese, é fazer uma análise de uma amostra de escrita para determinar se a pessoa que a escreveu é a mesma pessoa que está sendo investigada. Portanto, as características físicas que são analisadas na grafoscopia são a forma, tamanho e inclinação das letras, além da pressão exercida na hora da escrita. Já as características psicológicas são a personalidade, o estilo de vida e o modo de pensar da pessoa.
Para realizar a análise, é necessário que haja uma amostra de escrita para comparar com a amostra que está sendo analisada. A amostra de escrita pode ser um documento, uma carta ou qualquer outro tipo de texto escrito.
Em outra dimensão, a grafologia é uma ciência que tem como objeto de estudo a interpretação de um texto escrito, de uma carta, por exemplo, com base nos traços gráficos apresentados na escrita. Ou seja, ela se dedica à interpretação de um texto escrito.
A grafologia, em certa medida, contribuiu para a grafoscopia a partir da Escola Francesa na qual leva em consideração o caráter psicológico do indivíduo. O caráter científico da grafologia é por vezes questionado, frente a imensa complexidade da psique humana e a diversidade de significados que podem sem atribuídos aos símbolos e elementos observados na grafologia, em que pese dentro dessa ciência algumas características são tidas como universais. Portanto, é demandada do grafólogo uma sensibilidade na interpretação, uma vez que não é possível ter um conhecimento total da personalidade do autor.
Por fim, a grafoterapia é uma ciência que tem como objetivo a utilização da escrita como um método terapêutico. Ela parte do princípio que a escrita, em si mesma, é um método de auto-conhecimento. Em um contexto terapêutico, ela pode ser utilizada como um recurso para ajudar as pessoas a lidarem com problemas psicológicos, emocionais e até mesmo físicos. Em geral, a grafoterapia é um método auxiliar a terapias consagradas como a psicanálise, que também tem como base o auto-conhecimento, tendo foco na análise de conteúdo inconsciente construído com experiências de vida.
A escrita, segundo a grafoterapia, pode ajudar as pessoas a expressarem seus sentimentos, a organizarem seus pensamentos e a compreenderem melhor suas experiências. Por meio da grafoterapia, as pessoas podem aprender a lidar com o stress, a ansiedade, a depressão, os traumas, as fobias e outros problemas de saúde mental. Além disso, a grafoterapia também pode ser utilizada como um método preventivo para ajudar as pessoas a lidarem com os desafios da vida e se manterem saudáveis.